Assumpção não vai a reunião do Conselho, que cria "comissão de crise"
Chico
Fonseca, vice de finanças e de futebol, é incumbido pelo presidente de
dar explicações. No próximo dia 19, novo encontro definirá atuação da
comissão
Maurício
Assumpção não compareceu à reunião extraordinária do Conselho
Deliberativo do Botafogo marcada para esta quinta-feira. O presidente,
em carta, afirmou que compromissos profissionais inadiáveis o impediram
de ir a General Severiano. Ele, então, incumbiu Chico Fonseca, vice de
finanças e de futebol, e Sergio Landau, diretor executivo, de dar
explicações aos conselheiros. A sessão, que durou cerca de quatro horas,
teve como saldo a criação de uma comissão para gerir a crise financeira
do clube. No próximo dia 19, novo encontro definirá nomes e forma de
atuação da comissão.
Mais de 100 conselheiros vão à reunião extraordinária do Conselho (Foto: Thiago Pinheiro)
-
O Conselho chegou a uma posição única, tanto da oposição quanto da
situação, diante da dificuldade, que se crie uma comissão para ajudar na
gestão do presidente Maurício Assumpção até o fim de seu mandato. Os
limites de atuação serão definidos em uma assembléia extraordinária no
dia 19 - disse Álvaro Luiz Carvalho Moreira, 1º vice-presidente do
Conselho, que presidiu a sessão no lugar de José Luiz Rolim, que está de
licença médica.
Esta comissão só poderia intervir no clube se tiver dois terços dos votos (maioria qualificada), o que é considerado bastante improvável pelos conselheiros. Desta forma, este grupo, provavelmente formado pelos cinco presidenciáveis mais uma indicação de cada um deles, deve ser apenas de acompanhamento. Atualmente, os prováveis candidados são Carlos Eduardo ("Mais Botafogo"), Vinicius Assumpção (Movimento Carlito Rocha), Marcelo Guimarães ("Grande Salto"), Durcesio Mello e Antonio Carlos Mantuano.
A pauta da reunião foi a crise financeira do Botafogo, e a ausência de Assumpção foi tratada por Álvaro Moreira como uma violação ao estatuto do clube, em função da convocação que havia sido realizada. O opositor e presidenciável Carlos Eduardo Pereira não economizou nas críticas a Assumpção, a quem considera o grande responsável pelos problemas enfrentados pelo clube.
- A atitude do Maurício de não comparecer já indica que ele largou o Botafogo, porque o Conselho Deliberativo é um poder importante do clube e não pode ser tratado dessa forma. Constatamos que o quórum não tinha sido atingido e não adiantava insistir na proposta da intervenção, mas acho que houve uma unanimidade de que há necessidade de fazer alguma coisa. A postura do presidente foi tripudiada, afinal ele é o responsável pela situação do Botafogo. Confessou que optou por sonegar, todas as medidas foram tomadas por ele. Essa situação deve-se ao senhor Maurício Assumpção, que mais uma vez se omitiu e não prestou os esclarecimentos devidos.
Esta comissão só poderia intervir no clube se tiver dois terços dos votos (maioria qualificada), o que é considerado bastante improvável pelos conselheiros. Desta forma, este grupo, provavelmente formado pelos cinco presidenciáveis mais uma indicação de cada um deles, deve ser apenas de acompanhamento. Atualmente, os prováveis candidados são Carlos Eduardo ("Mais Botafogo"), Vinicius Assumpção (Movimento Carlito Rocha), Marcelo Guimarães ("Grande Salto"), Durcesio Mello e Antonio Carlos Mantuano.
A pauta da reunião foi a crise financeira do Botafogo, e a ausência de Assumpção foi tratada por Álvaro Moreira como uma violação ao estatuto do clube, em função da convocação que havia sido realizada. O opositor e presidenciável Carlos Eduardo Pereira não economizou nas críticas a Assumpção, a quem considera o grande responsável pelos problemas enfrentados pelo clube.
- A atitude do Maurício de não comparecer já indica que ele largou o Botafogo, porque o Conselho Deliberativo é um poder importante do clube e não pode ser tratado dessa forma. Constatamos que o quórum não tinha sido atingido e não adiantava insistir na proposta da intervenção, mas acho que houve uma unanimidade de que há necessidade de fazer alguma coisa. A postura do presidente foi tripudiada, afinal ele é o responsável pela situação do Botafogo. Confessou que optou por sonegar, todas as medidas foram tomadas por ele. Essa situação deve-se ao senhor Maurício Assumpção, que mais uma vez se omitiu e não prestou os esclarecimentos devidos.
