Vice jurídico da Portuguesa acusa Fluminense de tentar 'virada de mesa'
Orlando Cordeiro de Barros diz que Lusa ainda não foi comunicada pelo STJD de qualquer irregularidade na escalação de Héverton e insinua processo político
A
Portuguesa ainda vive o susto de poder disputar a Série B em 2014 por
causa da escalação
do meia Héverton, que teria de cumprir suspensão contra o Grêmio, na
última
rodada do Campeonato Brasileiro, mas atuou. Diante da ameaça de cair por
uma irregularidade e, assim, permitir a permanência do Fluminense na
Série A, o vice-presidente jurídico da nova gestão da Lusa, Orlando
Cordeiro de Barros, acusa o rival carioca de tentar uma "virada de
mesa".
– O Fluminense está de alguma maneira tentando fazer
uma virada de mesa. Hevérton pode muito bem ter a pena convertida em
cestas básicas, por exemplo. Se tivéssemos agido de forma errada, o
Tribunal já teria comunicado, pelas informações e a celeuma que está
sendo criada. Nós agimos dentro da lei e estamos dentro dos prazos. Eu
não vou me manisfestar sobre algo que nem aconteceu ainda. A Portuguesa
não foi comunicada de nada. Se não é um processo jurídico, é um processo
político. Temos que fazer a coisa dentro de uma racionalidade. Perdeu
no campo, aceite a sua derrota e volte dentro do campo. Nós estamos
tranquilos, pegando um clube em grande dificuldade. Acertamos tudo, e o
presidente está se programando para fazer uma gestão ativa – explicou
Orlando, que chega ao clube com o corpo diretivo de Ilídio Lico, novo
presidente a partir de janeiro.
Barros
continuou a criticar uma possível queda da Lusa e a consequente
permanência do Fluminense na Série A, insinuando que a força política do
clube carioca fará a diferença no caso. Para ele, a punição de Héverton
só deveria valer na segunda-feira.
– Não tem porque a
Portuguesa perder ponto se está dentro da lei. Tecnicamente, eu não vejo
como a Portuguesa perder pontos, mas politicamente não dá para saber.
Se o Fluminense não tivesse caído, isso estaria acontecendo? O Héverton
cumpriu suspensão automática de um jogo. A publicação da pena se deu no
primeiro dia útil após o jogo. Qualquer coisa fora disso é inventar um
ordenamento.
A
Portuguesa não tem como estar tranquila. Nós temos de estar muito atentos. É
mais uma tentativa de virada de tapete, algo que já vem acontecendo há anos no
país. Há um movimento político muito
grande de uma equipe do Rio, que já fez isso no passado Orlando Cordeiro de Barros, vice jurídico da Portuguesa
–
A
Portuguesa não tem como estar tranquila. Nós temos de estar muito atentos. É
mais uma tentativa de virada de tapete, algo que já vem acontecendo há anos no
país. Há um movimento político muito
grande de uma equipe do Rio, que já fez isso no passado. Estamos atentos, nós
como clube e a sociedade brasileira em geral – acrescentou Orlando Cordeiro de Barros.
O
advogado Osvaldo Sestário foi contratado pelo clube para acompanhar o
julgamento da última sexta-feira no STJD. O vice-presidente da
Portuguesa, Roberto dos Santos, chegou a falar que Sestário informou ao
clube que Héverton teria pego só uma partida de suspensão, diferente da decisão divulgada pelo STJD de dois jogos.
O
vice jurídico diz ainda que, mesmo com a confirmação da suspensão por
dois jogos, a Portuguesa ainda teria tempo de recorrer da decisão. Ele
preferiu não comentar o caso de Sestário.
– Eu não posso falar se um colega deveria ter feito ou não isso. Cada profissional tem a sua conduta, sua postura. Ele não é funcionário do clube. A Portuguesa está nos prazos para recorrer
O Héverton não tem de cumprir dois jogos.
– Eu não posso falar se um colega deveria ter feito ou não isso. Cada profissional tem a sua conduta, sua postura. Ele não é funcionário do clube. A Portuguesa está nos prazos para recorrer
O Héverton não tem de cumprir dois jogos.
Expulso contra o Bahia,
o meia Héverton cumpriu suspensão automática diante da Ponte Preta e foi
julgado na última sexta-feira pela 4ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal
de Justiça Desportiva (STJD). Pegou dois jogos de suspensão e deveria cumprir
mais um contra o Grêmio no último domingo. Mas foi relacionado e entrou aos 32
minutos do segundo tempo do empate por 0 a 0 contra a equipe gaúcha.
O STJD já está ciente do
caso e, segundo o procurador geral Paulo Schmitt, a CBF deve enviar ao Tribunal
uma notícia de infração nesta quarta-feira. A própria CBF entrou em contato com
a entidade nesta terça-feira para perguntar se Héverton havia conseguido um
efeito suspensivo para entrar em campo. A resposta foi negativa. A punição
seria a perda de quatro pontos (três + o número de pontos conquistado no jogo),
situação que rebaixaria a Lusa para a Segunda Divisão com 44 pontos e salvaria
o Fluminense.