Com gol e lesão de Seedorf, Bota goleia Dragão, a um passo da queda
Vitória de 4 a 0 no Engenhão tem contrastes para alvinegros: belo gol do holandês, que chora com lesão muscular
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contrasteSeedorf
Seedorf viveu extremos em campo. Abriu a goleada ao completar bonita jogada, mas saiu de campo chorando por causa de lesão muscular. -
mais umBruno Mendes
Bruno Mendes confirmou o bom momento. Deu o passe final para o gol de Seedorf e voltou a marcar. Fez o último do dia - o quinto nos últimos quatro jogos. -
como fica?Resta esperar
O Atlético-GO está a um passo do abismo. São 14 pontos para o primeiro fora do Z-4, o Bahia. Se não vencer o Corinthians domingo, estará rebaixado.
Foi a terceira vitória seguida do Botafogo no Brasileirão – agora é o sexto colocado. O time carioca sobe na tabela, mas as perspectivas de vaga na Libertadores seguem pouco animadoras. Restam apenas cinco rodadas, e a distância para o São Paulo, atual último classificado, é de oito pontos. Para o goleiro Jefferson, o mais importante é a evolução tática do time.
- Estamos jogando em grupo, em conjunto. Isso facilita tudo. A marcação começa desde lá da frente. O time está de parabéns - disse o camisa 1 na saída do campo.
Seedorf primeiro comemora e depois lamenta: gol e lesão no Engenhão (Foto: Marcelo Santos/AGIF)
O Atlético-GO já teria sido rebaixado nesta rodada se o Bahia tivesse
vencido o Grêmio (o jogo terminou empatado por 1 a 1). Último colocado,
com 23 pontos, 14 atrás do time baiano, o Dragão cairá se não vencer seu
próximo jogo, aconteça o que acontecer nos resultados paralelos.
O goleiro Márcio já não vê mais esperanças para o Dragão, mas garante que o time continuará jogando com seriedade.
- Vou continuar treinando e me dedicando. Fomos rebaixados em uma
competição muito difícil, mas a vida segue. Temos que ter honra e também
respeito com o campeonato. Serão jogos importantes para o futuro da
competição.
O adversário dos goianos será o Corinthians, domingo, no Serra Dourada. No mesmo dia, o Botafogo visita o Palmeiras.
O gol e as lágrimas de Seedorf
Quinze minutos separaram as duas pontas de um contraste para Clarence
Seedorf no gramado do Engenhão neste sábado. A imagem do jogador
chorando ao manquitolar para fora do campo, com lesão muscular na coxa
direita, foi o extremo oposto da alegria que ele sentiu ao fazer o
primeiro dos dois gols do Botafogo sobre o Atlético-GO no primeiro
tempo. Foi um momento emblemático: um jogador de 36 anos, consagrado,
rico, multicampeão, chorou por causa de uma lesão – de decepção, não de
dor.
É que ele sabe quão importante é para o Botafogo, como ficou
escancarado no primeiro gol alvinegro, aos 20 minutos. Seedorf parece
sempre chegar na hora certa para concluir. Ele esperou o cruzamento de
Lucas, o desvio de calcanhar de Lodeiro e o passe de Bruno Mendes para,
com precisão matemática, encontrar a bola e fazer o gol. Festa, alegria,
sorrisos: por 15 minutos. Pouco depois, viriam as lágrimas.
Enquanto isso, o Atlético-GO se consolava em algum milagre qualquer
para seguir adiando um rebaixamento (quase) inevitável. Os visitantes
tiveram mais posse de bola do que os mandantes no Engenhão nos 45
minutos iniciais: 54% contra 46%. Mas pouco adiantou. Ficou muito com o
controle de um objeto com o qual não soube lidar.
O Botafogo, embora jamais tenha amassado o adversário, foi muito mais
efetivo no ataque. Teve nove finalizações, contra quatro do Dragão – que
só ameaçou de verdade em chute cruzado de Reniê, para fora. Justamente
por isso, não chega a ser injustiça o time carioca ter alcançado seu
segundo gol no último lance da etapa.
Foi um gol de ensaio, de precisão. Andrezinho cobrou falta pela
esquerda na direção da área. O zagueiro Dória esperou o momento oportuno
para arrancar e, de cabeça, ampliar a vantagem do Botafogo.
A arrancada e o xodó
Caso os jogadores do Atlético-GO sejam sujeitos otimistas, voltaram
para o segundo tempo esperançosos de uma reviravolta. Mas durou pouco.
Com três minutos, Gabriel deu o golpe final em um oponente cambaleante.
Detalhe: cruzou quase o campo inteiro sem ser incomodado para fazer o
terceiro gol.
Jefferson fez uma intervenção, ficou com a bola nas mãos e logo
percebeu Gabriel à frente da área. Cedeu a jogada a ele. O volante olhou
para a frente e disparou. E foi mais um pouco. E correu mais um tanto.
Parecia estar sozinho em campo. Ninguém chegou perto dele. O chute
cruzado ainda desviou em Diego Giaretta: 3 a 0.
Aí o jogo virou uma calmaria para o Botafogo. Andrezinho, de muito boa
atuação, merecia um gol. Faltou pouco para conseguir. Primeiro, Giaretta
cortou chute em diagonal dele. Depois, Márcio voou para espalmar
cobrança de falta. Não deu, mas o placar não estava fechado.
Faltava o gol do xodó. Bruno Mendes, aos 34 minutos, aumentou sua
recente coleção de gols. Fez o quinto nos últimos quatro jogos ao chutar
de longe, rasteiro, no canto de Márcio.
Diego Giaretta ainda foi expulso, tornando um pouco mais melancólico o
fim de jogo do agonizante Dragão goiano. Mas o Botafogo pouco fez depois
disso. Os minutos finais foram quase uma encenação – com os dois times
esperando o tempo passar e ouvindo a torcida alvinegra anunciar:
- Eu acredito! Eu acredito!
- Eu acredito! Eu acredito!