Puxado pelo Fluminense, Brasil é país que mais muda de técnico, diz jornal
Mexicano "El Economista" analisa
as dez principais ligas do mundo. Times brasileiros mantêm treinadores,
em média, por apenas 0,4 temporadas
Em um esporte no qual o resultado conta mais do que tudo, o técnico de
futebol que consegue se manter no cargo por mais de uma temporada e meia
já pode ser considerado acima da média. É a conclusão do jornal
mexicano “El Economista”, que analisou o tempo médio de permanência de
treinadores em seus clubes nas dez principais ligas do mundo. O Brasil,
segundo o periódico, é o país que mais registra mudanças de comando,
puxado pelo Fluminense, que lidera como o time que mais mudou seu
treinador entre 2002 e 2014 (assista ao vídeo).
O diário analisou cinco competições das Américas (México, Argentina,
Brasil, Colômbia e EUA) e cinco da Europa (França, Inglaterra, Espanha,
Alemanha e Itália) e verificou que um técnico costuma ficar, em média,
1,6 temporada à frente de uma equipe. Considerando os últimos 12 anos, o
jornal conclui que a liga dos EUA/Canadá (MLS) é a que menos registrou
trocas de treinadores: média de 2,6 temporadas e 88,4 partidas
comandadas. O Brasil é o último do ranking: média de 0,4 competição por
técnico, que dirige, em geral, apenas 15,2 jogos antes de serem
demitidos.
Renato tem cinco passagens como treinador
do Fluminense (Foto: Wagner Méier/Agif//Ag Estado)
do Fluminense (Foto: Wagner Méier/Agif//Ag Estado)
Com a análise dos times isoladamente e em escala global, o jornal
apontou o Fluminense como o time que mais registrou trocas de comando
nos últimos 12 anos entre as dez nações analisadas. Foram 41
oportunidades dadas a técnicos – a pesquisa contabiliza individualmente
as passagens de um mesmo profissional. Abel Braga, por exemplo, esteve
no comando duas vezes, em 2005 e entre 2011 e 2013. Renato Gaúcho passou
pelas Laranjeiras em cinco momentos distintos (2002, 2003, 2007,2009 e
2014).
Times brasileiros ocupam as seis primeiras colocações do ranking de
times que mais mudaram de técnico. Depois do Tricolor carioca, estão o
Náutico (39 profissionais), Flamengo (38), Vitória (37), Atlético-PR
(35) e Sport (33). O Grêmio ocupa a 9ª posição (26). Completam o top 10
os mexicanos Vera Cruz e Querátaro (31) e o argentino Racing (26)
A Premier League, da Inglaterra, vem logo atrás da MLS como segunda
onde os clubes menos trocam de treinador – média de 2,1 temporadas de
permanência no cargo e 79,8 partidas disputadas. E as equipes inglesas
estão entre as que menos demitem. O Arsenal mantém o francês Arsène
Wenger desde 1996. Houston Dynamo e Seattle Sounders (MLS), fundados em
2005 e 2007, respectivamente, ainda contam com os treinadores originais
nos cargos: Dominic Kinnear e Sigi Schmid, respectivamente.
Liga | Média de permanência | Média de jogos disputados |
---|
MLS (EUA/Canadá) | 2,6 | 88,4 |
Inglaterra | 2,1 | 79,8 |
França | 1,9 | 72,2 |
Argentina | 1,8 | 34,2 |
Alemanha | 1,7 | 54,4 |
Colômbia | 1,6 | 27,2 |
México | 1,6 | 27,2 |
Espanha | 1,1 | 41,8 |
Itália | 1,07 | 40,6 |
Brasil | 0,4 | 15,2 |