Total de visualizações de página

Também 'desconhecido', técnico do Botafogo na Libertadores-1996 critica inexperiência de Hungaro

Por Felipe Lyra, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br
Flickr Botafogo
 
Eduardo Hungaro será o técnico do Botafogo em 2014
Eduardo Hungaro será o técnico do Botafogo em 2014
A escolha de Eduardo Hungaro para substituir Oswaldo de Oliveira no ano que marca o retorno do Botafogo à Copa Libertadores segue sendo alvo de desconfiança. Além de manifestações desfavoráveis da torcida nas redes sociais, outro personagem manifestou sua crítica à opção nesta quarta-feira: Ricardo Barreto, treinador do Alvinegro na última participação na Libertadores, em 1996.

"Ele tem um trabalho como coordenador nas categorias de base, mas pela competição (Libertadores) ainda é um treinador com pouca experiência", sentenciou, em conversa por telefone com a reportagem do ESPN.com.br, após participar do almoço promovido pelo Sindicato de Treinadores do Estado do Rio.

A nota curiosa é que o currículo de Barreto antes de assumir o Botafogo em 1996 não era dos mais vastos, contendo apenas passagens por clubes pequenos como América, Ceará e Bangu, onde estava antes de ser convidado pela diretoria alvinegra. Hoje no Bonsucesso, o treinador lembra que já tinha sete anos como profissional antes de chegar a General Severiano, e avalia como boa a campanha na Libertadores. Após um mau início na fase de grupos, Barreto foi contratado para o lugar de Marinho Peres, e levou a equipe às oitavas de final.

"Eu já vinha como treinador havia sete anos, no América, Ceará, Bangu... Na época do Bangu fui contratado para assumir o lugar do Marinho Peres na Libertadores. O Botafogo chegou às oitavas, ganhamos do grêmio de 1 a 0 no Maracanã e fomos eliminados por 2 a 0 no Olímpico", afirmou.
O técnico elogiou o elenco alvinegro, e apontou a experiência de Seedorf como um trunfo, até para auxiliar Hungaro no início do trabalho.

"O Botafogo tem uma equipe forte, fez um bom Brasileiro, chegou à Libertadores, tem uma equipe bem montada, com um excelente jogador que é o Seedorf, um cara experiente, que pode até ajudar bastante o treinador", concluiu.

Tranquilidade diante da desconfiança

No "outro lado da moeda", Hungaro mostra-se tranquilo. Com vasta experiência nas categorias da base, mas apenas um trabalho como profissional - no Sertanense, de Portugal, entre 2007 e 2009 -, o treinador afirmou ver com naturalidade a desconfiança da torcida.

"Eu acho natural. Existe essa ideia do profissional vindo da base sempre questionado, mas com o tempo e os resultados essas desconfianças vão sumindo pouco a pouco. Acho que a manifestação do torcedor no estádio é livre, a gente logicamente não está imune. O torcedor é o maior patrimônio do clube, mas eu tenho que ter capacidade de não me influenciar. Torcedores têm opiniões mais diversas. Tenho que trabalhar em cima de convicções, tenho que ter personalidade forte, e eu tenho", sentenciou, durante sua entrevista coletiva de apresentação, na última quarta-feira. 

A confiança no trabalho a ser desempenhado também está em alta.

"A coragem da direção tem que ser acompanhada pela coragem do treinador. Não temo nada. É a oportunidade da minha vida, e vou fazer jus à oportunidade. Estou tranquilo. Estou em casa", concluiu.