Dinheiro em Jogo
R$ 40 mi desperdiçados: Bota só volta a faturar com Engenhão no fim de 2015
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometeu devolver o Engenhão ao Botafogo até o fim deste ano.
O que não quer dizer que o clube voltará a ter receitas comerciais com o
estádio, fechado desde março de 2013, tão cedo. Nas contas de Sérgio
Landau, diretor executivo botafoguense, só no segundo semestre de 2015 o
time terá novamente dinheiro vindo do estádio.
A equipe volta a jogar no Engenhão de imediato, e
as bilheterias deverão gerar um pouco mais receitas do que o Maracanã,
visto que, em casa, o Botafogo não precisa pagar o aluguel de 30% da
receita líquida que o estádio vizinho lhe cobra. Mas, como negociações
tiveram de ser interrompidas por causa do fechamento do Engenhão,
receitas comerciais vão demorar mais.
“A primeira pergunta que me faziam quando eu
sentava numa mesa para negociar era se havia alguma prova documental de
que eu receberia o estádio em novembro. Temos a palavra do prefeito, e
para nós ela basta, mas as empresas quiseram esperar”, conta Landau ao
blog.
O Botafogo tinha praticamente fechadas as vendas de
naming rights e patrocínio para a Caixa e de um lounge, um espaço
dentro do estádio. Ambas gerariam entre R$ 18 milhões e R$ 20 milhões
anuais, segundo o diretor executivo. Eis a cifra que o clube deixou de
arrecadar neste período de fechamento. Em duas temporadas e meia, 2013,
2014 e primeiro semestre de 2015, o “prejuízo” – entre aspas porque não é
dinheiro que saiu, mas que deixou de entrar – se aproxima de R$ 40
milhões.
Agora, tão logo receber o Engenhão de volta, a
diretoria botafoguense vai vistoriá-lo para saber se há condições de
utilizá-lo de imediato – as obras podem ter danificado sistemas
hidráulico e elétrico, deteriorado assentos, entre outros problemas, e o
Botafogo vai primeiro se certificar de que o estádio pode receber
partidas. Mesmo na melhor das hipóteses, a de o local estar em perfeito
estado e pronto para acolher o time, o prazo para ter receitas
comerciais desanima dirigentes.
“Nós
podemos começar e terminar uma negociação em uma semana, mas não é
assim que acontece. Até botar o carro em movimento novamente, demora
pelo menos três meses. Em termos financeiros, de patrocínios e
merchandising, voltaremos a ter receita provavelmente no segundo
semestre de 2015”, diz o diretor executivo. “Nunca questionamos a
interdição do Engenhão, porque a segurança das pessoas está acima de
tudo, mas perdê-lo causou um trauma técnico no Botafogo, que vivia um
momento fundamental de sua história, e também um impacto financeiro
violento que vai durar dois anos e meio para acabar”.
Das marcas que negociaram o Engenhão com o
Botafogo, a Caixa foi a que chegou mais perto de assinar contrato.
Outras duas especuladas foram Itaipava e Volkswagen. A primeira
conversou há muito tempo, mas não avançou. A segunda, nem a isso.