Também 'desconhecido', técnico do Botafogo na Libertadores-1996 critica inexperiência de Hungaro
- Por Felipe Lyra, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br
Flickr Botafogo
A
escolha de Eduardo Hungaro para substituir Oswaldo de Oliveira no ano
que marca o retorno do Botafogo à Copa Libertadores segue sendo alvo de
desconfiança. Além de manifestações desfavoráveis da torcida nas redes
sociais, outro personagem manifestou sua crítica à opção nesta
quarta-feira: Ricardo Barreto, treinador do Alvinegro na última
participação na Libertadores, em 1996.
"Ele tem um trabalho como
coordenador nas categorias de base, mas pela competição (Libertadores)
ainda é um treinador com pouca experiência", sentenciou, em conversa por
telefone com a reportagem do ESPN.com.br, após participar do almoço promovido pelo Sindicato de Treinadores do Estado do Rio.
A
nota curiosa é que o currículo de Barreto antes de assumir o Botafogo
em 1996 não era dos mais vastos, contendo apenas passagens por clubes
pequenos como América, Ceará e Bangu, onde estava antes de ser convidado
pela diretoria alvinegra. Hoje no Bonsucesso, o treinador lembra que já
tinha sete anos como profissional antes de chegar a General Severiano, e
avalia como boa a campanha na Libertadores. Após um mau início na fase
de grupos, Barreto foi contratado para o lugar de Marinho Peres, e levou
a equipe às oitavas de final.
"Eu já vinha como treinador havia
sete anos, no América, Ceará, Bangu... Na época do Bangu fui contratado
para assumir o lugar do Marinho Peres na Libertadores. O Botafogo chegou
às oitavas, ganhamos do grêmio de 1 a 0 no Maracanã e fomos eliminados
por 2 a 0 no Olímpico", afirmou.
O técnico elogiou o elenco
alvinegro, e apontou a experiência de Seedorf como um trunfo, até para
auxiliar Hungaro no início do trabalho.
"O Botafogo tem uma equipe
forte, fez um bom Brasileiro, chegou à Libertadores, tem uma equipe bem
montada, com um excelente jogador que é o Seedorf, um cara experiente,
que pode até ajudar bastante o treinador", concluiu.
Tranquilidade diante da desconfiança
No
"outro lado da moeda", Hungaro mostra-se tranquilo. Com vasta
experiência nas categorias da base, mas apenas um trabalho como
profissional - no Sertanense, de Portugal, entre 2007 e 2009 -, o
treinador afirmou ver com naturalidade a desconfiança da torcida.
"Eu
acho natural. Existe essa ideia do profissional vindo da base sempre
questionado, mas com o tempo e os resultados essas desconfianças vão
sumindo pouco a pouco. Acho que a manifestação do torcedor no estádio é
livre, a gente logicamente não está imune. O torcedor é o maior
patrimônio do clube, mas eu tenho que ter capacidade de não me
influenciar. Torcedores têm opiniões mais diversas. Tenho que trabalhar
em cima de convicções, tenho que ter personalidade forte, e eu tenho",
sentenciou, durante sua entrevista coletiva de apresentação, na última
quarta-feira.
A confiança no trabalho a ser desempenhado também está em alta.
"A
coragem da direção tem que ser acompanhada pela coragem do treinador.
Não temo nada. É a oportunidade da minha vida, e vou fazer jus à
oportunidade. Estou tranquilo. Estou em casa", concluiu.