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Após muitas negociações, Botafogo retorna ao Ato Trabalhista
Boa notícia foi dada pelo presidente Carlos Eduardo Pereira em reunião do Conselho Deliberativo, na noite desta quarta-feira, em General Severiano
Luiz Gustavo Moreira e Roberto Veloso -
Rio de Janeiro (RJ)
Depois de um longo período de ausência, o Botafogo, enfim, voltou ao Ato Trabalhista e terá suas receitas desbloqueadas. A boa nova foi noticiada pelo próprio presidente Carlos Eduardo Pereira, na reunião de posse do novo Conselho Deliberativo, na noite desta quarta-feira, em General Severiano. A saída do acordo foi tida por muitos como o principal motivo para a crise instaurada no clube.
A juíza centralizadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) aprovou, por e-mail, a proposta apresentada pelo Botafogo e encaminhou ao presidente do Tribunal, que deverá assinar o pedido na quinta. Assim que o Ministério Público anunciar o retorno, o Alvinegro terá as contas desbloqueadas em até 48 horas.
Na terça-feira, a diretoria do Glorioso se reuniu com a Contadoria do TRT e apresentou a proposta. Atualmente, o clube possui uma conta que tem aproximadamente R$ 15 milhões, mas está bloqueada. O desbloqueio deste dinheiro será fundamental para quitar uma dívida no valor de R$ 4 milhões com o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) e deixar o dinheiro restante separado para futuros pagamentos.
Desde o início do mandato, essa era a prioridade de Carlos Eduardo. Agora, a diretoria terá condições de assinar cheques e contratar reforços para 2015, algo que não podia ser feito com 100% das receitas bloqueadas.
O Ato Trabalhista é um acordo com o TRT para destinar, mensalmente, uma parte da verba arrecadada pelo clube para pagar dívidas trabalhistas. Neste ano, o tribunal tirou o benefício do Botafogo após acusar o ex-presidente Mauricio Assumpção de sonegação e ocultação de receitas, algo admitido pelo próprio em entrevistas. Por isso, o TRT negou todos os pedidos da antiga diretoria de retorno.
TIMEMANIA FOI PRIMEIRO PASSO
Na semana passada, o Alvinegro quitou uma dívida de R$ 1,350 milhão com a Timemania, referente a oito parcelas que estavam em atraso com o programa. Era o último dia para realizar o pagamento.
A quitação era fundamental para que o clube fosse mantido no Refis, um programa de financiamento de dívidas.
Presidente do Botafogo lamenta saídas de jogadores via Justiça: 'Eles querem dinheiro'
Carlos Eduardo Pereira falou que Daniel e Gabriel querem mais do que as boas intenções demonstradas pela nova diretoria do clube
Luiz Gustavo Moreira - Rio de Janeiro (RJ)
Sem dinheiro para regularização o atraso salarial do elenco, o Botafogo já viu duas promessas saírem de graça, via Justiça, nessa semana. Apesar do diálogo e das boas intenções mostradas pela nova diretoria do clube, o presidente Carlos Eduardo Pereira sabe que Daniel e Gabriel querem mais do que isso. Eles querem dinheiro na conta.
- O que os atletas querem ouvir são propostas concretas. Boas intenções nós temos e eles sabem disso. Mas não querem ouvir isso agora. Infelizmente querem além de boas ações. Querem dinheiro. Com receitas bloqueadas, não temos condição disso. Senão vou fazer promessas vazias e que não poderei cumprir. É mais um preço que temos que pagar, mas faz parte. Regularizamos a Timemania e esperamos voltar ao Ato em breve. Com as receitas desbloqueadas, poderemos pagar alguma coisa - disse o presidente, após a apresentação do técnico Renê Simões.
Presidente fala em ‘esforço sobre-humano’ para melhorar situação do Botafogo
Carlos Eduardo Pereira falou ao LANCE!Net sobre a tentativa de retorno ao Ato Trabalhista
O início do mandato de Carlos Eduardo Pereira no Botafogo tem sido prejudicado pela ausência total de receitas, que estão 100% bloqueadas pela Justiça do Trabalho. Porém, aos poucos, o presidente alvinegro e a diretoria do clube vão avançando para tirar o Glorioso da asfixia financeira. Na terça-feira, uma reunião com a Contadoria do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deixou a diretoria otimista com o retorno ao Ato. E o presidente Carlos Eduardo Pereira falou do ‘esforço sobre-humano’ feito pelos novos comandantes do clube para melhorar a situação.
O início do mandato de Carlos Eduardo Pereira no Botafogo tem sido prejudicado pela ausência total de receitas, que estão 100% bloqueadas pela Justiça do Trabalho. Porém, aos poucos, o presidente alvinegro e a diretoria do clube vão avançando para tirar o Glorioso da asfixia financeira. Na terça-feira, uma reunião com a Contadoria do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deixou a diretoria otimista com o retorno ao Ato. E o presidente Carlos Eduardo Pereira falou do ‘esforço sobre-humano’ feito pelos novos comandantes do clube para melhorar a situação.
– Estamos muito otimistas com o retorno ao Ato Trabalhista.
Apresentamos uma proposta muito consistente ao Tribunal. Estamos fazendo
um esforço sobre-humano para realizar isso. Quando acertarmos, vamos
ter um pouco mais de tranquilidade – disse o presidente Carlos Eduardo
Pereira ao LANCE!Net.
O mandatário preferiu não revelar os valores propostos pelo clube para o pagamento parcelado do Ato:
– Até que a proposta seja aceita ou não, prefiro não falar em valores.
A proposta apresentada pelo Glorioso será levada até a juíza
centralizadora. Ela decidirá se encaminhará ou não para o presidente do
Tribunal. Agora, o Alvinegro torce para que o presidente analise a
situação antes do recesso para o Natal e Ano Novo (que começará no fim
de semana), para agilizar o planejamento de orçamento para o próximo
ano.
– Estamos muito empenhados nisso, buscando o retorno ao Ato para
melhorar a situação financeira do Botafogo – disse o presidente.
Se o presidente do Tribunal concordar com o retorno ao Ato, o clube
deverá aguardar até 48h para ter acesso ao dinheiro que está bloqueado.
Atualmente, o clube possui uma conta que tem aproximadamente R$ 15
milhões, mas está bloqueada. O clube tenta o desbloqueio deste dinheiro
para quitar uma dívida no valor de R$ 4 milhões com o Refis (Programa de
Recuperação Fiscal) e deixar o dinheiro restante separado para futuros
pagamentos.
Caso não consiga pagar o Refis, o Botafogo terá que desembolsar
valores mais altos em 2015. Se o Ato não sair até o dia 30, prazo para
quitar a dívida com o Refis, o Botafogo deverá contar com o aporte
financeiro de torcedores milionários.
Fonte: Lancenet
Bastidores FC
Cartolas derrotam o Bom Senso FC na Câmara dos Deputados
Do jeito como foi aprovado, o projeto prevê o parcelamento das dívidas fiscais dos clubes em até 240 meses, mas sem contrapartidas dos clubes ou a responsabilização de seus dirigentes. No início de 2015 a guerra vai recomeçar, mas agora no Senado.
