Em versão Seedorf, Rafael Marques vai além da missão do camisa 10
Atacante assume papel de líder, conversa com Oswaldo, reposiciona companheiros e faz gol em clássico, algo que o holandês ainda persegue
Quando Oswaldo de Oliveira confirmou o time do Botafogo para o clássico
com o Vasco, fez questão de dizer que não iria alterar o seu sistema de
jogo, com três meias e um atacante. Com isso, coube a Rafael Marques
fazer o papel de Seedorf, que estava suspenso, nas palavras do próprio
treinador. Carregado no colo pela torcida, ele voltou a marcar e abriu
caminho para a vitória por 3 a 0, quarta-feira, no Estádio Raulino de
Oliveira, que manteve os 100% de aproveitamento na Taça Rio em três
jogos.
- Acho que o Rafael tem jogado muito bem. Ele fez o primeiro gol por
oportunismo, de quem merece por ter trabalhado tanto. Movimentou-se,
cumpriu bem a sua função ofensiva e defensiva e se destacou muito no
trabalho de bola, passe, com uma visão de jogo muito boa - analisou
Oswaldo.
Rafael Marques: além do gol, função de líder no campo (Foto: Fábio Castro / Agif)
Rafael Marques assumiu um papel que costuma ser de Seedorf mesmo sem a
bola no pé. Sempre que o jogo estava paralisado, ele se aproximava de
Oswaldo, conversava com os companheiros, fazia gestos de como quem
procurava explicar o melhor posicionamento.
Em campo, mesmo com as poças como mais um obstáculo, conseguiu
construir boas jogadas, mas sempre com passes curtos. Foi aplaudido
depois de um belo passe de peito, mas ainda assim sofreu algumas
reclamações por perdas de bola em jogadas mais simples.
Voltou do intervalo e continuou participando efetivamente do jogo. Até
mostrar oportunismo em uma cobrança de escanteio, depois do desvio de
Bruno Mendes e do rebote de Alessandro. Ali, abriu caminho para a
vitória que acabou se tornando fácil para o Botafogo.
Com mais espaço para jogar, começou a ser mais criativo. Trabalhou mais
as tabelas, deu passes em profundidade e ainda participou do terceiro
gol. Foi dele o cruzamento que acabou sobrando para Fellype Gabriel
marcar e selar a vitória no clássico.
Na reta final do jogo, Rafael Marques saiu de campo, substituído por
Vitinho, sob aplausos dos torcedores e com um fraterno abraço de
Oswaldo. A sensação do dever cumprido foi além. Ele fez algo que nem
Seedorf ainda conseguiu com a camisa do Botafogo: marcar um gol em
clássico.