Empresário e presidente do Botafogo trocam acusações após garoto "sumir"
Mauro
Azevedo afirma que clube privilegia alguns agentes internamente.
Maurício Assumpção rebate, dizendo que empresário sugeriu pagar
"pedágio" por um jogador
Após a publicação do post no blog "Na base da bola" sobre o sumiço do jovem meia Wenderson,
do Botafogo, o empresário do jogador, Mauro Azevedo, se pronunciou
sobre o caso. Citado no texto, ele afirmou que precisaria fazer
esclarecimentos.
Azevedo critica a falta de organização do Botafogo e diz ter a impressão de que, no clube, os jogadores com potencial são direcionados para seus "agentes preferidos". Além disso, afirma que o jogador não foi procurado pelo Botafogo para assinar contrato e não sumiu. Confira a íntegra da nota.
"O jogador não desapareceu. Está em casa, de férias de atividades do clube, como todos os outros atletas da categoria. Nunca houve contato do Botafogo mostrando interesse em profissionalizá-lo, que inclusive, por motivos pessoais, não está estudando este ano. O clube, devido a total falta de organização, não tem nem conhecimento desse fato.
Quanto ao meu trabalho, posso ser facilmente encontrado, o que nunca ocorreu, mesmo o clube tendo ciência que sou o agente do atleta. O único contato ocorreu há cerca de três meses, quando a assistente social e nutricionista chamaram o pai, pedindo que fizesse um esforço para melhorar a alimentação, porque infelizmente nem ajuda de custo e alimentação o Botafogo poderia oferecer(palavras das duas profissionais).
A impressão é que no clube algumas pessoas direcionam os jogadores com potencial para seus “agentes preferidos”. Infelizmente, quando um jogador opta por outro agente, passa sofrer retaliação.
Para quem não me conhece, trabalho no mercado há 15 anos, e prezo pela transparência em negociações. Jamais tive problemas deste tipo. Torço para que a transição de diretoria no Botafogo aconteça o quanto antes, pois a torcida, apaixonada que é, não merece ter o clube administrado pelas pessoas que ali estão”.
A resposta do clube
- Tenho um recado para a torcida do Botafogo: perguntem aos candidatos à presidência quais os planos dele para a base do clube. Isso é fundamental, e a resposta sobre o comentário de que a base está ruim está na quantidade de títulos e de jogadores revelados e vendidos no time de cima, além dos convocados para a Seleção. A base do Botafogo é a que mais cresceu no Rio de Janeiro nos últimos anos.
Sobre Wenderson, o presidente afirma conhecer o atleta e explica a situação.
- Esse atleta era sub-16 e estava sendo observado pelo Felipe, que era o técnico do sub-17. Há uma documentação interna de um mês atrás que pedia para que fosse feito um contrato profissional com ele.
A eliminação da equipe na Taça Guilherme Embrey Sub-16 ocorreu no dia 30 de setembro, uma terça-feira. O Botafogo afirma que os atletas da categoria treinariam nos três dias seguintes e entrariam em férias após a sexta-feira. O clube diz que comunicaria Wenderson sobre o primeiro contrato profissional naquela semana, e que não teve tempo para fazer isso, pois o jogador não treinou quarta, quinta e sexta-feira e não atendeu aos telefonemas do clube. Maurício Assumpção também fala sobre o fato do jogador não estar estudando, e a situação alimentar do jogador.
- Em relação ao fato do jogador não ir à escola, estávamos por dentro da situação. No meio do ano, a escola pediu o boletim de todos os jogadores, e ele não o entregou. Nossa assistente social ligou para a família do jogador, e o pai disse que estava com dificuldade para pagar a mensalidade. Sobre a alimentação, oferecemos no clube refeições comuns. Quando há a necessidade de um reforço, a nutricionista comunica a família. O Botafogo tem condições de dar esse reforço? Não. Outros clubes têm? Sim, poucos.
Problema antigo entre clube e empresário
Maurício Assumpção afirma que o problema entre o clube e Mauro Azevedo é mais antigo do que a situação envolvendo Wenderson.
- Começou por causa de um jogador do sub-20 que ele representava. o Botafogo disse que não ia renovar contrato com o atleta, ele insistiu, nós dissemos que não temos interesse, ele mandou um torpedo perguntando a quem ele teria que pagar pedágio para que o jogador fosse contratado. Eu estou sabendo disso lá de trás, porque vou aos jogos, participo, sei o nome dos meninos, sei tudo o que acontece. Esse senhor não atendeu as nossas ligações procurando o Wenderson.
Mauro Azevedo confirma a existência do diálogo, que será transcrito abaixo, com Johnny Rodrigues, gerente de relação de contratos do Botafogo, mas afirma que o tom na frase sobre o "pedágio" é de ironia.
- Não houve pedágio e nunca haveria da minha parte. Me referi ironicamente, pois se tivesse que pagar, o faria para a empresa da família do presidente, tendo em vista que é algo que se tornou público recentemente. Não consigo entender a dificuldade em renovar contrato com um jogador pelo qual o próprio clube tinha interesse. Achei, no mínimo, estranho, pois tudo isso aconteceu no período de um mês. Na única reunião que tive com o Botafogo, o funcionário me recebeu e me convidou para tomar um café no shopping ao lado, tamanho é o amadorismo com que fui recebido - alfineta.
