Certo ou errado? Candidatos à eleição do Botafogo opinam sobre demissões
Três
candidatos atacam decisão do presidente Mauricio Assumpção em demitir
quarteto na última sexta-feira. Apenas um prefere não entrar em polêmica
A decisão do presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, em demitir quatro jogadores do elenco na última sexta-feira, também pegou de surpresa os candidatos à eleição presidencial do clube no fim do ano. Três dos quatro candidatos - Carlos Eduardo Pereira, Marcelo Guimarães e Vinicius Assumpção - condenaram a atitude do mandatário alvinegro, a classificando como "desastrada". Apenas um, Thiago Cesário Alvim, preferiu não polemizar.
Na
sexta, Bolívar, Edílson, Emerson e Julio Cesar foram informados, antes
de o treino começar, que não faziam mais parte dos planos e teriam seus
contratos rescindidos. Em entrevista coletiva, Mauricio Assumpção não
explicou o real motivo da decisão, mas afirmou que a ideia vinha
amadurecendo há algum tempo.
A eleição está marcada para
acontecer no dia 25 de novembro, uma segunda-feira, em General
Severiano. Quem vencer, substituirá Assumpção e comandará o clube no
triênio 2015-16-17.
Veja abaixo a opinião de cada candidato sobre as demissões no clube:
Carlos Eduardo Pereira
- É mais uma
decisão precipitada, atrapalhada e que vem num momento muito ruim para o clube. Ele (Assumpção) acaba
de colaborar para aprofundar a crise. Em um momento em que o time faz parte dos quatro últimos
colocados do Brasileiro, em que é preciso unir o plantel, a diretoria deixou de apoiar o
elenco. Os jogadores têm demonstrado hombridade, profissionalismo por
lutar pelo Botafogo. Ele faz uma intervenção desse tipo, às vésperas de um jogo
contra um concorrente direto, afastando de uma pernada só dois laterais, um centroavantes e um zagueiro,
sem dar grande justificativa.
A nosso ver, foi uma intervenção desastrada, fruto de uma pessoa
que perdeu a credibilidade. Ele não paga os jogadores, não cumpre suas obrigações, perdeu o comando
do clube, é um ex-presidente em exercício. Insiste em brincar de gestor. Devia estar
consciente que a gestão dele trouxe o Botafogo para essa situação. Melhor não tomar
outras medidas sem ouvir quem vai sucedê-lo.
Marcelo Guimarães
O presidente praticamente
renunciou à presidência do clube, abandonou o futebol. É tocado por um grupo
politico, que se articula pra sucedê-lo. Ele sumiu. Agora reaparece, desliga
quatro jogadores de modo desastrado...Os jogadores entrando para treinar e são barrados. Até
que ele declare as razões, tendo a achar que são razões pessoais, por retaliação
pelos últimos quatro meses. No fim das contas, a gente está à beira do abismo e
com a dívida aumentada. Essas rescisões custam dinheiro. Esse é meu ponto de
vista. E estão o Vagner Mancini (treinador) e o Wilson Gottardo (diretor de futebol) se virando.
Thiago Cesário Alvim
Não sei o
que está acontecendo lá dentro. Sou apenas candidato do Botafogo, aguardando a
junta aceitar as inscrições da chapa para entrar em campanha. Eu, como
candidato, se tivesse na cadeira dele, falaria com maior prazer. Espero que as
medidas tomadas fortaleçam o grupo e venham refletir em um melhor desempenho do
time nos jogos restantes, deixando o Botafogo na Série A.
Vinicius Assumpção
Atitude demonstra
o desespero e o erro na pauta do planejamento do clube, do futebol do ano de
2014. A montagem do elenco. Agora, o segundo erro é demitir os
jogadores no atual estágio. Para esses jogadores, o Botafogo cair ou não é a
mesma coisa, ficam com cara de paisagem no dia seguinte e vão jogar futevôlei na praia. Não têm
compromisso. Mas o momento demonstra desespero. Encerraram as contratações. Devia
ter feito isso antes, para ter elenco para suportar essa pressão, que será muito
grande. O elenco é esse que está aí, sem esses quatro jogadores, que, na minha avaliação, não estavam
prestando para nada mesmo.
O estágio geral a que chegamos, é culpa do modelo que
temos no Botafogo. É um doente terminal, com remédio sendo aplicado na veia pela
cúpula. Mauricio, Montenegro, a chapa liderada pelo Thiago, eles são os médicos e
dão o mesmo remédio. Falta democracia, modelo profissional. Esse modelo já se
demonstrou derrotado. Precisamos mudar o modelo, senão vamos sempre cair nos
mesmos erros. O Maurício perdeu a credibilidade todinha. Tinha que ter uma comissão para assumir no lugar dele, tocar esses dois
meses até a eleição. Senão o presidente vai ser eleito já na segunda divisão. Ele perdeu
o poder de aglutinação, e o Botafogo paga por isso.
Emerson e Bolivar deixam o treino do Bota após serem demitidos (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)