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Loco brilha, Botafogo bate o Bangu e vai à sua primeira final no Engenhão

Atacante uruguaio se redime de temporada irregular, faz três gols, perde pênalti e se torna a estrela na vitória por 4 a 2 sobre o valente Alvirrubro

Por André Casado Rio de Janeiro
 
Se o jogo é decisivo, Loco Abreu é protagonista. Em noite de fortes emoções no Engenhão, o Botafogo fez de tudo para se complicar diante do Bangu - errático, porém valente - mas, com três gols do uruguaio, que isolou a fase irregular, e um de Maicosuel, passou finalmente à sua primeira final no estádio, sua casa há cinco temporadas.

A vitória por 4 a 2 classifica o Alvinegro à decisão da Taça Rio, para enfrentar o vencedor de Vasco e Flamengo, que se enfrentam neste domingo. Lucas (contra) e Sérgio Júnior descontaram. Além dos três gols, Loco Abreu também chamou a atenção por mais um pênalti perdido - para fora -, o sexto nos sete últimos que cobrou. O jogo de seis gols foi acompanhado por 15.757 pagantes (19.786 presentes) e teve boa presença da torcida do Bangu.

Domínio alvinegro

Não foi difícil decifrar, logo nos primeiros minutos, quem controlaria as ações do jogo. Impetuoso, o Botafogo não deu chance ao Bangu, que preferiu adotar o máximo de cautela e só se expor nos eventuais contra-ataques. O problema é que a saída de bola era deficiente. Com uma marcação compacta, o time de Oswaldo de Oliveira comprovou a boa fase da retaguarda e neutralizou o rival.

Na frente, o lado direito era uma avenida para Lucas, que deitou e rolou sobre Renan Oliveira. Os gols só não saíram a partir de tabelas suas com Renato e Andrezinho porque os cruzamentos poucas vezes acharam o alvo certeiro. Ainda assim, Fellype Gabriel, bem colocado, esteve perto de marcar de cabeça. Em outra tentativa, o zagueiro Santiago tirou com a mão e o árbitro ignorou.

Do lado alvirrubro, era flagrante a falta que fazia o meia Almir, vetado momentos antes do jogo no vestiário. Ainda assim, o ex-alvinegro Thiago Galhardo não aproveitou a única brecha dada e isolou uma bola que caiu limpa em seus pés, na marca do pênalti. Durante o tempo técnico, o volante Renato colocou uma proteção no pé esquerdo e passou a preocupar. Bastaram dois piques para ver que não dava mais, e Maicosuel entrou. Fellype foi recuado para ajudar Marcelo Mattos.

O temporal no Rio cessou na hora da partida, mas a chuva de oportunidades continuou. Sem dar margem para críticas de outrora, o Glorioso explorava a fragilidade do adversário, que não pareceu a equipe consistente do turno, e jogava o fino. Aos 30, Loco serviu Fábio Ferreira, que desperdiçou, de carrinho. Aos poucos, Márcio Azevevo também era acionado, e a pressão se transformou em gol. Depois de escanteio de Andrezinho, o zagueiro devolveu a gentileza e só escorou para o uruguaio completar e abrir o marcador, para o alívio da torcida, aos 41.

Na volta do intervalo, Cleimar Rocha tentou resolver os espaços atrás, com a entrada do lateral Gedeilson no lugar do meia Gabriel Galhardo, irmão do mais famoso. Mas sua estratégia foi por água abaixo quando, em novo passe preciso de Andrezinho, Loco abriu caminho e meteu a cabeça nela, vencendo Willian Alves, que chegou muito depois e contribuiu desta vez.

A vantagem, porém, não durou. Em cruzamento despretensioso do Bangu, Lucas desviou torto e marcou contra: 2 a 1. A apreensão cresceu, mas o Botafogo soube controlar os nervos e seguiu melhor. Para virar show e pedir música no Fantástico, Loco tornou a brilhar, deixando claro que decisão é com ele. Aos 14, fuzilou a meta, novamente pelo alto e levou o público à loucura.

Mas o Bangu era valente e não esmoreceu. Deu orgulho à seus fiéis torcedores, apesar de ter marcado seu segundo também em jogada esquisita. Em lançamento longo, somente Sérgio Júnior partiu, Jefferson foi indeciso na dividida, e o camisa 9 deu ares de drama a então festa no Engenhão: 3 a 2 Faltavam vinte minutos, e o Bangu foi para cima. Deixou de ser franco-atirador para oferecer ao Alvinegro o papel de contragolpeador, que o aceitou perigosamente.

Com o duelo aberto, a partida esquentou e Thiago Galhardo acabou expulso por falta no meio de campo. Logo em seguida, Loco teve a chance de carimbar o passaporte à final, mas... errou o sexto pênalti em sete cobranças. A torcida se calou. Desta vez, foi com um chute forte à esquerda. Vez por outra, o Alvirrubro assustava, mas Jefferson se redimiu.

E, já nos acréscimos, quando o rival não tinha mais forças, Maicosuel, o melhor do segundo tempo, resolveu, em nova disparada: 4 a 2 . O Botafogo está em sua primeira decisão no Engenhão.