Médicos explicam quando
presença da ambulância no campo é importante
Especialistas do Botafogo, Corinthians e Flamengo
minimizam a importância da presença do veículo em casos de remoção de traumas,
mas alertam quando há preblema cardíaco
Guilherme
Amaro
São Paulo (SP)
São Paulo (SP)
Rafael
Marques foi levado à ambulância na Vila Belmiro (Foto: Miguel Schincariol)
A
impossibilidade de a ambulância entrar no gramado da Vila Belmiro para atender
o zagueiro Rafael Marques, do Atlético-MG, por conta da ausência de uma rampa
de acesso, na última quarta-feira, em jogo válido pela 31ª rodada do
Brasileirão, poderia ter tido um desfecho fatal caso o problema do atleta fosse
cardíaco. Foi o que disse o médico do Corinthians ao ser questionado a respeito
do episódio ocorrido na partida entre Santos e Galo, na última quarta-feira.
- Isso é
um questionamento muito grande. A ambulância não precisa entrar no gramado se
tiver condições de transportar o jogador com uma maca rígida e um carrinho. A
ambulância tem importância maior quando se tem algum problema cardíaco, que
precise de um disfibrilador. Para remoção de traumas, não tem muita necessidade
se tiver outras opções - declarou Julio Stancat.
O Artigo
16 do Estatuto do Torcedor diz que os clubes precisam disponibilizar uma
ambulância para cada dez mil torcedores presentes à partida, além de um médico
e dois enfermeiros-padrão para cada dez mil torcedores. No entanto, ele não
especifica em qual parte do estádio a ambulância precisa estar.
Rafael Marques sofre acidente e vai para o hospital
O LANCENET!
ouviu, além do profissional corintiano, os médicos de Botafogo e Flamengo, que
minimizaram a relevância da presença de ambulância em casos como o de Rafael
Marques, por trauma craniano.
- É claro
que a ambulância facilita, mas o procedimento tem que ser feito no hospital,
não existe solução no campo - disse o médico do Botafogo, Luiz Fernando
Medeiros, que isentou os estádios.
- É certa
maldade exigir que todos sejam modernos. A Vila Belmiro é um estádio de sei lá
quantos anos (foi inaugurada em 1916), bem antigo, é injusto criticar. O
Engenhão foi criado em 2007, tem uma concepção diferente, é mais moderno. É
como um edifício em Copacabana que não tem garagem, porque é antigo e na época
não tinha carro - comparou o doutor.
O médico
do Flamengo, Marcio Tanure, reforçou a afirmação do colega, mas alertou que a
ambulância ajuda a facilitar o atendimento.
- A gente
sabe que tem alguns estádios que são um pouco mais antigos e não se adaptaram
para isso, mas é importante ter uma ambulância para agilizar o processo -
afirmou.
Na
madrugada desta quinta-feira, o Santos realizou uma vistoria na Vila Belmiro e garantiu
que o problema do acesso da ambulância ao gramado será solucionado antes da
partida contra o Náutico, no dia 25 de outubro, que é o próximo
jogo marcado para o estádio.
MÉDICOS
RELEMBRAM CASOS EM QUE AMBULÂNCIA PRECISOU ENTRAR AO GRAMADO
O médico
do Timão lembrou de dois casos: um em uma partida do time da categoria de base
e outro da equipe profissional.
- Há
algum tempo, o goleiro Leandro sofreu um trauma na coluna cervical. Foi em uma
partida contra o Atlético Sorocaba, no estádio deles (Estádio Walter Ribeiro,
em Sorocaba), mas, felizmente, tinha ambulância e foi tudo tranquilo - disse
Julio Stancati.
- O mais
recente foi o Alex na partida contra o Santos, pelo Campeonato Paulista do ano
passado, no Pacaembu. A ambulância entrou rápido em campo e também deu tudo
certo - completou o doutor, que elogiou o acesso do Pacaembu, estádio onde o
Corinthians manda seus jogos.
No Rio de
Janeiro, os médicos do Botafogo e Flamengo lembraram o episódio envolvendo o
então técnico do Vasco, Ricardo Gomes, que sofreu um AVC durante o clássico
contra o Fla, no Engenhão. Nesta ocasião, a ambulância entrou rapidamente em
campo e levou o treinador para o hospital.
- No
Engenhão, a gente tem uma ambulância dentro do gramado, mas eu nunca precisei
usar. Mas todo mundo acompanhou o caso do Ricardo Gomes e viu que o atendimento
foi rápido - afirmou o médico do Flamengo, que também recordou outra ocasião.
- A gente
já teve um caso bem parecido com o de ontem (quarta-feira), este ano inclusive,
mas lá a ambulância já estava dentro do gramado. Em um jogo contra o Macaé, lá
em Macaé, o goleiro Felipe teve um traumatismo craniano, perdeu a consciência e
saiu imobilizado de ambulância para o hospital - lembrou Marcio Tanure.
Já o
médico do Fogão diz que nunca passou por situação tão delicada.
- Tive
alguns jogadores que precisaram sair de ambulância, como o Felipe Gabriel, em
uma partida do Campeonato Carioca, em São Januário. Mas não foi nada urgente -
disse Luiz Fernando Medeiros.
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com: Campeonato Brasileiro, Atlético-MG, Santos