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Longe do frio, Edno curte fase de ascensão no Botafogo

Sol do Rio de Janeiro e bom momento da equipe inspiram meia-atacante, que busca um lugar entre os titulares

Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro


  Com a filha Emanuelly no colo e a bandeira alvinegra ao fundo, Edno curte praia carioca

Nascido em Lages, Santa Catarina, Edno cresceu à beira da praia. Mas no início da carreira, o futebol o levou a defender clubes da Holanda, Polônia e República Tcheca, países onde o inverno é rigoroso. Mas o retorno ao litoral deu ao jogador motivação, paciência, conforto e, principalmente, um título. Ainda em busca da vaga de titular do Botafogo, ele comemora a conquista do Campeonato Carioca, com atuações na reta final consideradas decisivas pelo técnico Joel Santana, e, no calçadão da praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, enaltece a rápida adaptação ao novo clube e o sentimento de estar em casa.

O meia-atacante, de 26 anos, que é pai de Ana Luizy, de 8 anos – que mora em Santa Catarina – e Emanuelly, de 4, espera a chegada da terceira filha, com nascimento previsto para o fim de junho. Emprestado pelo Corinthians até dezembro, ele garante que defender o Botafogo mostrou, em pouco tempo, ser uma opção acertada.

Depois de defender Noroeste, Portuguesa e Corinthians, todos de São Paulo, você chegou ao Rio de Janeiro. Sentiu alguma diferença em relação ao futebol e ao ambiente dos dois lugares?

Em São Paulo se trabalha em dois períodos mais vezes na semana. No Rio é mais tranquilo, pois na maior parte das vezes é treino em um período, mas bem puxado. O futebol daqui é mais para a frente e rápido. Agora estou mais adaptado. Gostei do Rio porque moro em Florianópolis, então sinto-me em casa, pois também é um lugar de praia. A diferença é que aqui não tem frio, é calor o tempo inteiro.

Você passou a ter esse conforto depois de passar por países nos quais o inverno é rigoroso. Como fazia para lidar com o frio, principalmente na Polônia?

Cheguei a enfrentar 26 graus negativos na Polônia. Ficava fora de alguns treinos porque meus pés ficavam roxos e doía para chutar. Eles passavam uma pomada que esquentava os pés, mas em mim não funcionava, nem quando colocava três meias. O clima tropical é ótimo, o Brasil é o melhor lugar do mundo para jogar futebol.

Você considera que o Campeonato Carioca serviu como uma adaptação ao futebol do Rio de Janeiro e que o Brasileirão será sua arrancada no Botafogo?

No Carioca faltou somente um gol. Até tive uma oportunidade contra o Bangu, na cobrança de um pênalti. Marquei, mas não sei por que o árbitro mandou voltar, e eu perdi. Mas na semifinal e na decisão da Taça Rio tive boas atuações. Inclusive criei o lance que originou o pênalti cobrado pelo Loco Abreu diante do Flamengo. Tenho certeza de que vir para o Botafogo foi a melhor escolha que poderia ter feito. Agora vou buscar meu espaço na equipe, e espero que o Joel veja isso. Para completar minha felicidade no Rio de Janeiro, falta ser titular.

Por causa do bom momento do Botafogo, você acha que será preciso paciência de sua parte até que as chances apareçam?

Sempre tive paciência na minha vida. Se não tivesse, já teria brigado. Mas o ambiente do Botafogo é bom, e queremos que continue assim. Vou procurar meu espaço com tranquilidade, pois o Brasileiro tem 38 rodadas, e muitas coisas vão acontecer, como suspensões, lesões... O importante é pensar na equipe, o coletivo está em primeiro lugar.

Caio é o seu melhor amigo no Botafogo. O fato de serem os jogadores a quem Joel Santana recorre para mudar as partidas aproxima essa dupla?

Ele é meu companheiro de concentração. Conversamos muito e jogamos videogame. O Caio é um guri de quem gosto muito, pois é formado dentro e fora de campo. Como tem 19 anos e vai disputar o primeiro Brasileiro, sempre me pergunta como é a competição. No banco, passamos força um ao outro, dizendo que vamos dar um tempero a mais ao Botafogo. É legal ouvirmos a torcida gritando nossos nomes.