Unimed anuncia fim da parceria com o Fluminense após 15 anos de patrocínio
Empresa
opta por não manter o contrato, que tinha duração até 2016. Clube busca
novos patrocinadores, e contratos de atletas pagos pela cooperativa
serão honrados
Chegou
ao fim a parceria entre Fluminense e Unimed. Nesta quarta-feira, a
cooperativa de médicos anunciou em seu site que não seguirá como
patrocinadora do clube carioca. Foram 15 anos juntos, com crescimento
das duas partes desde 1999. A empresa evoluiu com o aumento de
associados, e o clube conquistou títulos: foram três cariocas (2002,
2005 e 2012), uma Copa do Brasil (2007) e dois Brasileiros (2010 e
2012), além da Série C (1999). Em comunicado, Celso Barros se
pronunciou:
“A Unimed-Rio informa que encerrará
seu contrato de patrocínio ao Fluminense Football Club ao fim de 2014,
após 15 anos de parceria. A decisão é fruto de uma revisão da estratégia
de marketing da empresa.
A cooperativa
continua vendo o apoio ao esporte como uma importante forma de estimular
a prática de exercícios e cuidados com a saúde. Ao longo deste período,
em que a relação se consolidou como um dos mais duradouros patrocínios
do futebol brasileiro, acreditamos ter contribuído para elevar ainda
mais o prestígio do clube nos cenários nacional e internacional.
Com
o apoio da Unimed-Rio, o Fluminense foi campeão da Série A do
Campeonato Brasileiro em 2010 e 2012, da Copa do Brasil em 2007, da
série C em 1999 e do Campeonato Carioca em 2002, 2005 e 2012. Também
realizou participações de destaque em competições internacionais, como a
Taça Libertadores da América, na qual foi finalista em 2008, chegou às
oitavas de final em 2011 e às quartas em 2012 e 2013; e a Copa
Sul-Americana, tendo sido finalista em 2009 e participado ainda das
edições de 2003, 2005, 2006 e 2014. Além de títulos, a parceria também
viabilizou passagens de grandes nomes do futebol pelas Laranjeiras.
Ao
longo destes 15 anos, a exposição obtida com o patrocínio ajudou a
tornar a Unimed-Rio a operadora líder do mercado de saúde suplementar
carioca. Agradecemos a todos os atletas, integrantes de comissões
técnicas, dirigentes e funcionários do clube que estiveram conosco
durante esta parceria, mas, principalmente, aos milhões de torcedores do
Fluminense espalhados por todo o Brasil. Desejamos que o clube continue
sua trajetória de glórias, com conquistas que levem alegria à torcida
tricolor.
Atenciosamente,
Celso Barros
Presidente da Unimed-Rio"
Procurado pelo GloboEsporte.com, o presidente do Flu, Peter Siemsen, foi breve:
- Não vou me manifestar. O Fluminense vai soltar uma nota (no site oficial).
Questionado se já esperava o fim da parceria, disse:
- Sim, eu já esperava.
A figura de Celso Barros, presidente da Unimed, se confunde com a imagem do clube. Ele participa de conversas com jogadores, aparece em fotos de comemoração de títulos e, principalmente, bancava de 50% a 80% dos direitos de imagem dos atletas, o que possibilitou contratações caras, casos, por exemplo, de Fred e Conca - ela detém 80% dos direitos econômicos dos dois jogadores. Apesar do rompimento, os contratos pagos pela empresa que estão em vigor serão honrados.
Procurado pelo GloboEsporte.com, o presidente do Flu, Peter Siemsen, foi breve:
- Não vou me manifestar. O Fluminense vai soltar uma nota (no site oficial).
Questionado se já esperava o fim da parceria, disse:
- Sim, eu já esperava.
A figura de Celso Barros, presidente da Unimed, se confunde com a imagem do clube. Ele participa de conversas com jogadores, aparece em fotos de comemoração de títulos e, principalmente, bancava de 50% a 80% dos direitos de imagem dos atletas, o que possibilitou contratações caras, casos, por exemplo, de Fred e Conca - ela detém 80% dos direitos econômicos dos dois jogadores. Apesar do rompimento, os contratos pagos pela empresa que estão em vigor serão honrados.
