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Engenhão, casa do Botafogo ou do Fluminense?


Engenhão, casa do Botafogo ou do Fluminense?

Estádio pertence ao Alvinegro, mas tem aspectos tricolores

Estádio foi inaugurado em 2007 e o Botafogo manda seus jogos nele (Crédito: Paulo Sérgio)

Bruno Braz RIO DE JANEIRO

Casa do Botafogo desde agosto de 2007, o Engenhão é motivo de orgulho para os alvinegros. Para o time, é o palco preferido, tanto que ninguém no clube abre mão de jogar os clássicos no estádio. Como acontecerá mais uma vez hoje diante do Fluminense, em partida que a Ferj queria que saísse do Engenhão, mas o clube bancou.

E o Tricolor foi o principal rival do Botafogo na disputa pelo Estádio Olímpico João Havelange. Não bastasse o primeiro jogo lá ter sido entre os dois clubes – com vitória alvinegra por 2 a 1, em 30 de junho de 2007 –, o Fluminense ainda chegou a sonhar em adquirir o Engenhão, já que a Prefeitura do Rio fez uma licitação após os Jogos PanAmericanos. Mais organizado, o Alvinegro se estruturou e adquiriu o direito de comandar o estádio durante 20 anos.

De lá para cá, o time se acostumou a cada detalhe do campo e teve um bom aproveitamento, com 27 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Algo que inspira os jogadores para o clássico contra o Fluminense.

– Temos de fazer valer o fato de jogarmos em nosso domínios. O Engenhão é o nosso palco, a nossa casa.

Ali, ninguém pode entrar e cantar de galo – afirmou Zé Carlos na volta do Botafogo da Colômbia.
Outro fator que anima o time é a presença da torcida, que tem levado, em média, 25 mil pessoas por jogo no segundo turno do Brasileiro. Se no outro confronto com o Fluminense no Engenhão, em 2007, os alvinegros foram maioria, hoje o fato deverá se repetir, já que os tricolores têm direito a apenas 8.500 ingressos.

– Gostaria de convocar os botafoguenses, apesar dos resultados ruins nos últimos jogos. Já são três derrotas seguidas, vamos nos doar ao máximo pela vitória – diz Zé Carlos.
Estádio tem toques de verde, branco e grená

Mas quem disse que o Fluminense entrará em desvantagem por ter de atuar no Engenhão, atual moradia do Alvinegro? A curta história do estádio mostra que, de fato, não chega a ser uma loucura achar que o Tricolor pode se sentir em casa no local.

A começar pelo nome dado ao Gigante Suburbano, já se nota um certo toque verde-e-grená. Oficialmente chamado de João Havelange, o estádio faz uma referência ao ilustre tricolor, ex-presidente da Fifa.

Na inauguração, Alex Dias fez as honras e, com a camisa do Fluminense, marcou o primeiro gol da história, em 30 de junho de 2007.

– O Engenhão é minha casa.

Aliás, o Botafogo está me devendo uma placa lá – cobrou o atacante.
Mas, antes mesmo de sua abertura, o estádio já estava sob cuidados de uma tricolor. Cecília Moreira foi uma das arquitetas do complexo e não esconde sua paixão pelo clube do bairro das Laranjeiras.

Agora, cabe ao treinador Cuca o papel de “instrutor” do Estádio João Havelange. Tricolor de infância, mas com fortes raízes criadas no Botafogo, ele conhece cada canto do local e exercerá a função de indicar os atalhos para os jogadores do Flu.

– O Engenhão tem um campo rápido. A bola corre mais. Os jogadores precisarão se adaptar o mais rapidamente possível ao gramado – alertou o comandante, que não economiza nos elogios com relação ao estádio. – A estrutura é excelente.

Os jogadores vão encontrar tudo em perfeitas condições – informou Cuca que, vez por outra, fazias suas preleções no próprio local.

Para Thiago Silva, nem mesmo o fato de a diretoria alvinegra ter reservado apenas 8.500 ingressos para os tricolores desanima. O jogador acredita que a torcida se fará presente e com muito entusiasmo.

– Tenho certeza de que a torcida do Fluminense irá comprar todos os 8.500 ingressos. Eles sempre nos apóiam e dessa vez não será diferente. Agora, mais do que nunca, precisamos do apoio deles – disse.