Para Gaciba, arbitragem de 2013 foi mais 'light' e melhor que a de 2012
Ex-árbitro defende mais ações pela profissionalização da categoria e diz que Copa trará muitos benefícios à arbitragem nacional
Por José Geraldo Azevedo São Paulo
A arbitragem nacional é sempre um capítulo à parte e polêmico no
Campeonato Brasileiro. Reclamações de todo lado viraram rotina tanto
dentro de campo como fora dele. Mas, segundo o ex-árbitro e hoje
comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba, 2013 foi melhor que o ano
passado. Ao mesmo tempo, ele pede mais ação na busca pela
profissionalização da categoria e acredita que a Copa do Mundo no Brasil
será uma boa oportunidade para a arbitragem nacional.
- Vejo um grupo novo sendo formado por uns 50 árbitros que apitaram
essa competição, vi uma arbitragem brasileira mais "light", muito
compatível com o seu comandante (Antônio Pereira da Silva). A média de
cartões amarelos baixou muito no Brasileiro, mas a média de faltas
infelizmente não se consegue baixar. Acima de tudo foi uma arbitragem
mais comedida, com erros como todos os anos. Não adianta, jogador perde
gol e árbitro não dá pênalti, isso é o que acontece. Na média geral,
talvez tenha sido até melhor do que no ano passado - disse Gaciba.
Leonardo Gaciba, comentarista de arbitragem, vê ano de 2013 mais 'light' (Foto: Reprodução/SporTV)
A nova legislação para os árbitros, aprovada pela presidente Dilma
Roussef, em outubro, prevê o direito de formação de sindicatos de
árbitros, mas ainda não estabelece vínculos empregatícios. Leonardo
Gaciba lembra ainda que, além da busca por direitos, é importante uma
unidade em busca de critérios mais claros, o que fica difícil quando
primeiro o árbitro responde a uma federação nos Estaduais, e depois à
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), durante o Brasileiro.
- Tem que parar com esse papo de profissionalismo só no papel. Esse
profissionalismo tem que começar a partir para a prática, começar a dar
estrutura para o pessoal, dar suporte para que consigam manter um padrão
de arbitragem. Na verdade, o árbitro hoje em dia é filho de duas mães, é
criado pela sua federação durante o campeonato estadual com as
orientações, e depois, no meio do ano, ele é jogado para a segunda mãe,
que é a CBF. Então, deveria ter um trabalho conjunto para que se tivesse
um padrão melhor. Um dos grandes segredos de apitar bem é ter critério.
Para o comentarista, a Copa do Mundo de 2014 no país será importante
para que os árbitros brasileiros possam conhecer melhor o “padrão Fifa”
existente também nessa área.
- Será fantástico, uma experiência ímpar para todo mundo, para que
esses árbitros tenham contato com árbitros internacionais de primeira
linha. Eles vão acabar participando de cursos como convidados,
conhecerão os instrutores e suas maneiras de pensar, e acima de tudo
para os árbitros brasileiros que não são árbitros internacionais
conhecerem o profissionalismo com que a Fifa trabalha com a arbitragem,
conhecerão o verdadeiro “padrão Fifa” - concluiu.