Montenegro nega intervenção
no Botafogo e critica fim da gestão de Maurício Assumpção
Em entrevista ao GLOBO, ex-presidente diz que
último ano da atual diretoria foi uma 'tragédia'
por EDUARDO
ZOBARAN
ES 19.12.2010 Rio de Janeiro (RJ) Futebo Festa
comemorativa dos 15 anos do ttulo brasileiro do Botafogo, no Engenho Maurcio e
Montenegro Foto Fernando Maia / Agncia O Globo - Fernando Maia / Agência O
Globo
RIO - Na
reta final de seu mandato à frente do Botafogo, Maurício Assumpção não
compareceu na noite de quinta-feira à reunião extraordinária do Conselho
Deliberativo do clube, o que deixou ainda mais evidente seu isolamento
político. Sem o presidente, que alegou compromissos inadiáveis e irritou os
conselheiros, a sessão ganhou ares de campanha para presidente, já que em
novembro haverá eleição para o cargo. Todos os cinco pré-candidatos fazem
oposição a Assumpção. Foi decidida na reunião a criação de uma comissão para
gerir a crise financeira. Uma nova reunião foi convocada para o dia 19 para
decidir os limites de atuação do grupo.
Mandatário
do Botafogo em 1995, quando o clube ganhou seu último título nacional, o
presidente Carlos Augusto Montenegro foi um dos que discursou durante a
reunião. Depois, ele falou com exclusividade ao GLOBO sobre o momento político
e financeiro. Principal articulador da campanha que elegeu Maurício Assumpção
no fim de 2008, Montenegro negou que a comissão formada fará uma intervenção no
clube e criticou os últimos meses da atual gestão.
Como foi
recebida a ausência do Maurício Assumpção à sessão?
- Isso me
surpreendeu, porque até o momento, pelo menos, ele vinha demonstrando muita
coragem.
Hoje ele
está isolado no clube. Qual foi o principal erro do presidente?
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- Os
primeiros cinco anos dele foram bons, mas o primeiro semestre deste ano foi uma
tragédia. Ele se fechou, colocou o pessoal dele e errou tudo.
Foi
criada uma comissão para gerir a crise. Vai haver intervenção?
- Não é
uma intervenção. É para que as pessoas (os candidatos) possam ver a situação
para saber se realmente querem ser presidente.
São
muitos os pré-candidatos por enquanto, mas todos têm um discurso de oposição ao
presidente atual. Há chance de ser formada uma chapa única?
- Existe
uma situação até curiosa hoje. Em 2009, quando o Maurício entrou, a situação
(financeira) do clube não era boa, mas era bem melhor do que essa. Agora que a
situação é muito pior tem um bando de gente querendo ser presidente.
Alguma
chance de o senhor ser candidato?
- Não,
não... Eu não posso...
O
Durcésio Mello é seu candidato à presidência?
- Não,
não... O Durcésio não é meu candidato. Ele é uma das pessoas que vão olhar
(através da comissão para geria a crise) qual é a situação do Botafogo para
decidir se quer ser presidente.