Numerólogos
Por Bruno Marques, Leandro Silva, Thiago Quintella e Valmir Storti
Com
uma campanha praticamente perfeita, o Cruzeiro conquistou o
tricampeonato brasileiro de maneira incontestável. Dirigentes,
integrantes da comissão técnica, jogadores, enfim, cada um teve a sua
parcela de contribuição neste título. Inclusive alguns reservas
"sortudos" podem ser lembrados pelos torcedores cruzeirenses. Para
nenhum detalhe ficar no esquecimento analisamos quais os atletas que
saíram do banco de reservas quando o time estava empatando ou perdendo e
após as suas entradas em campo a equipe conseguiu a vitória.
Após a análise dos números, chegamos ao seguinte resultado: três
cruzeirenses merecem ser considerados como os substitutos mais
pé-quentes da competição: Mayke, Elber e Júlio Baptista. Por outro lado,
três times cariocas tiveram representantes no top 5 dos azarados:
Botafogo, Flamengo e Vasco.
Para chegar a tais conclusões, o Espião Estatístico
anotou qual era o placar da partida quando cada uma das 2.139
substituições do Brasileirão foram realizadas e comparou com o placar
final. Foram considerados pé-quentes os jogadores que ou entraram quando
o time estava perdendo e chegaram ao empate ou à vitória ou foram para o
jogo quando sua equipe empatava e o time ganhou.
Da mesma forma, foram considerados pé-frios aqueles que entraram em
campo com seu time com a vantagem no placar e o resultado final foi de
empate ou derrota ou que foram para o jogo com a igualdade no placar e o
time acabou perdendo.
Dentro desse contexto, Mayke, Elber e Júlio Baptista foram os três
substitutos com o melhor desempenho considerados o saldo entre o
percentual de jogos em que foram "sortudos" e "azarados".
Para ficar mais claro: Mayke, o melhor lateral-direito do Troféu
Armando Nogueira, entrou em oito jogos como substituto. Em quatro deles,
o placar estava empatado quando foi para o jogo, e o Cruzeiro saiu de
campo com a vitória. Em uma, o Cruzeiro estava perdendo quando ele
entrou, e a equipe acabou vencendo. Ou seja, ele foi pé-quente em cinco
partidas (ou 63% do total das vezes em que entrou). Em uma, ele entrou
com o placar empatado, mas o Cruzeiro perdeu (foi pé-frio em 13% dos
jogos em que substituiu um companheiro). A soma dá 76%. Os 24%
restantes são referentes a dois jogos em que ele entrou e não houve
alteração do resultado (o Cruzeiro vencia quando ele foi para o jogo e o
triunfo foi confirmado).
Ninguém conseguiu um desempenho superior ao de Mayke nesse ranking entre os que foram substitutos no mínimo em oito partidas.
Veja abaixo a lista dos 10 substitutos mais sortudos do Campeonato Brasileiro.
Mas o mundo do futebol também conta com personagens tachados como azarados. Quem não se lembra do vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, que virou símbolo de azar na Copa do Mundo de 2010 após torcer por vitória dos Estados Unidos, da Inglaterra e do Brasil e assistir à eliminação das três seleções na competição.
Pensando nisso, levantamos os números para saber quais foram os substitutos contagiados pela síndrome de Jagger. Renato, do Botafogo, e Nixon, do Flamengo, puxam a fila dos mais pé-frios do Brasileirão. O volante substituiu um companheiro em dois jogos quando o Glorioso estava vencendo, porém o resultado final foi o empate. Em outra partida, a igualdade no placar permanecia e quando ele entrou em campo a equipe sofreu a derrota. Por isso, o jogador teve 38% de saldo entre o percentual de jogos em que deu sorte e azar ao seu time. Outros 62% são referentes a cinco jogos em que ele entrou em campo e o resultado foi mantido (três vitórias, um empate e uma derrota). Todos os números percentuais de Renato são idênticos ao do atacante rubro-negro.
Os três atletas pé-frios que aparecem na sequência também são de times cariocas: Diego Silva, do Flamengo, Edmílson, do Vasco, e Lucas Zen, do Botafogo, que em comparação com os quatro primeiros colocados tem um saldo um pouco melhor (20%) porque foi pé-quente em um jogo do Glorioso em que o time estava empatando e conseguiu a vitória após substituir um companheiro de time.
Veja abaixo a lista dos 10 substitutos mais azarados do Campeonato Brasileiro.