Com 31 anos, quatro de clube e 215 partidas disputadas, Lucio Flavio vive um recomeço no Botafogo. Apontado muitas vezes como um “jogador à moda antiga”, estigma em tom de crítica por causa de seu futebol mais baseado no toque de bola, o camisa 10 vem num processo de mudança de suas características. Desde a reta final do Campeonato Carioca, quando sofreu uma fratura no dedo mínimo da mão esquerda, ele passou a investir na velocidade e na ajuda à marcação, que servem como meios de contribuição para a equipe e sobrevivência entre os titulares.
Embora capitão e jogador mais antigo do grupo do Botafogo – chegou em 2006 e passou os seis primeiros meses de 2009 no Santos –, Lucio Flavio sabe que não é absoluto entre os titulares. Por isso, decidiu absorver de forma positiva as críticas sofridas no início da temporada e investir na evolução de algumas qualidades que nunca foram seus pontos fortes, como o arranque. O esforço, que vem sendo reconhecido pelos torcedores em forma de aplausos, poderá prolongar sua carreira no futebol e no Alvinegro.
- É uma imagem diferente para o torcedor que me acompanha pelo menos nos últimos três anos. Agora que estou encurtando o meu tempo de carreira, preciso correr atrás, porque tem muito jogador novo aparecendo e quero manter meu espaço. Dentro da minha idade e do meu condicionamento, preciso evoluir - disse.
O auxílio frequente à marcação e as arrancadas – como a que resultou num pênalti sofrido e não marcado pelo árbitro no empate em 1 a 1 com o Vasco, no último domingo – mostram o empenho de Lucio Flavio na luta por sua sobrevivência. Segundo ele, trata-se de um investimento que tem o Botafogo como principal objetivo.
- O futebol está cada vez mais corrido. Isso sai um pouco da minha característica, que é mais de toque. Mas depois que me recuperei da fratura no dedo, me sinto melhor física e tecnicamente. Estou mais confiante para executar algumas jogadas - frisou.