Dívidas: presidente do Botafogo diz que clubes grandes podem fechar as portas
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Por causa das 
dívidas, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, anunciou que o 
clube pode acabar com todos os investimentos em esportes olímpicos no 
próximo ano. Em 2012, o Botafogo registrava o segundo maior 
endividamento tributário entre os clubes brasileiros, R$ 469 milhões. 
Logo depois do Flamengo, com débitos de R$ 407 milhões, e seguido pelo 
Fluminense, com R$ 273 milhões em dívidas. A declaração foi dada durante
 audiência pública na comissão especial do projeto de Lei 6753 de 2013, 
que cria o Programa de Fortalecimento do Esporte Olímpico (Proforte), 
nesta terça-feira (10).
“Estamos tentando procurar um rumo para o pagamento dessas dívidas, 
se isso não acontecer, eu posso garantir que vai ter clube de futebol de
 primeira divisão fechando as portas”, disse. De acordo com Assumpção, o
 esporte representa 17% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, 
destes, 80% vêm diretamente do futebol.
“O Botafogo tem uma das maiores dívidas do futebol brasileiro e eu 
quero pagá-la tim-tim por tim-tim, eu não aceito outra condição, eu só 
quero condição para pagar”, continuou o presidente.
O deputado federal Romário (PSB-RJ), que convocou a audiência, 
elogiou a postura do dirigente. “Fico feliz de ouvir que ninguém veio 
aqui para mendigar, todos querem pagar suas dívidas”, declarou o 
parlamentar carioca. Em seguida, Romário sugeriu que Assumpção deve 
comandar a Confederação Brasileira de Futebol: “Se Deus quiser, o futuro
 presidente da CBF”.
Também presente na reunião, o diretor de finanças do Corinthians, 
Raul Correa, apresentou números que indicam que, nos últimos cinco anos,
 a receita total dos principais clubes brasileiros cresceu 122%. No 
mesmo período, no entanto, as dívidas registraram aumento de 74%.
O Proforte propõe que os clubes paguem apenas 10% das dívidas com a 
União e invistam os 90% restantes na formação de atletas. O relator da 
proposta, deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), destacou que é 
“indispensável” a criação de uma responsabilidade fiscal nos clubes e 
questionou a forma como será feita a fiscalização da proposta 
apresentada.
Representando o Bom Senso Futebol Clube, o jogador Paulo André, defendeu um limite no pagamento de direito de imagem. De acordo com o jogador, os clubes pagam hoje a maior parte dos rendimentos dos atletas no direito de imagens e registram um baixo rendimento na carteira de trabalho.
Paulo André também criticou o fair play financeiro implementado pela Federação Paulista, onde o jogador pode notificar a federação em caso de não pagamento de salário. O clube, então, teria 48 horas para pagar a dívida. Em caso de não pagamento, perderia três pontos no campeonato. “Uma vez que o atleta faz isso, ele fica exposto à mídia e à torcida e pode nunca mais jogar em um time paulista”, reclamou.
 
 
