Política: novo racha na situação do Botafogo
Movimento Carlito Rocha rompe com Bebeto, que apoiará Montenegro
Montenegro, com o apoio de Bebeto, poderá enfrentar o Movimento Carlito Rocha, que sempre o apoiou, na eleição de novembro (Crédito: Paulo Wrencher)
André Casado RIO DE JANEIRO
Presente na administração do Botafogo de 1994 à 1997 e 2000 à 2008, o Movimento Carlito Rocha não fará mais parte da situação política do clube a partir de 28 de novembro, dia seguinte à eleição. O apoio do presidente Bebeto de Freitas ao anúncio da candidatura do vice de futebol, Carlos Augusto Montenegro gerou tal decisão, já que a idéia era buscar um consenso entre as forças políticas.
Com isso, a reunião derradeira que ocorreu na noite desta quinta-feira, na Sede de General Severiano, não teve a participação do MCR, e selou, definitivamente, Montenegro como o candidato da situação pela chapa A Luta Continua.
- Como não seria cumprido o que foi combinado na reunião de terça retrasada, não me senti à vontade de comparecer a esta, já que o que ficou acertado era que buscaríamos um canditato em consenso - explicou ao LANCENET! Marcos Portella, atual vice-presidente geral do clube, e indicação favorita do Movimento Carlito Rocha, do qual faz parte.
Profundamente desapontado com as atitudes de Montenegro e de Bebeto de Freitas, Portella culpou, sobretudo, a forma como o vice-presidente de futebol anunciou sua própria candidatura.
- Montenegro não é o nome da situação, como ele se proclamou. Nunca declarei meu apoio a ele.
Só fui saber nesta quinta que o Bebeto havia, antes da reunião programada, cedido a ele.
Fizeram tudo de forma atropelada e injusta - afirmou, para depois completar, não escondendo a mágoa. - Sempre estivemos ao lado do Montenegro, inclusive ele foi nosso candidato em 1994.
Mas, não sei porque razão, constantemente ele cria um atrito e fica contra nós.
Não está descartada, nesse caso, o lançamento de uma chapa de oposição por parte do Movimento Carlito Rocha, muito provavelmente com Marcos Portella como candidato.
- É prematuro falar, pois isso tudo é muito recente. Vamos nos reunir e discutir essa possibilidade nos próxiimos dias - declarou.
A data limite para inscrição de chapas é o dia 14 de outubro.
Marcos Portella, porém, prefere não tratar a atitude como uma traição de Bebeto de Freitas.
- Não colocaria como traição, já que ele nunca manifestou, nem pública, tampouco internamente, que eu seria o candidato dele. Mas houve falta de consideração. Sempre o apoiamos e bancamos sua candidatura em 2003. Sabíamos que ele era a pessoa para reerguer o Botafogo, e agora acontece isso - concluiu.