O projeto estava no meio de uma Medida Provisória com 43 assuntos diferentes. O tema divide o Governo Federal: o Ministério do Esporte é a favor do que foi aprovado (com a ressalva de que defende punições para quem não cumprir os pagamentos), a Casa Civil e a presidente Dilma Rousseff deram sinais no sentido contrário.
Dívidas dos clubes: renegociação sem contrapartidas passa pela Câmara
Parlamentares
aprovam Medida Provisória em que o deputado Jovair Arantes,
vice-presidente do Atlético-GO, incluiu refinanciamento sem o "fair
play" financeiro
Por GloboEsporte.comBrasília
Jovair Arantes que renegociação com urgência (Foto: Lúcio Bernardo Jr / Câmara dos Deputados)
A
tentativa do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) de acelerar a aprovação
da renegociação das dívidas dos clubes no Congresso Nacional sem
contrapartidas segue firme. Na madrugada desta quarta-feira, o plenário
da Câmara dos Deputados aprovou o texto da Medida Provisória 656, que
estabelece normas de isenção tributária e regulamenta medidas para
estimular o crédito imobiliário. Foi nesta MP que Jovair,
vice-presidente do Atlético-GO, conseguiu incluir um artigo que trata do
refinanciamento dos débito sem o chamado "fair play" financeiro.
A
MP 656 segue agora para votação no Senado Federal, onde ainda há a
possibilidade de o artigo da renegociação das dívidas clubes ser
retirado do texto. Mesmo que também seja aprovado pelos senadores, a
proposta ainda dependeria da sanção da presidente Dilma Rousseff para
virar lei.
A
iniciativa do deputado Jovair Arantes de incluir o refinanciamento em
uma Medida Provisória recebeu muitas críticas, principalmente por parte
do movimento Bom Senso. A renegociação das dívidas dos clubes vem sendo
discutida no Congresso Nacional desde novembro de 2013, quando foi
apresentado o Projeto de Lei 5201/13, batizado de Proforte (Programa de
Fortalecimento dos Esportes Olímpicos). Após meses de debates em uma
comissão especial na Câmara dos Deputados, presidida pelo próprio
deputado Jovair Arantes, o projeto ganhou um substitutivo (Lei de
Responsabilidade Fiscal do Esporte - LRFE), que, entre outras coisas,
prevê a aplicação do "fair play" financeiro como condição para que os
clubes possam renegociar seus débitos.
Plenário Câmara dos Deputados aprovou MP na madrugada desta quarta (Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)
As
contrapartidas, como rebaixamento de clubes que não apresentarem
Certidões Negativas de Débitos (CNDs), têm o intuito de impedir que os
clubes voltem a contrair as mesmas dívidas. Detalhes do texto, que
aguarda desde maio votação no plenário da Câmara, seguem sendo
discutidos constantemente em reuniões entre parlamentares,
representantes dos clubes, do movimento Bom Senso e do governo federal.
Esses debates, somados à agenda cheia do Congresso Nacional, têm
atrasado a apreciação do projeto, que deve ficar para 2015.
Segundo
o deputado Jovair, a inclusão em uma Medida Provisória foi justamente a
tentativa de acelerar a votação do tema, considerado urgente pelo
parlamentar, que chegou a ser cotado para assumir a presidência do
Atlético-GO em 2015.
Vice nega falta de diálogo com Daniel e Gabriel e entrega caso ao jurídico
Mantuano
diz que diretoria pediu voto de confiança aos jogadores nos dois
últimos dias de treinamento. Meia e volante entraram na Justiça e
pediram rescisão
Por Fred Huber e Sofia Miranda*Rio de Janeiro
Gabriel e Daniel entraram na Justiça contra o Botafogo cobrando salários atrasados e FGTS (Foto: Gustavo Rotstein)
As duas últimas baixas do Botafogo para a temporada de 2015, Daniel
e Gabriel foram assunto na apresentação do novo técnico René Simões.
Após o meia e o volante terem entrado na Justiça para pedir rescisão de
contrato com o Alvinegro, por causa dos atrasos salariais e de FGTS, o
presidente Carlos Eduardo Pereira se mostrou um pouco frustrado com a
situação, afirmando que eles poderiam ter conversado com o clube.
Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, o vice de futebol Antonio Carlos Mantuano
disse que a diretoria estabeleceu contato com o grupo e pediu um voto de
confiança ao elenco nos dois últimos dias de treinamento.
- O Botafogo manteve diálogo com os jogadores. A diretoria esteve presente, sim, o que não acontecia com a diretoria anterior. Transmitimos, nos dois últimos dias de treinamento, que gostaríamos de ter um voto de confiança e de credibilidade. Quanto à situação de eles terem entrado na Justiça, nosso departamento jurídico está tomando as providências - disse o vice de futebol.
René Simões mostrou-se preocupado com a perda da dupla. O treinador ressaltou o fato de os dois terem passado pela base do Botafogo e chegou a falar em uma possível manutenção dos jogadores para a temporada, caso o clube consiga aparar algumas arestas.
- O Botafogo manteve diálogo com os jogadores. A diretoria esteve presente, sim, o que não acontecia com a diretoria anterior. Transmitimos, nos dois últimos dias de treinamento, que gostaríamos de ter um voto de confiança e de credibilidade. Quanto à situação de eles terem entrado na Justiça, nosso departamento jurídico está tomando as providências - disse o vice de futebol.
René Simões mostrou-se preocupado com a perda da dupla. O treinador ressaltou o fato de os dois terem passado pela base do Botafogo e chegou a falar em uma possível manutenção dos jogadores para a temporada, caso o clube consiga aparar algumas arestas.
-
Fico preocupado, claro. São dois ótimos jogadores, e eu gostaria de
tê-los no elenco. São formados aqui, têm a segunda pele botafoguense. Se
houver uma possibilidade, se o Botafogo puder reverter isso para tê-los
conosco, seria muito bom. Que eles possam repensar e que continuem
aqui. Assim, podemos ter um ano fantástico com eles, ajudaria muito -
afirmou René.
Os casos, porém, não são simples, e é difícil que a situação seja revertida. Os problemas financeiros são graves, e o presidente Carlos Eduardo já lamentou o fato de não poder cumprir com as obrigações do clube por causa do bloqueio total das receitas.
Enquanto o elenco passa por uma reformulação para a disputa da Série B, René diz já ter feito a lista dos jogadores que pensa em ter no grupo em 2015.
- Conversamos e estamos bem encaminhados. Já temos a relação dos jogadores que queremos. Vamos ver o que será possível. Não sabemos o que vamos conseguir, mas temos que nos basear em muito foco. Foco, foco, foco. Trabalho duro - finalizou.
Os casos, porém, não são simples, e é difícil que a situação seja revertida. Os problemas financeiros são graves, e o presidente Carlos Eduardo já lamentou o fato de não poder cumprir com as obrigações do clube por causa do bloqueio total das receitas.
