Fã de Neymar, Bolt afirma ser melhor que Lewis e promete vir no Carnaval
Jamaicano lamenta não conseguir imitar o penteado do brasileiro, fala da infância e treina para uma possível comemoração em 2016: sambando
Ele é rápido e simpático. Usain Bolt quebrou recordes mundiais, foi o
primeiro atleta bicampeão olímpico dos 100m, dos 200m e do revezamento 4
x 100m. Com 1,96m, é alto demais para os padrões de um velocista.
Revolucionou o atletismo. E transformou a pista em um palco. Um
carismático popstar, que aproveita cada segundo diante de uma câmera.
Consegue ser autêntico sem ser mascarado.
- Tenho orgulho de ser uma lenda. Trabalhei duro para isso - diz o jamaicano.
Esta semana, Bolt passou três dias no Rio de Janeiro. Foi turista no
Cristo Redentor. Conheceu o Engenhão, onde tentará o tri olímpico em
2016. Embalou a noite carioca e conversou com exclusividade com o
"Esporte Espetacular".
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Primeiro, Bolt lembrou como tudo começou, anos atrás, na Jamaica.
- Meu pai trabalha na produção de café. Minha mãe era costureira.
Sempre praticamos esporte.
Futebol, críquete. Não mudaria nada da minha
infância.
Críquete, esporte inventado pelos ingleses em que se usam tacos e uma
bola, era a modalidade de Usain Bolt. Até hoje joga de vez em quando.
- Meu técnico de críquete me disse que eu deveria ser um corredor
porque corria muito na hora de pegar as bolas. E assim tudo começou.
Na adolescência, o menino Bolt já era grande. E, por isso, poucos
acreditavam que aquele garoto de pernas grandes pudesse ser um grande
velocista.
Atleta | Altura |
---|---|
Usain Bolt | 1,96m |
Carl Lewis | 1,91m |
Asafa Powell | 1,90m |
Donovan Bailey | 1,83m |
Maurice Green | 1,76m |
Bolt tem 1,96m desde os 15 anos.
- Ah, muitos diziam "isso não vai dar certo. Você é muito alto. blá-blá-blá".
Começou correndo os 200m. Foi campeão mundial júnior, em 2002, competindo em casa. Mas o sonho era competir nos 100m. O técnico preferia os 400m, prova mais longa.
Começou correndo os 200m. Foi campeão mundial júnior, em 2002, competindo em casa. Mas o sonho era competir nos 100m. O técnico preferia os 400m, prova mais longa.
- Aí eu fiz uma aposta com ele. Se eu conseguisse um bom tempo nos 100m
ele aceitaria o que eu queria. Até quem em 2007 fiz 10s03. Virei um
velocista.
Um ano depois, nas Olimpíadas de Pequim, o mundo conheceu o raio, o significado de Bolt em inglês. Em Londres, Bolt teve apenas o quinto tempo de reação depois do tiro. Ele se recuperou a partir dos 30m. No Mundial da Coreia, ano passado, queimou a largada nos 100m e foi desclassificado. De fato, se o homem mais rápido do mundo tem um ponto fraco é a saída de bloco. Mesmo assim já correu em 9s58. Ele sabe que, se aprimorar a saída de bloco, o recorde mundial vai ser quebrado.
Um ano depois, nas Olimpíadas de Pequim, o mundo conheceu o raio, o significado de Bolt em inglês. Em Londres, Bolt teve apenas o quinto tempo de reação depois do tiro. Ele se recuperou a partir dos 30m. No Mundial da Coreia, ano passado, queimou a largada nos 100m e foi desclassificado. De fato, se o homem mais rápido do mundo tem um ponto fraco é a saída de bloco. Mesmo assim já correu em 9s58. Ele sabe que, se aprimorar a saída de bloco, o recorde mundial vai ser quebrado.
- Tenho que ser consistente. Focar em ser rápido, melhorar
tecnicamente. Acho que na próxima temporada terei menos pressão e vai
dar para fazer isso.
Usain Bolt x Carl Lewis
Bolt tem seis medalhas de ouro em duas Olimpíadas. Carl Lewis
conquistou nove em quatro Jogos Olímpicos. Antes de Londres, Lewis
insinuou que todos os jamaicanos se dopam. A declaração fez os dois
heróis do atletismo passarem a correr em raias opostas. Quem é o melhor?