Celso
Barros participou da festa do título brasileiro de 2012 no Engenhão ao
lado dos jogadores. Presidente da Unimed tem boa relação com os atletas
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
A interferência de Celso no futebol gerou algumas discussões internas entre grupos políticos. E, no segundo mandato de Peter Siemsen no Fluminense, a relação ficou quase insustentável. Uma crise na empresa agravou a situação, e as primeiras negociações para a remodelagem da parceria para 2015 previam a redução do investimento, apenas com o comprometimento de pagamento dos contratos vigentes dos atletas. E agora a saúde financeira do Fluminense está em perigo para o ano que vem, apesar de o presidente do clube garantir que está tudo sob controle. Consequentemente, as contratações para a próxima temporada serão mais modestas.
Fim antecipado
O
contrato vai até 2016, mas a cada ano é reavaliado e pode ser até
rompido. Dependia apenas da decisão de uma das partes em encerrar o
vínculo, opção feita pela cooperativa de médicos. O prazo final para a
tomada de decisão era dia 15 de dezembro, mas Celso se antecipou. E o
clube segue buscando um novo parceiro.
Pelo acordo vigente até então, apenas a Unimed poderia estampar marca na camisa tricolor. Neste fim de ano surgiu, então, pela primeira vez, a possibilidade de abrir o espaço para novos patrocinadores seja como master ou na manga. O presidente da Unimed gostou da ideia, já que sofre pressão de opositores por conta da crise financeira que abala a empresa. O Flu, então, apresentou ao parceiro a opção da entrada de um patrocínio master a partir de 2015, que investiria cerca de R$ 18 milhões. Algo exclusivo da Unimed desde 1999. A divisão do valor gera impasse. Peter deseja a nova verba por completo para o clube, mas Celso retruca e quer uma fatia bem grossa: 50%.
Por contrato, a Unimed tinha que investir entre R$ 15 e R$ 20 milhões em pagamentos de direito de imagem de jogadores, mas sempre ultrapassa o valor. Em 2014, por exemplo, chegou a R$ 25 milhões, que seria o teto no ano que vem em caso de renovação. Já estava decidido que Celso investiria na contratação de reforços. Sua responsabilidade seria apenas honrar os pagamentos que já faz.
Os jogadores
A indecisão gerou um clima de incerteza durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Jogadores em fim de contrato ficaram com futuro indefinido. A maioria não renovará. Carlinhos, por exemplo, já deixou o clube e acertou com o São Paulo. Diego Cavalieri, Gum, Diguinho, Valencia também terão o vínculo encerrado no fim do mês.
Pelo acordo vigente até então, apenas a Unimed poderia estampar marca na camisa tricolor. Neste fim de ano surgiu, então, pela primeira vez, a possibilidade de abrir o espaço para novos patrocinadores seja como master ou na manga. O presidente da Unimed gostou da ideia, já que sofre pressão de opositores por conta da crise financeira que abala a empresa. O Flu, então, apresentou ao parceiro a opção da entrada de um patrocínio master a partir de 2015, que investiria cerca de R$ 18 milhões. Algo exclusivo da Unimed desde 1999. A divisão do valor gera impasse. Peter deseja a nova verba por completo para o clube, mas Celso retruca e quer uma fatia bem grossa: 50%.
Por contrato, a Unimed tinha que investir entre R$ 15 e R$ 20 milhões em pagamentos de direito de imagem de jogadores, mas sempre ultrapassa o valor. Em 2014, por exemplo, chegou a R$ 25 milhões, que seria o teto no ano que vem em caso de renovação. Já estava decidido que Celso investiria na contratação de reforços. Sua responsabilidade seria apenas honrar os pagamentos que já faz.
Os jogadores
A indecisão gerou um clima de incerteza durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Jogadores em fim de contrato ficaram com futuro indefinido. A maioria não renovará. Carlinhos, por exemplo, já deixou o clube e acertou com o São Paulo. Diego Cavalieri, Gum, Diguinho, Valencia também terão o vínculo encerrado no fim do mês.