Enquanto o elenco passa por uma reformulação para a disputa da Série B, René diz já ter feito a lista dos jogadores que pensa em ter no grupo em 2015.
- Conversamos e estamos bem encaminhados. Já temos a relação dos jogadores que queremos. Vamos ver o que será possível. Não sabemos o que vamos conseguir, mas temos que nos basear em muito foco. Foco, foco, foco. Trabalho duro - finalizou.
Por que caiu? Caiu por quê? Dossiê Botafogo III: surrealismo e descontrole
Orçamento que contava com premiação de todos os torneios do ano, aumentos para a "turma da praia", adeus de Seedorf e fiasco na Libertadores: a queda se desenha
Por GloboEsporte.com - Rio de Janeiro
A
terceira reportagem da série começa no fim de 2013, quando a falta de
planejamento do Botafogo transbordou. O Departamento de Futebol resolveu
ignorar solenemente os pedidos de contenção de despesas do financeiro.
Em vez de cortar custos, o futebol resolveu aumentá-las e produziu um
orçamento surrealista. Em janeiro, os salários já estavam em atraso e a
volta do clube à Libertadores virou um pesadelo.
CAPÍTULO III
Dossiê Botafogo
CAPÍTULO IV
No ar: 18/12
1 - O orçamento surreal
Apesar do caos
financeiro, a vitória no estadual e a vaga na Libertadores deram argumentos
para que o departamento de futebol vendesse sucesso. O Botafogo, afinal, tinha
voltado à Libertadores depois de 18 anos. Em vez de assumir os erros, Sidnei e
Chico resolveram dobrar a aposta e produziram um orçamento que beirava o inacreditável. Previram premiações para todos os títulos do ano: estadual,
Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores e Mundial.
– Fui no
Corinthians pegar o orçamento deles do time campeão do mundo. Os caras
conseguiram fazer um orçamento maior que aquele – comentou um dirigente.
Em e-mail enviado
a vários diretores, o diretor executivo Sérgio Landau reclamou que o orçamento
enviado pelo futebol previa gastos mensais de R$ 11,7 milhões. Só em salários e
direitos de imagem, a previsão mensal era de R$ 7 milhões. O departamento financeiro
tinha informado ao departamento de futebol e ao presidente, em outubro, que o
clube estava quebrado e com aquele orçamento seria bem pior. As despesas do
futebol precisariam ser reduzidas para R$ 3,7 milhões. Foi ignorado.
– O presidente de
fato do primeiro mandato foi o Landau. No segundo, Sidnei fez a cabeça do
Maurício para assumir de fato e esvaziar o Landau. O futebol não respondia a
mais ninguém.
O Conselho Fiscal rejeitou o orçamento
surrealista e exigiu um novo. Landau avisou que, mesmo se os gastos
ficassem em R$ 3,7 milhões, o clube precisaria captar R$ 40 milhões no
mercado. Anotou ainda que as despesas do futebol no último trimestre de
2013 tinham ficado numa média de R$ 5 milhões.
Orçamento do Botafogo previa premiação para todos os campeonatos da temporada (Foto: Vicente Seda)
2 - Reajustes
O
Departamento de Futebol não apenas ignorou a recomendação de corte de
custos, como resolveu aumentá-los. Entre dezembro e janeiro, um festival
de aumentos trouxe alegria para antigos e novos membros da comissão
técnica. Em dois casos, funcionários criaram
empresas e passaram a ganhar via CLT e como prestadores de serviço,
situação
que o departamento jurídico alertou que era ilegal.
Isso gerou um
desconforto em Landau, que havia criado um comitê de gestão responsável por
normatizar as alterações salariais. Como o presidente autorizava tudo o que o
futebol fazia, Landau acabou com todos os comitês. Irritado com o Futebol
e adoentado, o vice financeiro, Carlos Alberto Calumby, também pediu
exoneração. Chico Fonseca assumiu também a vice-presidência financeira.
Sérgio Landau em coletiva: fim dos três comitês após reajustes (Foto: Satiro Sodré / AGIF)
3 – "Gente de cinza"
Nada menos que 18
profissionais foram demitidos entre 2013 e 2014. Em janeiro, o departamento
médico foi demitido, junto com o fisioterapeuta Altamiro Bottino, o fisioterapeuta Alex Evangelista e o analista
de desempenho Marcelo Xavier. Os ex-técnicos dos juniores Anthoni Santoro e
Jair Ventura também entraram na barca. Criou-se uma flagrante divisão entre “o pessoal da base” e os profissionais restantes
na comissão técnica – como o preparador de goleiros Flavio Tenius, que havia
resistido por conta de sua ligação com Jefferson.
– Eles chegaram da
base com marra achando que sabiam tudo porque ganharam um campeonato de
juniores. E não sabiam nada. Não sabiam que profissional é diferente – disse um
membro da comissão técnica.
Ainda em janeiro, Loureiro promoveu
uma série de contratações. A comissão passou a ter três
auxiliares-técnicos: Eduardo Barroca e Flávio Oliveira e
um dos fiéis escudeiros de Loureiro, o preparador de goleiros Christiano
Fonseca. Outros homens de confiança de Loureiro, Marcos Pinheiro (o Mineiro) e
Cláuber Antunes, também foram promovidos para o profissional. Apesar das
demissões, a comissão técnica continuava inchada.
– Tinha mais gente
de cinza (comissão) do que de azul (jogador) no campo – comentou um dirigente.
Flavio Tenius treina Jefferson: preparador resistiu por ligação com o goleiro (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
4 – Praia rica
A
rubrica "Pessoas Jurídicas" do orçamento de futebol traz uma noção da
quantidade de aumentos ocorridos entre dezembro de 2013 e janeiro de
2014.O clube gastou R$ 291.050 em dezembro com PJs do futebol. Apesar da
recomendação de corte de custos, em janeiro esse número pulou para R$
481.474 em janeiro. Em abril chegou a R$ 595.288.
Os aumentos da chamada "turma da praia" entre 2009 e 2014 chamaram atenção. Eduardo Hungaro, que chegara ao clube em 2009 ganhando R$ 2 mil, saltara para R$ 27 mil e em janeiro de 2014 passou a R$ 65 mil já como PJ (porque virou treinador - em sua defesa, diga-se que certamente era um dos salários mais baixos da série A). Christiano Fonseca pulara de R$ 2 mil para R$ 18 mil. Ele e Ney Souto passaram a ganhar via CLT e também via PJ. Mineiro pulou de R$ 1,5 mil e passou a ganhar R$ 6 mil como auxiliar de coordenação administrativa. Felipe Arantes começara com R$ 2 mil e em 2014 já ganhava R$ 9,5 mil no cargo de auxiliar-técnico. Seu irmão, Bernardo, tinha pulado de R$ 5 mil para R$ 21 mil.