Fiz coisas que ninguém fez"
Bolt
- Eu, sem dúvida. Fiz coisas que ninguém fez.
Bolt é o comandante de um time de jamaicanos e jamaicanas que vêm
dominando há quatro anos as provas de velocidade. Por que a Jamaica, um
país caribenho de quase três milhões de habitantes, se tornou uma
potência?
- O atletismo é um esporte nacional, como o futebol. Mas no atletismo
fazemos grandes competições entre crianças e adolescentes, reunindo
talentos do país todo. Para ele, esse é o caminho que o atletismo
brasileiro deveria saber. Investir em grandes eventos nacionais reunindo
escolas.
Cristiano Ronaldo ou Messi?
Cristiano Ronaldo ou Messi?
O jamaicano hoje é o padrinho de um campeonato anual que reúne crianças
de toda a Jamaica. Dele sairão ou até já saíram seus herdeiros, como
Yohan Blake, prata em Londres. Bolt é o craque das pistas. Mas o sonho
de menino é outro... Nunca escondeu. Queria e ainda quer ser jogador de
futebol.
Em janeiro, vai jogar um amistoso beneficente defendendo seu time de
coração - o Manchester United. Diz que está treinando para o jogo.
Treina três vezes por semana. Prefere jogar de lateral-esquerdo, mas
está à disposição do técnico Alex Fergusson.
No Rio, com uma bola nos pés, tentou dar uma de Ronaldinho Gaúcho. Brincando, Bolt pediu para o repórter participar.
- Tem certeza de que você é brasileiro? - brincou.
Bolt analisa o desempenho de Renato Ribeiro (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Bolt vê futebol. Todo dia. Entre Messi e Cristiano Ronaldo, prefere o
português. Mas só porque o conhece. Na Jamaica, consegue ver os jogos do
Brasileirão. Virou fã de Neymar. Disse que o jogador do Santos tem muita habilidade, dribla. E que adora o cabelo moicano. Até brincou.
- Eu gosto do Neymar. Vejo os jogos dele. Gosto também do cabelo, queria ter mais cabelo para poder fazer igual.
Também é fã de Ronaldo Fenômeno.
Eu gosto do Neymar. Gosto também do cabelo, queria ter mais cabelo para poder fazer igual."
Bolt
- Sempre que diziam que a carreira dele tinha acabado, ele ia e respondia com mais gols.
Futebol é uma das grandes paixões de Bolt. A outra é música. E, esta
semana, no Rio, fez um pedido. Gostaria de aprender a sambar. Pois o
"Esporte Espetacular" providenciou uma aula particular para ele, com a
ajuda da Unidos da Tijuca.
Os pés não são só rápidos... Têm ginga.
- Quanta energia. Legal demais.
Bolt teve uma rápida lição de tamborim. Depois de alguns minutos......
- Deixa eu tentar - pediu o tamborim - Virei para o Carnaval - prometeu.
Bolt se diverte com o tamborim (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- Coisa de louco. Estou em forma.
E, para finalizar, ainda quis provar algo típico do Brasil. - caipirinha....
- Isso é forte!. Quem fez essa bebida?"
A temporada de visitas com agenda de patrocinadores e eventos terminou no Brasil.
A partir desta segunda-feira, Usain Bolt recomeça a rotina de treinos na Jamaica. Seis horas por dia, seis dias por semana. Para continuar sendo A Lenda. Para se tornar o primeiro tricampeão olímpico dos 100m, no Rio.
E, no Engenhão, de repente em vez do raio pode surgir uma nova comemoração. Bolt tem quatro anos para ter mais aulas e mostrar ao mundo toda a malemolência jamaicana.
Medalhistas do Brasil enviam pergunta e recado; Usain Bolt responde
Bolt: Quero tentar algo novo, três ouros olímpicos em cada prova. Vou fazer o meu melhor para isso.
Claudinei Quirino: Se você melhorar sua largada pode baixar o recorde mundial para abaixo de 9s50...
Bolt: Acho que sim. Vocês viram como larguei mal nas Olimpíadas. Meu técnico até me disse. "Vamos focar na corrida, esqueça a largada."