Alta cúpula do Vasco quebra o silêncio: ‘Pelo amor de Deus, ajudem o clube’, pede Peralta
Em
meio à crise política que explodiu em São Januário depois do segundo
rebaixamento do Vasco para a Série B, o presidente Roberto Dinamite e o
diretor geral Cristiano Koehler, principais alvos da revolta dos
conselheiros do clube, se calaram. Coube ao vice-presidente geral,
Antônio Peralta, quebrar o silêncio da alta cúpula vascaína. Realista, o
dirigente admitiu a gravidade do momento vivido pelo clube, defendeu
Dinamite e ainda conseguiu encontrar espaço para otimismo:
- Vamos sair dessa situação, só precisamos nos unir.
O que acha da pressão feita por conselheiros e vice-presidentes para que Roberto Dinamite deixe a presidência?
Os
conselheiros e alguns vice-presidentes, eles não conhecem a magnitude
exata do Vasco. Eles não sabem do sofrimento que é estar do lado de
cima, à frente do clube, para suprir suas necessidades. Então, tudo cai
na conta do presidente, só que o presidente não é sozinho. O que eu
sempre coloco na mesa que é todos deem as mãos e dividam as
responsabilidades. Temos de nos unir, não dá para criticar como se o
Roberto fosse um mero incompetente, uma pessoa inapta para a função.Não é
por aí. A análise tem de ser em cima das circunstâncias que levaram o
clube para a situação em que ele se encontra.
Está faltando união ao Vasco?
Temos
de fomar uma força, uma corrente positiva, trabalhando pela superação
de tudo que está acontecendo. No Vasco, quando se tapa um buraco, abrem
dois, três, e isso ainda é o resultado desse bloqueio das contas que foi
feito com o clube, desde o ano passado. Não adianta, não tem alguém que
seja incompetente a ponto de ser o causador de tudo isso. E isso não é
apenas com o Vasco. Que Deus salve os clubes cariocas, porque todos
estão com problemas muito grandes. O que eu posso dizer aos vascaínos, é
que, pelo amor de Deus, ajudem o Vasco. Todos têm de seguir o exemplo
do grupo que criou o Dívida Zero do Vasco. São anônimos que têm feito
mais do que muitos que ficam falando por aí.
Mas o senhor não acredita que a saída do Roberto seria benéfica neste momento?
Não
acho que seria benéfico para o clube. O Vasco nunca teve um histórico
de problemas com presidentes, de presidentes deixando seus mandatos
antes do fim. O histórico do Vasco é de democracia, de respeito aos
votos, aos candidatos que foram eleitos honestamente. A grande culpa é
das pessoas que abandonaram o Roberto ano passado, antigos aliados que
viraram as costas para ele.
E quanto à antecipação das eleições?
Eu
sou favorável a que se cumpra o estatuto. O bom senso é que o
presidente leve até o fim, que o Vasco faça um bom Carioca sob o comando
do Dinamite. Vocês não sabem o que esse homem passou, as negociações
com a Fazenda Nacional, discussões, inúmeras viagens, ele trabalhou
muito. Ele é um homem calado e não fala, não divulga o que faz. O
problema do Vasco é apenas um: a falta de recursos motivada pelos
bloqueios. De saída, ficamos sem R$ 20 milhões. Com esse dinheiro,
colocaríamos ordem na casa, pagaríamos salários, contrataríamos novos
jogadores.
O Vasco está falido?
O clube não
está falido. Temos de apenas contar com as pessoas de bom senso,
pessoas que ajudem o Vasco a se superar, a sair desse momento ruim que
atravessamos. Que o futuro presidente que vier, faça um grande trabalho.
E quanto à saída dos diretores, principalmente Cristiano Koehler?
Eu
não posso dar uma nota para o trabalho deles, para aquilo que foi
realizado. Eles fizeram o trabalho deles, dentro das limitações do
clube. O próprio presidente colocou isso. Vamos tirar os rofissionais?
Vamos, mas e aí, vamos colocar quem no lugar? Não temos uma diretoria
totalmente preenchida. É preciso ouvir os conselheiros, mas cabe a nós,
da diretoria, agirmos como mediadores disso. Roberto está muito triste,
todos nós estamos, mas ele vai se recuperar.