Os aumentos da chamada "turma da praia" entre 2009 e 2014 chamaram atenção. Eduardo Hungaro, que chegara ao clube em 2009 ganhando R$ 2 mil, saltara para R$ 27 mil e em janeiro de 2014 passou a R$ 65 mil já como PJ (porque virou treinador - em sua defesa, diga-se que certamente era um dos salários mais baixos da série A). Christiano Fonseca pulara de R$ 2 mil para R$ 18 mil. Ele e Ney Souto passaram a ganhar via CLT e também via PJ. Mineiro pulou de R$ 1,5 mil e passou a ganhar R$ 6 mil como auxiliar de coordenação administrativa. Felipe Arantes começara com R$ 2 mil e em 2014 já ganhava R$ 9,5 mil no cargo de auxiliar-técnico. Seu irmão, Bernardo, tinha pulado de R$ 5 mil para R$ 21 mil.
Mas os aumentos não ficaram apenas para os
praianos. O analista de desempenho Alfie Assis, que era responsável
pelas apresentações em Power Point da base, entrou no clube em 2009,
como estagiário, ganhando R$ 150. Em 2014, já como profissional, tinha
vencimentos de R$ 5.914. Um aumento de mais de 3.000% em cinco anos num
clube sem recursos.
Eduardo Hungaro comanda treino: do salário inicial de R$ 2 mil a R$ 65 mil em janeiro de 2014 (Foto: Vitor Silva/SSPress)
5 - Ilha da fantasia
A
situação financeira do clube só piorava. O clube tinha dívidas imensas
com os empresários Eduardo Uram e Carlos Leite. Devia também ao fundo do
banco BMG e buscava empréstimos de toda sorte. O fluxo de caixa já era
negativo e as penhoras tornavam a gestão praticamente impossível. O
departamento financeiro fazia malabarismo para conseguir recursos e
antecipações. Enquanto isso, o Futebol aumentava seus gastos. Em
dezembro de 2013, a vice-presidência de futebol gastou R$ 4,9 milhões.
Em janeiro, os gastos pularam para R$ 5,6 milhões. Em fevereiro chegaram
a R$ 5,8 milhões.
Carlos Leite em sua empresa: Botafogo acumula dívidas imensas com o empresário (Foto: Janir Júnior)
6 – Adeus de
Rafael Marques e Seedorf
Se o time já se
enfraquecera em 2013, o início de 2014 foi ainda pior. Seedorf parou de jogar e
foi ser técnico do Milan. Sidnei Loureiro confidenciou ao repórter Thales
Soares.
– Já sabíamos que
o Seedorf ia parar. Por isso nos planejamos antes e trouxemos o Jorge Wagner.
Outro que saiu foi
Rafael Marques. Antes criticado por Montenegro e Loureiro, ele tinha se tornado
um dos principais jogadores do time em 2013. Foi autor do gol do título estadual.
Acabou indo para a China.
– Eu não queria
sair, mas todo mundo está saindo e eles não vão pagar ninguém – confidenciou
Rafael a um amigo.
Além de Jorge Wagner,
o clube foi atrás de reforços. Sem caixa e devendo a empresários, o clube
aceitou ofertas como os gêmeos Alex e Anderson, encaixados por Eduardo Uram. E
uma série de jogadores em baixa foram contratados. Chegaram os argentinos Ferreyra
e Bolatti, Wallyson, Junior Cesar, Airton e Rodrigo Souto. Todos, sem exceção,
estavam na reserva de seus times.
Seedorf se emociona na despedida do Botafogo: meia optou por virar técnico no Milan (Foto: Satiro Sodré / SSPress)
7 – O gigante voltou
A temporada começou com uma derrota. Com Rodrigo Souto como titular e Ferreyra no ataque, o time perdeu para
o Deportivo Quito na altitude por 1 a 0. No jogo de volta, mais de 50
mil alvinegros encheram o Maracanã, fizeram um belíssimo mosaico e o
time derrotou os fraquíssimos equatorianos por 4 a 0 – com dois gols de
Wallyson.
O time se classificou para a fase de grupos – o que
valeria a premiação de R$ 200 mil para o treinador Eduardo Hungaro. E
estreou bem contra o San Lorenzo, vencendo o time argentino por 2 a 0
também no Maracanã. Mas a partir daí o time fraquejou. Fora de casa
empatou com os chilenos do Unión Española e perdeu no fim para o
Independiente del Valle.
Depois de vitória suadíssima contra
os equatorianos em casa, o time precisava apenas da vitória contra o
Unión para garantir a vaga nas oitavas de final. Irritados com o atraso
de salários e promessas não cumpridas, os jogadores ameaçaram entrar em greve antes
da partida contra o Union Española, no Maracanã. O clube dominou mas
acabou perdendo num pênalti mal assinalado. A classificação passou a
depender de um empate contra o San Lorenzo na Argentina. Em Buenos
Aires, o time foi atropelado por 3 a 0.
Os dirigentes
culparam a “postura dos atletas” pelas derrotas – mas sem recursos e com
100% das receitas penhoradas, que punições seriam possíveis?
Torcida do Botafogo faz mosaico gigante: alegria pela volta à Libertadores (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
8 - O pior estadual da história
A
“turma da base”
convenceu Hungaro a escalar o time reserva no estadual e priorizar a
Libertadores
– contra o conselho dos outros membros, como Barroca. Se time titular já
era
fraco, o reserva era péssimo. Sem talento nem organização, o Bota fez a
pior campanha
de sua história. Ficou em nono lugar com 17 pontos – atrás de
Cabofriense, Boavista, Macaé, Friburguense e Nova Iguaçu. Em 15 jogos
teve quatro vitórias, cinco empates e seis derrotas. Fez meros 16 gols e
tomou 17 – saindo do Estadual com saldo negativo. Com o duplo fracasso,
a pressão sobre Eduardo Húngaro se tornou insuportável.
Botafogo perde para o Macaé no Carioca 2014: pior campanha da história (Foto: Carlos Moraes/Agência Estado)
9 – Corte seletivo
Em
abril, a tensão
no futebol era imensa. Os salários seguiam em atraso e os jogadores
começavam a se desesperar. Pressionado por Landau e pelo financeiro, o
departamento
teve que cortar custos. Loureiro demitiu vários auxiliares que tinha
contratado
em janeiro, como Barroca e Flavio Oliveira. Para atingir
Jefferson, dispensou Flavio Tenius, trazendo para seu lugar o
ex-treinador do
Fluminense e do Grêmio Victor Hugo, ligado a Christiano Fonseca.
Esses cortes,
porém, não atingiram os homens próximos de Loureiro: o próprio Fonseca, Cláuber
e Mineiro. Todos continuaram empregados. E Duda Hungaro, mesmo rebaixado, continuou
ganhando o mesmo salário.
– Ele ganha R$ 65
mil pra carregar prancheta – dizia um membro da diretoria.