Outro provável candidato, Vinicius
Assumpção também criticou o atual mandatário, mas em tom mais ameno. Ele
disse que o clube já viveu crises piores, mas que os grandes alvinegros
precisam se unir neste momento para tentar tirar o Botafogo desta
situação.
- Tenho respeito, mas achei lamentável. Não comparecer pode ser para amansar os conselheiros, mas ele infringiu uma norma estatutária, e isso vai constar em ata. A democracia já podia ser maior, mas ainda há tempo. Nós não concordamos com interferência, ninguém foi eleito ainda, será apenas uma comissão de transição. Acho que já passamos por crises piores, já perdemos nossa sede, ficamos 21 anos sem título... mas acho que essa crise é bastante difícil. Estamos sem oxigênio. Estamos nos juntando para tentar sair, desbloquear as contas do Botafogo.
Marcelo Guimarães, ex-diretor de marketing do clube e também postulante ao cargo de presidente, lamentou o fato de Assumpção ter perdido a chance de se defender. Ele acredita que a comissão pode ser tornar um bom primeiro passo para a transição de poder no Botafogo.
- A comissão será boa para um melhor entendimento de quem for o próximo a presidir o Botafogo, terá em real entendimento da situação para poder enfrentar o desafio. Sobre a ausência do presidente, os mais equilibrados ficaram decepcionados, e eu me incluo nesse grupo. Era uma oportunidade de ele se posicionar, exercer sua defesa. Queremos uma transição pacífica, o mais importante é que as ideias se sobreponham. De qualquer forma ele foi substituído por parte do conselho diretor e acho que as principais questões foram abordadas.
- Tenho respeito, mas achei lamentável. Não comparecer pode ser para amansar os conselheiros, mas ele infringiu uma norma estatutária, e isso vai constar em ata. A democracia já podia ser maior, mas ainda há tempo. Nós não concordamos com interferência, ninguém foi eleito ainda, será apenas uma comissão de transição. Acho que já passamos por crises piores, já perdemos nossa sede, ficamos 21 anos sem título... mas acho que essa crise é bastante difícil. Estamos sem oxigênio. Estamos nos juntando para tentar sair, desbloquear as contas do Botafogo.
Marcelo Guimarães, ex-diretor de marketing do clube e também postulante ao cargo de presidente, lamentou o fato de Assumpção ter perdido a chance de se defender. Ele acredita que a comissão pode ser tornar um bom primeiro passo para a transição de poder no Botafogo.
- A comissão será boa para um melhor entendimento de quem for o próximo a presidir o Botafogo, terá em real entendimento da situação para poder enfrentar o desafio. Sobre a ausência do presidente, os mais equilibrados ficaram decepcionados, e eu me incluo nesse grupo. Era uma oportunidade de ele se posicionar, exercer sua defesa. Queremos uma transição pacífica, o mais importante é que as ideias se sobreponham. De qualquer forma ele foi substituído por parte do conselho diretor e acho que as principais questões foram abordadas.
O Botafogo está combalido financeiramente. Deve três meses de salário ao
time de futebol, seis de contrato de imagem e FGTS. Está fora do Ato
Trabalhista, outro fator fundamental para que suas receitas estejam
bloqueadas.
Além destes problemas, a crise política explodiu
de vez com o fato de a Romar Representações LTDA, empresa do pai de
Maurício Assumpção, receber 5% de comissão sobre o contrato firmado entre Botafogo e Viton 44, sua principal patrocinadora.
Presidente
campeão brasileiro pelo clube em 1995, Carlos Augusto Montenegro
afirmou que impeachment no momento é inviável, porém enfileirou críticas
ao atual mandatário. Disse que Maurício está humilhado, tratou os sete
meses de 2014 como desastrosos e o acusou de ter colocado "pessoas
amigas" no Botafogo.
Paulo Mendes, vice-presidente geral do
clube, diz não dispor de tempo para assumir a cadeira de Assumpção em
caso de esta ficar vaga. Por fim, foi decidida a criação da comissão.