Bastidores FC
Punições como a aplicada ao Grêmio devem se repetir, dizem dirigentes na Fifa
Punições esportivas para o comportamento errático de
torcidas devem ser mais comuns daqui para a frente, apontam dirigentes
da Fifa ouvidos pelo blog na sede da entidade, em Zurique. O caso mais
extremo aconteceu com o Grêmio, excluído da Copa do Brasil por causa de
injúrias raciais praticadas por parte de sua torcida contra o goleiro
Aranha, do Santos. Na avaliação do colombiano Luis Bedoya, integrante do
Comitê Executivo da Fifa, esse tipo de punição deve ser repetida em
casos graves.
- O problema é que os torcedores precisam entender que quando tomam
uma ação incorreta, se sanciona o clube. Do ponto de vista disciplinar,
o clube tem que responder pelo comportamento de sua torcida. É um
padrão que se segue no mundo, na Conmebol. O que acontece é que chegamos
a uma situação extrema. Se a situação for grave assim, vai acontecer em
outros lugares, sim - afirmou o dirigente.
O presidente da Federação Peruana de Futebol, Manuel Burga, que faz
parte do Comitê de Desenvolvimento da Fifa, concorda com o colega
colombiano. Para Burga, a punição ao Grêmio pode parecer
"desproporcional" num primeiro momento, mas é forte o bastante para
evitar novos casos de racismo.
- Pode parecer que o Grêmio esteja sendo punido pelo comportamento
de um torcedor, algo sobre o qual o clube não tem controle. Mas uma
medida dessa natureza corta de vez uma situação. O fator dissuasivo
definitivo é a punição esportiva, lamentavelmente.
Mas o tema não é uma unanimidade. Michel Platini, presidente da
Uefa e também integrante do Comitê Executivo da Fifa, já afirmou mais de
uma vez que é contra qualquer punição esportiva para atos de violência
ou racismo por parte de torcedores.