Presidente do Bota faz reforma irregular na sede e gera ira de conselheiros
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, não vive boa temporada.
Em meio a grave crise financeira, o mandatário se envolveu em outro
problema. Sem aproveitar o gramado da sede de General Severiano, ele
iniciou uma obra irregular no local para transformar o campo em uma
fonte de renda, já que ele poderia ser alugado para qualquer pessoa, sem
necessidade de ser associado. Mesmo com a possibilidade de render cerca
de R$ 100 mil aos cofres, a proposta foi recusada.
Até mesmo um
contrato já havia sido assinado pelo Botafogo com uma empresa, que
ficaria responsável pelo gramado. Esse foi o principal problema, já que
para alugar o campo o conselho deliberativo deveria ter sido consultado,
o que não ocorreu. Maurício Assumpção assumiu o erro e rescindiu o
contrato de forma unilateral, o que rendeu uma multa de R$ 9 mil a ser
paga pelo clube.
Mas a decisão de Maurício Assumpção não serviu
para acalmar os ânimos entre os conselheiros e um deles decidiu entrar
na Justiça por conta do entrevero. E é justamente essa situação que
atrasa o prosseguimento das obras no campo de General Severiano.
O presidente segue com o desejo de realizar a reforma, o que acontecerá
dessa vez por conta própria. O Botafogo tem direito a uma quantia –
cerca de R$ 700 mil – para a implementação da grama sintética. A decisão
se deve ao fato de o local não ser utilizado pelo time profissional, o
que não traz nenhum retorno ao clube.
Com o campo de grama
sintética, o Botafogo só poderá alugar para não associados se for
aprovado em votação do conselho deliberativo, o que não deverá ocorrer.
Assim, ele ficaria à disposição dos sócios e de escolinhas de futebol,
que podem servir como peneira do clube e gerar talentos a serem
aproveitados nas categorias de base do Alvinegro.
Esse projeto é
o que conta com pequena rejeição e com o apoio de pessoas influentes no
clube, como o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro. "Há 20 anos, eu e
mais algumas pessoas trouxemos a sede de volta. Fiz uma concorrência
para quem faria o clube e ganhou um projeto que não tinha um campo. Eu
senti, que apesar desse projeto ter ganho, precisava ter um gramado.
Esse campo ficou lá por 20 anos mas pouco foi utilizado. É ruim, não
serve como está", disse o ex-mandatário ao UOL Esporte.
"O
Maurício errou por não consultar o conselho antes de fechar com uma
empresa e terceirizar a obra. Isso está errado, pois não pode fazer isso
sem avisar. Deu uma confusão tremenda, mas ele reconheceu o erro e
cancelou o contrato. E aí aproveitam o momento para criar isso tudo.
Isso é briga política. O presidente não tem direto de terceirizar, mas
tem direito de botar a grama que quiser no campo. Era só o que faltava.
Pedir opinião para o conselho sobre qual grama colocar", completou
Montenegro.
Com todo imbróglio, inclusive com ameaça de
processo, ainda não há uma previsão de quando a obra será retomada. A
tendência é que o campo sintético seja construído, mas somente depois
que a situação se acalmar.