Eliminado
do estadual
e da Libertadores, o clube contratou Vagner Mancini para o Brasileiro. E
trouxe
dois auxiliares: Mauricinho e Régis. Com isso, Christiano Fonseca também
foi
rebaixado. Deixou de ser auxiliar técnico e virou novamente preparador
de goleiros. Ou auxiliar de prepardor de goleiros, já que Victor Hugo
tinha sido contratado para o cargo. Mas seu salário foi preservado.
Botafogo perde o San Lorenzo na Argentina e é eliminado da Libertadores (Foto: Juani Roncoroni/Agência Estado)
9 – O amistoso que
não foi
Sem resultados no
campo, Loureiro voltou suas baterias para os executivos do clube. Internamente,
dizia aos jogadores que o financeiro prometia recursos que nunca chegavam. O
diretor Marcelo Murad viajou para a Argentina para ver o time ser eliminado da Libertadores
contra o San Lorenzo, e o clima ficou tenso, porque jogadores reclamaram de sua
presença.
O clube acertou um
amistoso por R$ 150 mil contra o Botafogo-PB. O dinheiro seria usado para pagar
uma intertemporada em Saquarema, no CT da seleção de vôlei. Os jogadores
informaram que não iriam jogar na Paraíba. Loureiro e Assumpção resolveram demitir Bolívar, considerado o líder da
insurreição. Informaram ao empresário do atleta.
Bolívar, que
ganhava R$ 100 mil mensais, tinha renovado por R$ 360 mil em dezembro de 2013,
algo que havia assustado o departamento financeiro. Quatro meses depois seria
demitido?
– Eles disseram que querem me mandar embora.
Vamos ver se é isso mesmo – disse Bolívar.
Os jogadores se
reuniram e convocaram uma reunião com o presidente e a diretoria no Engenhão.
– Se ele sair, sai
todo mundo – disse um dos líderes do elenco.
Desmoralizados, os
dirigentes engoliram em seco e tiveram que chamar o jogador de volta. Não havia dúvidas sobre quem mandava no vestiário.
Bolívar se refresca: demitido e chamado de volta após cancelamento de amistoso (Foto: Satiro Sodré / Botafogo)
10 – Landau x
Loureiro
O clima entre
Sidnei Loureiro e Sérgio Landau ficou insustentável. Nos bastidores, os dois se
metralhavam mutuamente. Loureiro tinha escolhido a única briga que não podia
ganhar. Landau era o executivo de confiança de Assumpção, com uma teia de
relações que ia da CSM (ex-Golden Goal), operadora do sócio-torcedor do clube,
até os donos das novas arenas do futebol brasileiro – em especial a Odebrecht,
principal empresa do Consórcio Maracanã.
Sem moral com os
jogadores e com o time em frangalhos, Loureiro percebeu que ficaria com a conta
do fracasso. No meio de julho deixou o clube. E saiu atirando. Em entrevista gravada
ao GloboEsporte.com, Loureiro disse que o Futebol tinha cumprido as
metas pedidas pelo financeiro, tendo cortado 30% das folhas dos
jogadores e da comissão técnica. E bateu firme no diretor executivo
Sérgio Landau e no diretor financeiro
Marcelo Murad.
– Eles prometiam, mas
o dinheiro nunca chegava.
Landau ficou
enlouquecido. No dia 25 de julho, mandou um e-mail
desabonador para Assumpção cobrando providências e disse que iria
processar
Loureiro. Na mensagem, ele rebateu ponto a ponto as declarações do
ex-gerente. Disse que, ao contrário de cortar, os gastos do futebol
foram de R$ 6.052.000,00 em média no primeiro quadrimestre de 2014 -
muito acima dos recomendados R$ 3,7 milhões e 64% acima do que fora
aprovado pelos Conselhos Fiscal e Deliberativo do clube. Mais: disse que
uma das causas do desvio
orçamentário do departamento de futebol foi o aumento que Sidnei deu a
si mesmo
– de R$ 42 mil para R$ 65 mil entre 2013 e 2014.
Segundo
Landau,
o ex-gerente promovera uma “verdadeira sangria nos cofres alvinegros” ao
conceder aumentos generalizados no departamento "contrariando o que
determinava o departamento financeiro". O e-mail disse também que Sidnei
não
tinha “qualquer histórico de sucesso no futebol profissional” e que
"reconhecidamente não tinha moral alguma com jogadores". E bateu forte:
"Embora
fosse clara a falta de capacidade do ex-gerente para o exercício de
função tão relevante para o Botafogo, jamais poderia esperar que a menos
de um ano do término deste mandato, durante o momento mais crítico da
atual gestão, ele simplesmente colocasse seu cargo à disposição, sob o
argumento de estar fazendo isso em benefício do Botafogo, quando todos
sabem que, na verdade, ele sempre teve sua presença e autoridade
contestada pelos profissionais do futebol. Lembro que na comemoração do
título de 2012 o nosso técnico citou o nome de vários colaboradoes e
nunca o dele"
O diretor-executivo foi mais longe: afirmou
ser contra o pagamento da multa rescisória de Loureiro.
Sidnei Loureiro, em entrevista ao GloboEsporte.com: fortes críticas após sair do Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)
11 – A sinuca de
Assumpção
O e-mail de Landau
deixou Assumpção em situação difícil. Ele não podia brigar com Landau, seu
grande parceiro no clube. Mas também tinha lealdade a Loureiro. O presidente
resolveu sair pela tangente. Deu entrevista para a Rádio Globo dizendo que
tinha, sim, demitido Loureiro – o que garantiria o pagamento da multa
rescisória. Fez elogios ao trabalho do ex-gerente, mas disse que não concordava
com suas críticas ao financeiro.
Meses depois, em
setembro, em entrevista ao Esporte Espetacular, Maurício Assumpção diria que o
departamento de futebol tinha feito um orçamento realista para o ano. Sua
declaração literal.
– Sabendo dos
problemas que iríamos enfrentar por conta da questão do Ato Trabalhista e das
penhoras fiscais, fizemos um orçamento do futebol melhor que o de 2013. Em novembro de 2013, o orçamento do futebol,
que contempla base e profissional, era de R$ 6,8 milhões. Em março de 2014 caiu
para R$ 3,6 milhões. E precisávamos de um time melhor do que tinha, pois estávamos
disputando a Libertadores. Sabíamos que não podia fazer isso.
Esses números de
Maurício tinham um problema: eram diferentes dos reais. O departamento de futebol
gastou R$ 4,8 milhões em novembro de 2013. Em março de 2014 o gasto foi de R$
5,6 milhões. Ou seja, R$ 800 mil a mais mesmo com as saídas de Oswaldo, Seedorf,
Rafael Marques e Renato.
Maurício Assumpção: sinuca de bico após desentendimento entre Landau e Loureiro (Foto: Satiro Sodré)
12 – Gottardo
Sidnei Loureiro
ficou um ano e quatro meses à frente do futebol profissional e pode botar no
currículo o estadual de 2013 e a vaga na Libertadores de 2014. Para o seu lugar,
Assumpção contratou Wilson Gottardo. O ex-zagueiro, capitão do time campeão
brasileiro em 1995, chegou falando que os atletas tinham que esquecer os
problemas financeiros.