Confira o diálogo entre Mauro Azevedo (azul) e Johnny Rodrigues (cinza).
Azevedo critica a falta de organização do Botafogo e diz ter a impressão de que, no clube, os jogadores com potencial são direcionados para seus "agentes preferidos". Além disso, afirma que o jogador não foi procurado pelo Botafogo para assinar contrato e não sumiu. Confira a íntegra da nota.
"O jogador não desapareceu. Está em casa, de férias de atividades do clube, como todos os outros atletas da categoria. Nunca houve contato do Botafogo mostrando interesse em profissionalizá-lo, que inclusive, por motivos pessoais, não está estudando este ano. O clube, devido a total falta de organização, não tem nem conhecimento desse fato.
Quanto ao meu trabalho, posso ser facilmente encontrado, o que nunca ocorreu, mesmo o clube tendo ciência que sou o agente do atleta. O único contato ocorreu há cerca de três meses, quando a assistente social e nutricionista chamaram o pai, pedindo que fizesse um esforço para melhorar a alimentação, porque infelizmente nem ajuda de custo e alimentação o Botafogo poderia oferecer(palavras das duas profissionais).
A impressão é que no clube algumas pessoas direcionam os jogadores com potencial para seus “agentes preferidos”. Infelizmente, quando um jogador opta por outro agente, passa sofrer retaliação.
Para quem não me conhece, trabalho no mercado há 15 anos, e prezo pela transparência em negociações. Jamais tive problemas deste tipo. Torço para que a transição de diretoria no Botafogo aconteça o quanto antes, pois a torcida, apaixonada que é, não merece ter o clube administrado pelas pessoas que ali estão”.
A resposta do clube
Mauricio Assumpção, presidente do Botafogo: "O problema com esse empresário é antigo" (Foto: Vitor Silva / SSPress)
O presidente do clube, Maurício Assumpção, entrou em contato com o blog para responder sobre as acusações sofridas.- Tenho um recado para a torcida do Botafogo: perguntem aos candidatos à presidência quais os planos dele para a base do clube. Isso é fundamental, e a resposta sobre o comentário de que a base está ruim está na quantidade de títulos e de jogadores revelados e vendidos no time de cima, além dos convocados para a Seleção. A base do Botafogo é a que mais cresceu no Rio de Janeiro nos últimos anos.
Sobre Wenderson, o presidente afirma conhecer o atleta e explica a situação.
- Esse atleta era sub-16 e estava sendo observado pelo Felipe, que era o técnico do sub-17. Há uma documentação interna de um mês atrás que pedia para que fosse feito um contrato profissional com ele.
A eliminação da equipe na Taça Guilherme Embrey Sub-16 ocorreu no dia 30 de setembro, uma terça-feira. O Botafogo afirma que os atletas da categoria treinariam nos três dias seguintes e entrariam em férias após a sexta-feira. O clube diz que comunicaria Wenderson sobre o primeiro contrato profissional naquela semana, e que não teve tempo para fazer isso, pois o jogador não treinou quarta, quinta e sexta-feira e não atendeu aos telefonemas do clube. Maurício Assumpção também fala sobre o fato do jogador não estar estudando, e a situação alimentar do jogador.
- Em relação ao fato do jogador não ir à escola, estávamos por dentro da situação. No meio do ano, a escola pediu o boletim de todos os jogadores, e ele não o entregou. Nossa assistente social ligou para a família do jogador, e o pai disse que estava com dificuldade para pagar a mensalidade. Sobre a alimentação, oferecemos no clube refeições comuns. Quando há a necessidade de um reforço, a nutricionista comunica a família. O Botafogo tem condições de dar esse reforço? Não. Outros clubes têm? Sim, poucos.
Problema antigo entre clube e empresário
Maurício Assumpção afirma que o problema entre o clube e Mauro Azevedo é mais antigo do que a situação envolvendo Wenderson.
- Começou por causa de um jogador do sub-20 que ele representava. o Botafogo disse que não ia renovar contrato com o atleta, ele insistiu, nós dissemos que não temos interesse, ele mandou um torpedo perguntando a quem ele teria que pagar pedágio para que o jogador fosse contratado. Eu estou sabendo disso lá de trás, porque vou aos jogos, participo, sei o nome dos meninos, sei tudo o que acontece. Esse senhor não atendeu as nossas ligações procurando o Wenderson.
Mauro Azevedo confirma a existência do diálogo, que será transcrito abaixo, com Johnny Rodrigues, gerente de relação de contratos do Botafogo, mas afirma que o tom na frase sobre o "pedágio" é de ironia.
- Não houve pedágio e nunca haveria da minha parte. Me referi ironicamente, pois se tivesse que pagar, o faria para a empresa da família do presidente, tendo em vista que é algo que se tornou público recentemente. Não consigo entender a dificuldade em renovar contrato com um jogador pelo qual o próprio clube tinha interesse. Achei, no mínimo, estranho, pois tudo isso aconteceu no período de um mês. Na única reunião que tive com o Botafogo, o funcionário me recebeu e me convidou para tomar um café no shopping ao lado, tamanho é o amadorismo com que fui recebido - alfineta.
Confira o diálogo entre Mauro Azevedo (azul) e Johnny Rodrigues (cinza).