"Faltou um pouquinho de futebol", diz Mancini sobre empate com o Sport
Técnico crê que um armador de origem ajudaria o time a conseguir melhor resultado
Um pouco mais de futebol. Para o técnico Vagner Mancini, foi isso que faltou ao Botafogo na noite deste domingo, no Raulino de Oliveira. Segundo o comandante alvinegro, um armador poderia ter contribuído para um melhor resultado da sua equipe. O empate por 1 a 1 com o Sport, no Raulino de Oliveira, porém, ajudou o time a conseguir ficar dois jogos sem perder no Brasileirão - havia vencido o Corinthians por 1 a 0 na rodada anterior -, o que de certa forma alivia a pressão e deixa o Alvinegro a apenas a um ponto do Vitória, o primeiro fora do Z-4.
- O objetivo era chegar aos três pontos, o que nos daria a chance de sair da zona. A gente lutou muito em campo, os atletas se desgastaram de uma forma vistosa, mas faltou um pouquinho de futebol. Faltou um armador de origem no primeiro tempo. Na segunda etapa, a equipe foi para frente, chegou ao empate, criou oportunidades. Não estamos satisfeitos, mas agregado ao jogo do Corinthians, temos de pensar dessa forma. De seis pontos, fizemos quatro. Não perdemos. A sequência de derrotas chateava. Temos de pensar em Coritiba e Flamengo para pontuar e sair lá da parte de baixo - disse Vagner Mancini.
Com
30 pontos e em 17º, o Botafogo volta a campo na quarta-feira para
encarar o Coritiba, lanterna do Campeonato Brasileiro. O jogo acontece
às 21h.
Confira a íntegra da entrevista de Vágner Mancini:
Confira a íntegra da entrevista de Vágner Mancini:
Resgate da confiança
O
fato como a equipe jogou o segundo tempo, falamos no intervalo, (os
jogadores) voltaram de uma forma diferente. Na segunda etapa,
pressionou, chutou mais, embora tenha mexido na equipe, abri o
meio-campo. A equipe sai fortalecida pelo segundo tempo. A gente
esperava vencer o Sport hoje. O ponto somado, a reação da equipe no
jogo, nos fortalece para quarta-feira. Vivemos muitas coisas entre o
jogo do Santos e hoje. Tivemos de desligar a chave emocional, isso tem
um preço. Vi nossa equipe dar o controle do jogo ao Sport em alguns
momentos. O que ouvi no fim do jogo é que a caminhada para sair da parte
de baixo está no início, mas está ocorrendo.
Jobson
Fiquei
muito satisfeito com a atuação do Jobson, não em termos técnicos, mas
pela disposição, vontade de jogar. Chamei aos 28 do segundo tempo, ele
pediu para ficar em campo. Esse tipo de disposição, de argumento, é o
que estamos precisando. Diante do que foi visto na partida, muitos erros
de ordem tática, sobrou vontade. Estamos tentando compensar na vontade.
Se o Sport foi difícil, vai ser mais difícil ainda contra o Coritiba.
Precisamos que todos façam o máximo.
Rendimento em casa
Os
jogos são dificílimos. Aquilo que o Sport fez hoje, vamos enfrentar
contra o Coritiba. Mas outras equipes têm sequências difíceis, temos de
olhar nosso caminho, esquecer os dos outros. Mas é uma luta diária,
temos de ver a sequência dos outros. Estamos numa guerra, temos de olhar
para todos nesse momento, saber o que pode acontecer com nossos
adversários diretos.
Vagner Mancini em ação contra o Sport (Foto: Vitor Silva / SSpress)
Problemas fora de campo
Eu
espero que esse último episódio tenha sido realmente o último. A gente
não pode admitir que mais nada aconteça. Tive um papo com atletas e
integrantes do departamento de futebol do Botafogo para que o dia a dia
fique melhor. A gente está remendando em alguns momentos, de repente tem
que entrar em campo, tem rendimento, é cobrado. Não é desculpa, mas não
está fácil desempenhar o trabalho no dia a dia que estamos tendo. Peço a
todos que nos ajudem, é a hora de o botafoguense enxergar que estamos
precisando de ajuda.
Conversa com os torcedores
Saiu
uma ou outra confusão, cada um tem uma maneira de dizer, diferente de
aceitar. Houve um ou outro atrito, mas foram para nos apoiar, dizer que
estão com a comissão e com os atletas, que vão lutar até o fim. Nós
estamos precisando de ajuda, é um momento marcante na vida de todos nós.
Tom da cobrança dos torcedores
O
que mostra o vídeo é uma confusão entre eles. O torcedor acabou falando
o que não devia, na mesma hora foi repreendido pela turma dele. Ninguém
entrou na confusão. É necessário dizer isso também. Como entraram no
Botafogo, não posso dizer. Foram lá dar um voto de confiança. A forma
que entraram eu não posso dizer, mas tenho que falar a verdade. Foram lá
para apoiar. O Engenhão é muito grande. Às vezes, é incontrolável, é
difícil fechar tudo. Felizmente entraram para dar apoio, ou seria uma
catástrofe.
Reflexo da invasão dos torcedores no time
Mexe
de um lado, gera um pouco de estresse, o que também é bom. Não podemos
viver essa situação numa zona de conforto, desde que saiba assimilar e
possa ter energia. A entrada dos torcedores gerou até energia. A gente
não espera todo dia e não pode aceitar. O torcedor quer que o tormento
acabe, nós somos profissionais. Não é do dia para a noite que o Botafogo
vai sair dessa situação. Chegamos a último lugar e estamos em 17º. A
equipe evoluiu em termos de pontos.
Ausência de André Bahia
Nossa
zaga teve desempenho ruim no primeiro tempo, gerou insegurança. Não
posso sair fazendo a troca de jogadores por erros, todo mundo erra. O
comportamento do André Bahia acaba gerando segurança. Se formos
analisar, muitas peças saíram, outras entraram, o trem andando e eu
tendo que fazer as alterações. Nós não queremos ver isso nos jogos, mas é
possível que aconteça oscilações. Tem a pressão, uma situação
desconfortável para todos nós. Gera desgastes, André Bahia fez falta,
passa segurança ao setor, mas ao longo dos jogos isso vai acontecer.
Briga contra o tempo
A
saída da Copa do Brasil vai dar um pouco mais de tempo para a gente.
Vai fazer com que daqui para frente a gente tenha um time mais inteiro.
Vi meu time arriado em campo nos 10 minutos finais contra o Sport. Ter
uma semana de treinamento vai ser maravilhoso. A gente vai poder
trabalhar a tática também.
Volta de Carlos Alberto
O
caso do Carlos Alberto é um caso em que ele não teve ritmo de jogo para
chegar e entrar. É muito difícil falar de uma situação onde a gente
deposita uma ansiedade muito grande, e o cara não está pronto. Temos de
entender. A entrada ao longo dos jogos não foi a que ele pode fazer e
que nós esperamos. Estamos no fim do campeonato, é necessário que tanto o
Carlos Alberto e o elenco do Botafogo entendam que a gente tem que ter
posse de bola. Eu vivo de passes agudos para Rogério, Jobson, Wallyson.
Falta uma cabeça pensante para não sobrecarregar o Ramirez.
Ferreyra
Fez cirurgia, acho que dificilmente joga até o fim do ano. Espero que ele volte, mas temos de esquecer o Ferreyra, infelizmente.