– Em 1995, fui
campeão com cinco meses de salários atrasados.
Os jogadores
odiaram a declaração. Gottardo tentou convencer Jefferson a ser uma espécie de
“líder positivo”, dizendo que deveria ser exemplo. Jefferson não gostou muito, mas disse que iria tentar.
Wilson Gottardo volta ao Botafogo como dirigente: declaração pega mal com os jogadores (Foto: Vitor Silva / SSPress)
13 – O sumiço dos
uniformes
Mais de mil peças
de uniformes desapareceram do estoque do clube. Em um áudio que circulou pelo WhatsApp,
um funcionário pedia a outro para esconder uma caixa.
– O André está
indo aí conferir. Esconde aquela caixa que tem as minhas camisas por favor –
dizia a voz na gravação.
André, no caso,
era André Silva, que levou o caso até o presidente Maurício Assumpção. Ninguém
foi punido. Contra o Criciúma, o time quis usar camisas pretas, mas no
almoxarifado não havia mais nenhuma delas. Isso gerou um corre-corre interno, e
dois dias antes da partida uma caixa com os uniformes pretos reapareceu. Os
jogadores entraram em campo com eles, que teriam sido recuperados graças a
contatos com "milicianos". Um dos funcionários que "recuperou" as roupas era
justamente o dono da voz da gravação que circulou no clube.
– Se ficássemos
aqui mais um ano, eu comprava um apartamento – ele costumava dizer aos amigos.
Botafogo quase não consegue usar camisa preta contra o Criciúma após sumiço (Foto: Getty Imagens)
14 – O breve apoio
dos cardeais
Em julho, o
futebol tinha virado um deserto de dirigentes. Com a saída de Sidnei Loureiro,
Chico Fonseca desapareceu. Quem passou a tocar o dia a dia foi o vice
administrativo, André Silva, ao lado do recém-contratado Gottardo – que ainda
tentava encontrar algum clima.
Os cofres
alvinegros estavam vazios e não havia perspectiva de receita. Os atrasos já
chegavam a cinco meses em imagem e três na CLT – sem falar no FGTS. O clube
tentava estratégias, como recorrer ao apoio do Sindicato de Atletas. Mas este tem
as suas regras próprias de pagamento. Ao receber, priorizava atletas de acordo
com o salário, de cima para baixo. Isso deixou Lucas fora de um dos pagamentos –
e o lateral-direito, irritado, deixou o clube via justiça.
André Silva pediu
ajuda a Montenegro e ao executivo Durcésio Mello, que se preparava para se
candidatar à presidência. Ambos trouxeram a promessa de pagar os salários
futuros. Houve uma reunião dos cardeais com os atletas, e a promessa alegrou o ambiente.
O clube engatou alguns bons resultados e se afastou do Z-4. Mas os cardeais
pagaram apenas o mês de julho. Em agosto, o dinheiro já não entrou. E o clima começou a azedar de vez.
Lucas, em ação contra o Cruzeiro: lateral deixou o Botafogo após acionar Justça por salários (Foto: Agência Getty Images)
AMANHÃ: DOSSIÊ BOTAFOGO IV - Descontrole, demissões e rebaixamento
Vontade de Loco Abreu sensibiliza o Bota, mas uruguaio não é a prioridade
Vice
de futebol afirma que no momento certo a diretoria vai discutir
possível retorno do uruguaio. Primeiro, clube tenta liberar verbas na
justiça
Por Fred Huber e Sofia Miranda*Rio de Janeiro
Loco Abreu não esconde seu desejo de retornar ao Botafogo, mas clube não trata volta como prioridade (Foto: Fábio Castro / Agif)
O uruguaio Loco Abreu, ídolo da torcida do Botafogo, não esconde
que tem o desejo de retornar ao clube sem muitas exigências para
participar da tentativa de reconstrução do time e de voltar para a
Primeira Divisão. O empenho do atacante, de 38 anos, sensibilizou muitos
alvinegros e também parte da diretoria. O assunto, no entanto, ainda
não é tratado como uma prioridade.
Enquanto o técnico René Simões entregou uma lista de possíveis reforços para o departamento de futebol, o presidente Carlos Eduardo Pereira tenta de todas as maneiras evitar que a totalidade das receitas do clube continue penhorada. Sem dinheiro, não há como sair ao mercado para contratar.
Enquanto o técnico René Simões entregou uma lista de possíveis reforços para o departamento de futebol, o presidente Carlos Eduardo Pereira tenta de todas as maneiras evitar que a totalidade das receitas do clube continue penhorada. Sem dinheiro, não há como sair ao mercado para contratar.
-
O Botafogo ficou sensibilizado pela determinação que ele está dizendo
que quer voltar. No momento certo, vamos definir o que será feito -
afirmou o vice de futebol Antonio Carlos Mantuano nesta quarta-feira.
Loco Abreu defendeu o Rosario Central nesta temporada, mas não parece disposto a permanecer na Argentina. Ele ainda tem contrato com Nacional, mas não está nos planos do time uruguaio para 2015.
Loco Abreu defendeu o Rosario Central nesta temporada, mas não parece disposto a permanecer na Argentina. Ele ainda tem contrato com Nacional, mas não está nos planos do time uruguaio para 2015.
Você é a favor do rebaixamento a quem não cumpre obrigação fiscal?
O "Arena SporTV" desta quarta-feira vai tratar da Lei da Responsabilidade Fiscal no Esporte, que deve ser votado na Câmara ainda neste ano
Por SporTV.com
São Paulo
O "Arena SporTV" desta
quarta-feira vai tratar da Lei da Responsabilidade Fiscal no Esporte,
que deve ser votado na Câmara ainda neste ano. O programa terá a
presença de Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, e de
Enrico Ambrogini, representante do movimento "Bom Senso".
A pergunta do dia é: você é a favor de rebaixamento para clubes que não cumpram suas obrigações fiscais? Vote!
Bandeira de Mello participa do programa "Arena SporTV" (Foto: Wilson Hebert / SporTV.com)
René é apresentado e se diz pronto para o desafio de tirar o Bota da "UTI"
No
dia em que completa 62 anos, novo técnico alvinegro considera a missão
de tirar o time da Série B a grande oportunidade da sua carreira
Por Fred Huber e Sofia Miranda*Rio de Janeiro
Contratado para ser o técnico do Botafogo em 2015 com contrato de um ano, René Simões foi apresentado no início da tarde desta quarta-feira, em General Severiano, justamente no dia do seu aniversário. Ele já começou o trabalho de planejamento junto com a diretoria, entregou uma lista de possíveis reforços e convocou os verdadeiros alvinegros a não abandonarem o clube neste momento em que está na "UTI"
- As pessoas que me ligarem hoje no meu aniversário, que me visitarem, terei muito carinho. Mas o dia que estiver na UTI, as pessoas que visitarem que são meus verdadeiros amigos. Agora é a hora de ver quem são os verdadeiros botafoguenses - disse.
