Em novo julgamento, Emerson é punido por chamar CBF de "vergonha"
Atacante,
ex-Botafogo, voltou a ser julgado por conta de expulsão contra o Bahia
no Brasileiro e declarações sobre a CBF e, desta vez, pegou um jogo de
suspensão
Na
tarde desta quarta-feira, o atacante Emerson, demitido no começo do mês
do Botafogo, voltou a ser julgado por conta de sua expulsão contra o
Bahia, no dia 17 de setembro. Depois de ser absolvido pela Primeira Comissão do STJD por chamar a CBF de "vergonha" (veja no vídeo abaixo),
o jogador foi punido pelo Pleno por um jogo por conta das declarações. O
tribunal manteve ainda a pena inicial, de quatro jogos por ofensas ao
árbitro Igor Junio Benevenuto, e acrescentou ainda mais um jogo por
jogada desleal. No total, pena de seis partidas.
VÍDEO
VÍDEO
O
julgamento desta vez ocorreu durante a XXII Conferência Nacional dos
Advogados, promovida pelo Conselho Federal da OAB, no Riocentro, Zona
Oeste do Rio de Janeiro. O atleta foi denunciado novamente em três
artigos: 243-F (Ofensa à arbitragem), 254 (Jogada violenta) e 258
(Atitude reiterada de afronta e reclamação contra instituições e
autoridades com claro intuito intimidatório e desrespeitoso através da
mídia) do CBJD - Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
O
procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, em sua explanação pediu
punição exemplar ao atacante, lembrando o histórico de polêmicas de
Emerson.
- Vou começar pelo astro daquele dia. O atleta
conhecido como Sheik, como mostrado pelas imagens, praticou jogada
violenta, não foi normal, a foto (veja abaixo) está aí.
Foi expulso e, por isso aí, não foi punido. Não contente com a
expulsão, proferiu toda sorte de xingamentos contra o árbitro. Foi
punido. Não contente com essas infrações, chamou para si a figura do
paladino da moralidade chamando uma das câmeras e dizendo em alto e bom
som que a entidade organizadora era uma vergonha. Esse atleta merece uma
reprimenda muito além das míseras três partidas por ter ofendido a
arbitragem - discursou Schmitt.
Imagem da perna de Ueliton, do Bahia, após entrada de Emerson foi exibida no telão (Foto: Vicente Seda)
No
primeiro julgamento, ocorrido no dia 29 de setembro, Emerson foi punido
apenas pelo artigo 243-F (Ofensa à arbitragem). Foi absolvido naquela
ocasião nos artigos 254 (Jogada violenta) e 258 (Atitude reiterada de
afronta e reclamação
contra instituições e autoridades com claro intuito intimidatório e
desrespeitoso através da mídia). Desta vez, no Pleno, todos os auditores
votaram por condenações em todos os artigos. Houve divergência em
relação ao 258, com penas variando de um a dois jogos, mas prevaleceu o
voto inicial dado pelo relator do caso, Ronaldo Botelho Piacente,
seguido pela maioria.
Quem defendeu o atleta foi o advogado
Rafael Pestana, que apelou ao direito de expressão do jogador e citou o
momento ruim pelo qual atravessa a arbitragem brasileira para aliviar a
situação de seu cliente.
- Antes vou fazer um convite ao
cenário desses acontecimentos. Muito se fala que a arbitragem brasileira
é a melhor do mundo. O momento que vivíamos era extremamente conturbada
para a arbitragem. Críticas de jornalistas, torcedores, jogadores,
dirigentes...Até o José Maria Marin (presidente da CBF) disse que não
estava satisfeito e estudando melhorias para a arbitragem
Evidente que isso é transferido para o campo de jogo. E ele não extrapolou o seu direito à livre manifestação de pensamento. A defesa pede que seja mantida a absolvição do atleta - defendeu.
Evidente que isso é transferido para o campo de jogo. E ele não extrapolou o seu direito à livre manifestação de pensamento. A defesa pede que seja mantida a absolvição do atleta - defendeu.
STJD trocou o seu plenário, no Centro do Rio, pelo Pavilhão 4 do Riocentro (Foto: Vicente Seda)
Outros
dois jogadores do Botafogo expulsos na partida contra o Bahia também
voltaram a ser julgados. Ramírez teve a pena de um jogo mantida, já
cumprida, e Julio Cesar, demitido do clube ao lado de Sheik, foi
condenado novamente a quatro partidas por ofensas.
Como os
contratos de Emerson e Julio Cesar ainda não foram rescindidos pelo
Botafogo, os atletas começarão a cumprir a pena a partir da rodada do
fim de semana. Se o vínculo com o Alvinegro for encerrado antes do fim
da suspensão, terão de pagar no ano que vem, quando estiverem em outras
agremiações.