"A regra não mudou", diz instrutor Fifa sobre recentes polêmicas do apito
Larrionda
explica recomendações sobre mão na bola e bola na mão em reunião da CBF
com árbitros e capitães. Sérgio Corrêa pede paciência com novos
árbitros
Sergio
Corrêa, presidente da comissão de arbitragem da CBF, quer esclarecer
interpretação sobre pênaltis polêmicos (Foto: Vicente Seda)
A
comissão de arbitragem da CBF convocou para a tarde desta quinta-feira
uma reunião na sede da entidade com árbitros que atuarão na próxima
rodada, a cúpula da comissão, instrutores, capitães das 20 equipes da
Série A do Campeonato Brasileiro e o instrutor da Fifa Jorge Larrionda.
O objetivo é, além de esclarecer as recomendações da entidade em certos tipos de situações, analisar lances em vídeo, além de debater e esclarecer especialmente as recomendações da Fifa para interpretação de lance de mão na bola ou bola na mão. Depois da Copa do Mundo, a Fifa transmitiu a recomendação para suas filiadas de maior rigor na avaliação deste tipo de lance e, desde então, houve um aumento de pênaltis marcados em decorrência de toques na mão dentro da área.
O objetivo é, além de esclarecer as recomendações da entidade em certos tipos de situações, analisar lances em vídeo, além de debater e esclarecer especialmente as recomendações da Fifa para interpretação de lance de mão na bola ou bola na mão. Depois da Copa do Mundo, a Fifa transmitiu a recomendação para suas filiadas de maior rigor na avaliação deste tipo de lance e, desde então, houve um aumento de pênaltis marcados em decorrência de toques na mão dentro da área.
De acordo com Larrionda, que usou vídeos de partidas da Copa do Mundo
no Brasil para dar explicações - México x Camarões, Uruguai x
Inglaterra, Alemanha x Nigéria e Honduras x Equador -, falhas por parte
da arbitragem merecem cuidado maior.
- A
regra não mudou, é claro, mas não mudou o fato de que os árbitros seguem tendo
problemas. Por isso tentamos dar a eles parâmetros objetivos para resolver
estas situações.
Nem todos os capitães estiveram presentes, mas compareceram jogadores como Fábio Santos, do Corinthians, Tinga, do Cruzeiro, e Índio, do Internacional. O evento também foi acompanhado pelo procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, e aberto pessoalmente pelo presidente da CBF, José Maria Marin.
- Quero renovar a nossa confiança na nossa arbitragem, tivemos árbitro brasileiro apitando final de Copa do Mundo. Então, com relação ao material humano, reconheço, endosso e respondo por ela. É da melhor qualidade - afirmou Marin.
Nem todos os capitães estiveram presentes, mas compareceram jogadores como Fábio Santos, do Corinthians, Tinga, do Cruzeiro, e Índio, do Internacional. O evento também foi acompanhado pelo procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, e aberto pessoalmente pelo presidente da CBF, José Maria Marin.
- Quero renovar a nossa confiança na nossa arbitragem, tivemos árbitro brasileiro apitando final de Copa do Mundo. Então, com relação ao material humano, reconheço, endosso e respondo por ela. É da melhor qualidade - afirmou Marin.
A
regra não mudou, é claro, mas não mudou o fato de que os árbitros seguem tendo
problemas."
Jorge Larrionda, instrutor da Fifa
O presidente da comissão de arbitragem da CBF, Sérgio
Corrêa, explicou que espera, com a reunião, esclarecer definitivamente
qual é a recomendação da Fifa para esse tipo de lance. Justamente por
isso, convidou Larrionda, o instrutor da Fifa responsável por passar essa
orientação aos árbitros brasileiros.
- Exatamente depois dessa polêmica, convidamos o Massimo Bussacca (presidente da comissão de arbitragem da Fifa), pedimos que representássemos as diretrizes, e nada melhor do que aquele instrutor que passou isso para os árbitros fazer a apresentação dos vídeos. A gente espera com isso esclarecer de vez essa questão criada, não pela arbitragem, mas pela interpretação, que é diferente para cada um.
Corrêa explicou que um encontro semelhante já ocorreu somente com os capitães de cada equipe para que ficassem mais claras as orientações recebidas pelos árbitros. Agora, diante das recentes polêmicas, a entidade decidiu convocar também o instrutor da Fifa, árbitros e jornalistas.
- Exatamente depois dessa polêmica, convidamos o Massimo Bussacca (presidente da comissão de arbitragem da Fifa), pedimos que representássemos as diretrizes, e nada melhor do que aquele instrutor que passou isso para os árbitros fazer a apresentação dos vídeos. A gente espera com isso esclarecer de vez essa questão criada, não pela arbitragem, mas pela interpretação, que é diferente para cada um.
Corrêa explicou que um encontro semelhante já ocorreu somente com os capitães de cada equipe para que ficassem mais claras as orientações recebidas pelos árbitros. Agora, diante das recentes polêmicas, a entidade decidiu convocar também o instrutor da Fifa, árbitros e jornalistas.
Jorge Larrionda, ex-árbitro, hoje instrutor da Fifa, usa vídeos de partidas da Copa do Mundo no Brasil para dar explicações sobre lances polêmicos de bola na mão ou mão na bola (Foto: Vicente Seda)
- Na rodada passada, convidamos os capitães, já apresentamos uma série de vídeos para eles entenderem quais movimentos poderiam gerar essa interpretação. Hoje preferimos trazer todo mundo para que as pessoas possam entender quais são as orientações que a Fifa passou. Aqui no Brasil isso tomou uma dimensão muito elevada, e queremos mostrar como foi passado.
Tem muita coisa para ser ajustada. Por isso é boa a iniciativa. Às vezes a
gente reclama demais e faz pouca coisa para ajudar."
Fábio Santos, do Corinthians
O dirigente também pediu paciência
com novos árbitros. Comparou o amadurecimento deles na função ao
desenvolvimento de um jogador de futebol.
- É
uma transição, estamos com 12 a 15 árbitros jovens, vindo para a Série
A. É como um jogador novo, as pessoas nem sempre têm paciência, criticam
muito e isso acaba prejudicando um pouco. Mas a arbitragem evoluiu sim e
tenho dados que comprovam isso.
Capitão e árbitro
Fábio Santos, lateral-esquerdo do Corinthians, considera essencial a participação dos jogadores na discussão:
Fábio Santos, lateral-esquerdo do Corinthians, considera essencial a participação dos jogadores na discussão:
- Tem muita coisa para ser ajustada. Por isso é boa a iniciativa. Às vezes a gente reclama demais e faz pouca coisa para ajudar. É importante procurar ajudar a arbitragem, entender a regra do motivo de dar falta ou não. É complicado em campo, e a iniciativa é importante para melhorar o futebol. Por isso, nós, do Corinthians, estamos aqui.
Segundo Igor Junio Benevenutto, árbitro da CBF - foi ele quem expulsou Emerson Sheik e Julio Cesar no episódio no qual o atacante afirmou diante da câmera de TV que a CBF é uma vergonha -, a reunião é importante para esclarecer dúvidas. E reconheceu falhas de interpretação também do quadro de arbitragem.
- A explicação deles tem sido clara, didática, passada com perfeição. Mas, às vezes, a imprensa e os jogadores não têm o conhecimento do que tem acontecido e isso gera dúvida mais para os jogadores do que para a arbitragem. Às vezes, marcamos de forma equivocada. Não é porque não entendemos, mas o ser humano falha também. Vem numa hora boa essa reunião.