René Simões é apresentado como novo técnico do Botafogo (Foto: Fred Huber)
René Simões sabe que sua missão não será das mais simples, e o próprio classificou como o "maior desafio da carreira". O Alvinegro vive uma profunda crise financeira e vê seus problemas se acumulares ao mesmo tempo em que jogadores importantes, como Gabriel e Daniel, entraram na justiça para pedir a rescisão contratual.
- Recebi esse grande presente do Botafogo. Talvez seja o maior desafio da minha carreira, mas também é uma enorme oportunidade. O Botafogo de tantas tradições, de ídolos fenomenais, que, quando criança, via Didi, Garrincha, Carlos Alberto... É uma honra muito grande estar em um clube como esse. Sei das dificuldades que teremos, mas agradeço ao presidente Carlos Eduardo Pereira, ao Mantuano (vice de futebol) e ao Carlos Alberto Torrres pela indicação. Estou muito feliz - completou.
René, que completa 62 anos nesta quarta-feira, já conquistou o título da Série B em 2007 quando dirigia o Coritiba. No Rio, ele foi técnico do Fluminense, entre 2008 e 2009, e diretor de futebol do Vasco em 2013. O técnico tem ainda como destaque em sua carreira o fato de ter classificado a Jamaica para a Copa do Mundo de 1998 e ter conquistado a medalha de prata com a seleção brasileira feminina nas Olimpíadas de Sidney, em 2000.
VER VÍDEO
Confira a entrevista completa de René Simões:
Desafio à frente do Botafogo
- A minha vida é marcada por desafios, e a grandeza do Bota estimula a gente a querer estar aqui dentro. O Bota é essa grandeza toda momentaneamente na Segunda Divisão. Espero contribuir muito. Mais do que ser um treinador, tenho que ser um cara que junte pessoas, direção, torcida, jogadores, comissão técnica.
Lista de reforços
- Conversamos e estamos bem encaminhados. Já temos a relação de jogadores que queremos e fizemos aquela relação de jogadores que sonhamos. Vamos ver o que será possível. Gera a necessidade de muita união entre todos, não sabemos que relação vamos conseguir. Temos que nos basear em muito foco, em meritocracia. Vamos ter que ter muito trabalho duro.
Como seduzir atletas a jogarem pelo Botafogo
- Ir no jogador certo. Tem muitos que não estão encaixados em grandes clubes e vão querer entrar no time do Botafogo na Série B. Vão usar o clube, assim como o clube vai usá-los, e eles vão se promover. É uma bela oportunidade jogar no Botafogo. olha o número de jornalistas que temos hoje. A sedução vai vir pelo Botafogo, não pelo o que eu vou falar para eles
Diferença da Série A para Série B
- O tipo de jogo da Série B é diferente, é um jogo mais pegado, que você tem que estar entregue em 90 minutos. A bola nem sempre está embaixo, vem mais em cima, mais agressividade dentro da área, fora da área... Pensando nisso temos uma relação de jogadores que podem ser utilizados na Série B.
Motivação para voltar a ser técnico
- O que move são meus objetivos de vida. Nos últimos dois anos fiz cinco cursos me preparando para retornar ao campo. Estava incomodado e pensei que tinha que voltar. Hoje estou muito mais preparado. Se você não tem os melhores jogadores, já que as condições financeiras inviabilizam, tem que ter o time bem treinado. Vou usar uma palavra que o Tite usou muito: desempenho. A capacidade dos jogadores de absorver no treinamento é o que a gente quer. Isso que me move. Fiz muitas coisas, me sinto um jovem de 62 anos. Fiz cursos, viajei a Europa, acordei cedo...
René Simões, Apresentação Botafogo (Foto: Vitor Silva / SSpress)
Conhece o elenco?- Eu costumo dizer que o treinador só tem conhecimento de jogador quando trabalha com ele. Fora isso, você tem informação e percepção. Conhecimento eu só vou ter quando trabalhar com eles. Vou saber quem é de jogo, quem é de treino... Vamos ver quando eu trabalhar com eles para definir o grupo para a pré-temporada e iniciar os trabalhos.
Importância de Jefferson
- Jogador como o Jefferson exerce um papel fundamental na equipe. Jogador de seleção brasileira, isso dá peso ao time. É óbvio que conto com ele".
Gabriel e Daniel, que rescindiram na justiça
- São dois ótimos jogadores. Se o Botafogo puder reverter isso para tê-los conosco, será muito bom.
Jobson
- Temos que montar o elenco e depois pensar neste processo. É um trabalho de comissão técnica. Para ganhar uma competição como a Série B, precisamos de uma comissão forte e experiente, e estamos montando isso. Vou conversar com ele (Jobson) para saber se mudou (dispenso o atacante na época do Bahia). Torço para que tenha mudado. Potencial eu sei que ele tem, mas não pode ser diferenciado dos outros na meritocracia.
Carioca e Copa do Brasil como laboratórios?
- Você não pode desprezar nenhuma competição. Autoconfiança conta, e isso ganhamos com coisas boas que acontecem com a gente. As dificuldades são muito grandes, mas vamos trabalhar. Vamos trabalhar no Campeonato Carioca, na Copa do Brasil, mas o foco principal é a Série B. Mas eu adoraria ser campeão carioca. Nunca fui, adoraria ser campeão no meu estado
Salário considerado abaixo da média do mercado
- Se olharmos todos os treinadores, todos estão ganhando menos do que ganhavam. Parabéns ao futebol brasileiro. É irracional oferecer sem ter. A mim não incomoda. Ganho mais do que a grande maioria dos milhões de brasileiros. Estou ganhando muito bem, o futebol brasileiro que estava fora da realidade. Falei isso antes (como dirigente), e agora estou me ajustando na prática.
Local da pré-temporada
Estamos visitando um local, parece excepcional. Vamos dar uma olhada, tem tudo para ser o escolhido. Já temos data, está muito bem encaminhado. Apesar der ainda estarmos discutindo algumas coisas.
*Estagiária, sob supervisão de Jessica Mello.
NOTA OFICIAL
A partir de hoje (16/12/2014) o DEPARTAMENTO DE
FUTEBOL 7 está encerrando suas atividades de muitas Glórias Regionais,
Estaduais, Nacionais e Internacionais.
Iremos manter as páginas
do Departamento de Futebol 7 "viva" para que nossos torcedores possam
ver e lembrar de nossa bela trajetória durante esses 6 anos.
Obrigado à vocês torcedores por nos apoiar em todos os momentos, nós do Departamento de Futebol 7 NUNCA iremos esquece-los!
O ÚNICO detentor da Tríplice Coroa do Esporte
CAMPEÃO MUNDIAL
CAMPEÃO BRASILEIRO
CAMPEÃO DA LIGA NACIONAL
Estaremos terminando a nossas atividades este ano, mais nosso caminhos são de Glórias!
Fogooooooooooooooooooo!
