Botafogo arrasa o Atlético-PR e confirma boa fase no Brasileirão
Com personalidade, Alvinegro faz 3 a 0 no Furacão em plena Arena da Baixada e engrena na competição
Gustavo Rotstein Curitiba
Se para embalar no Campeonato Brasileiro o Botafogo precisava vencer duas vezes consecutivas e conquistar um triunfo fora de casa, conseguiu. Com personalidade e calma impressionantes, o Alvinegro fez 3 a 0 no Atlético-PR em Curitiba, neste domingo, e comprovou sua fase ascendente na competição.
Com o resultado, o Botafogo agora soma 25 pontos e pula para a oitava colocação. Ao contrário do Atlético, que permanece com 17 pontos na zona de rebaixamento.
Mesmo sem lotar a Arena da Baixada, a torcida do Atlético-PR fazia muito barulho. Mas nos minutos iniciais da partida, este foi o único problema do Botafogo. A equipe alvinegra conseguiu se impor e dominar o adversário. Logo aos três minutos, Jorge Henrique deu o primeiro susto em Galatto, ao tocar rasteiro a bola após uma rápida cobrança de escanteio de Lucio Flavio.
O goleiro do Furacão se esticou no canto para defender.
Com espaço para trabalhar a bola, o Botafogo continuou a pressionar o Atlético, e teve uma boa chance aos quatro minutos, quando Lucio Flavio cobrou falta rasteira para Diguinho, que emendou uma bomba de esquerda, obrigando Galatto a espalmar para fora. Na cobrança de escanteio curta, Lucio Flavio chutou do bico da grande área, e a bola passou raspando a trave esquerda do goleiro. O Atlético chegava apenas em lances esporádicos, a maioria deles após erros de passe do Botafogo.
Isso porque o Alvinegro valorizava muito a posse de bola e tocava muito até achar o momento certo de chutar. E foi assim que criou uma ótima chance aos oito minutos. Numa jogada de contra-ataque, Jorge Henrique fez um lançamento rasteiro para Gil, que apareceu na frente de Galatto, mas o goleiro rubro-negro saiu nos pés do atacante e defendeu.
Satisfeito com o domínio da partida, apesar de não ter marcado o gol, o Botafogo preferiu controlar mais a bola e apostar menos na velocidade. A partir dos 20 minutos, a sempre animada torcida do Atlético passou a adicionar vaias aos gritos de apoio. A falta de objetividade dos paranaenses irritava os rubro-negros na arquibancada.
Apenas aos 27 minutos Renan fez sua primeira defesa difícil. Ela aconteceu depois de uma jogada rápida pelo lado direito, com Ferreira recebendo e chutando cruzado da entrada da área. O camisa 1 alvinegro evitou o gol com os pés. Mas a resposta do Botafogo não demorou. Após lançamento na área, Jorge Henrique foi derrubado por Danilo.
Lucio Flavio cobrou o pênalti no meio do gol e abriu o placar aos 30 minutos. A desvantagem fez o Atlético parecer que acordaria. A equipe da casa tentou imprimir maior velocidade, mas essa postura acabou dando espaços para o Botafogo, que continuava a criar oportunidades. O Alvinegro só não saiu para o vestiário com uma ótima vantagem porque pecava nas finalizações. Numa delas, aos 34 minutos, Diguinho, livre de marcação, cabeceou mal depois de cruzamento de Jorge Henrique.
Botafogo troca passes e amplia vantagem no segundo tempo
Com a entrada de Anderson Aquino e Julio dos Santos no intervalo, o Atlético passou a adotar uma postura mais ofensiva no segundo tempo. A equipe buscava mais as jogadas pelas laterais do campo, complicando um pouco a marcação do Botafogo. Mas o time de Ney Franco permaneceu calmo e valorizando a posse de bola, esperando os espaços oferecidos pelo adversário.
E foi dessa forma que o Botafogo chegou ao segundo gol, aos 13 minutos. Jorge Henrique recebeu longo lançamento pela direita, avançou, driblou Galatto e tocou para as redes. Na comemoração, o atacante colocou a bola debaixo da camisa e, ao lado dos companheiros, embalou o bebê, como Bebeto na Copa do Mundo de 1994.
Foi a deixa para a torcida do Atlético expressar toda a sua revolta com a atuação da equipe, chamando o técnico Roberto Fernandes de burro. Enquanto isso, uma outra parte da arquibancada continuava a incentivar a equipe de forma impressionante. Dentro de campo, o Furacão tentava o ataque, mas sem organização, e o Botafogo tocava a bola com muita tranqüilidade.
Mas o time carioca estava longe da acomodação, e chegou ao terceiro gol aos 24 minutos. Após uma troca de passes que começou pelo lado esquerdo e não teve qualquer incômodo da defesa do Atlético, Túlio ficou com a bola dentro da grande área e virou para chutar, ampliando a vantagem.
Após o gol, grande parte da torcida do Atlético começou a deixar a Arena da Baixada. Outros preferiram brigar na arquibancada, causando um pequeno tumulto que logo foi controlado pelos próprios torcedores. Mas todos protestaram contra a diretoria, gritando "vergonha" e "Segunda Divisão".
O Botafogo apenas se preocupou em administrar a vantagem tocando muito a bola e aproveitando o nervosismo do Atlético. Ainda houve tempo para Renan fazer grande defesa em chute de Anderson Aquino, já nos descontos.