Bruno Serôa
O ÚNICO detentor da Tríplice Coroa do Esporte
CAMPEÃO MUNDIAL
CAMPEÃO BRASILEIRO
CAMPEÃO DA LIGA NACIONAL
Estaremos terminando a nossas atividades este ano, mais nosso caminhos são de Glórias!
Fogooooooooooooooooooo!
Bruno Serôa
Carta aberta - DESPEDIDA
Há exatos 06 anos e alguns dias, entrei de vez no Botafogo de Futebol e
Regatas mais não como atleta e sim como Diretor Executivo da modalidade
que na qual é extremamente apaixonante; o FUTEBOL 7!
Após 02
anos como atleta, vi a necessidade e a coragem de abraçar algo muito
maior, a gestão de uma equipe aonde o esporte era apenas um embrião.
Nesses anos de BOTAFOGO, tive muitas
responsabilidades e tive que tomar diversas decisões, tive também que
colher muitas derrotas, derrotas essas que viraram vitórias com o
desenvolver do trabalho e assim veio a criação de um Departamento
Oficial da modalidade, veio também a responsabilidade de ser o Primeiro
Clube Profissional a criar um Departamento voltado para a prática do
Futebol 7 e vendo no esporte a possibilidade de trazer grandes glórias,
revelação atletas (levamos diversos atletas para jogarem Futsal fora do
Brasil) e de mostrar a todos que não é somente de Futebol Profissional
que se faz um Clube.
Com a criação do Departamento de Futebol
7, veio mais responsabilidades e um mundo completamente novo e
desconhecido a desbravar. Então me agarrei com todas as minhas forças e
procurei sempre observar dirigentes honestos, suas condutas, suas
decisões para que futuramente eu pudesse ter o mínimo de sabedoria a
frente do Departamento de Futebol 7 (e tive a honra de tê-los no
BOTAFOGO, ou seja, não precisei sair de casa). Fiz questão de iniciar as
atividades do Futebol 7 na Terceira Divisão (feito esse que somente o
BOTAFOGO fez questão de iniciar por baixo e fazer o correto), assim
fomos tendo credibilidade num esporte que acabara de nascer,
conquistamos então de forma invicta o Campeonato Carioca da Terceira
Divisão e assim conquistamos também a Segundona, partindo então pra
famosa “Elite” – Primeira Divisão.
Já na Primeira Divisão,
tomamos o conhecimento profissional da modalidade, a visibilidade que o
esporte agregava a “MARCA” (televisão ao vivo, jornais, sites de
diversos meios de comunicação e etc..), a responsabilidade que tínhamos
na 3ª Divisão agora era imensurável. Aos poucos, fomos conquistando
torneios, campeonatos e a Sala de Troféu de General Severiano foi
ficando cheia.
Foi então que dentro do Departamento de Futebol
7, eu criei Sub-Departamentos; Juríco, Comercial, Marketing, Social, TI,
Futebol entre outros...
Quando dei por mim, tinha montado um
esquema que andava muito bem dentro de campo e fora de campo e muito bem
dentro do Clube, respeitando sempre as Normas e Regulamentos do nosso
BOTAFOGO. Como num amanhecer lindo, o BOTAFOGO tinha se tornado o melhor
time do mundo, isso mesmo, em 2012 o BOTAFOGO conquistou as competições
mais importantes do esporte e tendo assim o direito de ostentar o
título da TRÍPLICE COROA – CAMPEÃO MUNDIAL DE CLUBES, CAMPEÃO BRASILEIRO
E CAMPEÃO DA LIGA NACIONAL!
Diga-se de passagem que é o ÚNICO que tem a Tríplice Coroa.
Mesmo em 2012, o Departamento de Futebol 7 levou para dentro do
BOTAFOGO o Futsal que na qual teve uma brilhante passagem em todas as
categorias, conquistando diversos títulos Nacionais e Estaduais, assim
como o seu “primo” Futebol 7 que conquistou títulos Internacionais,
Nacionais e Estaduais em diversas categorias.
Estava aí o
BOTAFOGO mais uma vez na frente de diversos Clubes, em duas modalidades
de grande visibilidade. Quando 2013 chegou, o Departamento de Futebol 7
trouxe consigo mais 02 (duas) modalidades: Futebol Feminino de Campo e
Judô em todas as categorias.
Não preciso nem dizer que foi
SUCESSO absoluto, o Judô com diversos títulos Nacionais e Regionais e o
Futebol Feminino de Campo pela primeira vez vestia a camisa Alvinegra da
modalidade.
Ah, o Futebol Feminino!
Diversas atletas da
Seleção Brasileira Sub-15,17,20 e Adulto (assim como a equipe de Futebol
7), com um bom planejamento e muito trabalho conseguimos a tão sonhada
vaga do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de Campo (feito
inédito) aonde conseguimos a 4ª Colocação, mas levantamos o troféu de
CAMPEÃO Carioca E Vice – Campeão em duas categorias.
Vale
ressaltar que todos os esportes que o Departamento de Futebol 7 teve a
gestão nesses anos, NUNCA teve nenhum aporte financeiro do Clube, era um
Departamento independente que cumpriu com suas obrigações sem onerar o
BOTAFOGO em nenhum momento. O Departamento de Futebol 7, sobrevivia a
base de seus patrocinadores de cada esporte, sendo assim o responsável
direto por manter sua folha salarial de cada membro envolvido
diretamente, seja ele no Futebol 7, Futebol Feminino de Campo, Futsal ou
Judô.
O Clube por sua vez, nos dava os uniformes para que
pudéssemos ir para as competições uniformizados e assim fazendo valer a
elegância Gloriosa do nosso BOTAFOGO.
Volto a dizer, o BOTAFOGO
nunca me deu 01 centavo sequer para comprar água, taxas das Federações,
passagens ou outros tipos, o Departamento de Futebol 7 existiu durante
todos esses anos graças a gestão e planejamento de todos os integrantes
envolvidos diretamente com seus esportes.
Hoje o sonho acabou,
porém certo de entender e saber que o trabalho foi bem feito e de grande
SUCESSO, e digno de um Clube grande como o BOTAFOGO. Hoje termino um
ciclo de MUITAS conquistas, de MUITAS glórias, de MUITAS alegrias aos
torcedores botafoguense e de MUITA paixão por esse clube que honrei e
defendi durante esses anos.
Agradeço a todos que estiveram
comigo nessa “batalha” de tantos anos, aos que fizeram história com a
camisa do BOTAFOGO e fiquem certos que cada um de vocês contribuíram ao
máximo para que o DEPARTAMENTO DE FUTEBOL 7 tenha sido reconhecido
MUNDIALMENTE e com o crescimento do esporte.
Obrigado a todos
os Sub-Departamentos; Futsal, Futebol Feminino de Campo e Judô, obrigado
aos membros das comissões técnicas, aos atletas, ao patrocinadores que
sem vocês o Departamento de Futebol 7 não teria essa visibilidade, aos
dirigentes que acreditaram que tudo isso era possível e foi possível e
aos funcionários do BOTAFOGO que me acolheram de braços abertos.
Obrigado!
Bruno Serôa
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