Túlio supera marcação de Odvan, marca duas vezes e chega a 995 gols
Atacante, que teve até gol anulado nos 4 a 1 sobre o Rio Branco-RJ, desencanta e fica a cinco do milésimo, segundo suas contas
Papai Noel demorou, mas chegou para Túlio Maravilha.
Depois de duas tentativas frustradas, contra Boavista-RJ e
Cachoeiro-ES, o atacante, que havia pedido um gol ao bom velhinho,
finalmente conseguiu marcar os seus primeiros gols depois de seu retorno
ao Botafogo. Nesta quinta-feira balançou as redes duas vezes contra o
Rio Branco-RJ, de Campos (ambos de pênalti). (Assista no vídeo ao lado.)
Com isso, chegou aos 995, segundo suas contas. O jogador ainda teve um
gol anulado, que causou revolta na torcida. O árbitro da partida
assinalou falta para o Botafogo depois de o Maravilha ter marcado em
chute de longa distância. Os alvinegros pediam que fosse dada a lei da
vantagem, mas o juiz não interpretou dessa forma. O Glorioso venceu por 4
a 1 (Yguinho e Bernardo completaram o placar para o Bota; Diego
Maurício descontou).
Túlio comemora com a torcida o seu 995º gol (Foto: Thiago Fernandes / Globoesporte.com)
- Valeu a pena pedir ao Papai Noel esses gols. Eu queria fazer o gol
chuvisco, mas acabei fazendo também o gol goiabada. São os nomes em
homenagem ao pessoal de Campos, que me recebeu bem demais - disse Túlio,
com o estilo irreverente de sempre.
O jogo marcou um confronto interessante. Túlio tinha um marcador
especial pelo lado do Rio Branco. O zagueiro Odvan, conhecido do público
carioca por ter jogado muitos anos no Vasco - e que atuou pelo Botafogo
também -, foi o encarregado de tentar evitar os tentos do artilheiro,
relembrando um duelo comum no fim dos anos 90.
Apesar de o jogo ser considerado oficial por envolver dois times
reconhecidos por suas federações e ter súmula e venda de ingressos, o
duelo foi tratado desde o início como uma grande festa. A começar pelo
fato de o Rio Branco não ter escalado o seu time, mas ter emprestado o
nome para transformar uma tradicional pelada organizada pelo jogador
Wederson em duelo oficial. O time da casa entrou com uma escalação de
atletas nascidos em Campos e jogadores famosos, como o atacante Diego
Maurício, criado no Flamengo.
A partida ficou longe de lotar as arquibancadas do estádio Godofredo
Cruz, embora o público tenha enchido metade do estádio. Todos torciam
pelo Botafogo. Nenhum torcedor do Rio Branco foi apoiar a equipe.
(Errada: inicialmente, o GLOBOESPORTE.COM informou que o combinado de Campos atuou com o uniforme do Rio Branco. Porém, as cores do clube campista são rosa e preto, e a camisa utilizada no jogo festivo desta quinta-feira era branca com uma listra verde no peito - bastante semelhante ao segundo uniforme do Bursaspor, clube do lateral Wederson)
Gol anulado, chances desperdiçadas e pênaltis
(Errada: inicialmente, o GLOBOESPORTE.COM informou que o combinado de Campos atuou com o uniforme do Rio Branco. Porém, as cores do clube campista são rosa e preto, e a camisa utilizada no jogo festivo desta quinta-feira era branca com uma listra verde no peito - bastante semelhante ao segundo uniforme do Bursaspor, clube do lateral Wederson)
Gol anulado, chances desperdiçadas e pênaltis
Túlio começou a partida recebendo total atenção dos seus companheiros. E
logo aos 4 minutos conseguiu balançar as redes, em um chute de fora que
o goleiro adversário não conseguiu evitar, apesar do arremate fraco.
Contudo, o juiz invalidou o gol ao marcar falta para o Botafogo no
lance, não se valendo da lei da vantagem Os protestos da torcida foram
imediatos.
Mas a paciência alvinegra parecia ser pequena com o próprio time. Após
três boas chances desperdiçadas por Túlio, todas na pequena área, os
torcedores diminuíram o apoio e passaram até a aplaudir algumas boas
jogadas do adversário. O Rio Branco só não conquistou de vez a simpatia
dos torcedores, porque Diego Maurício dançou após marcar o primeiro gol
da noite, aos 41 minutos do primeiro tempo. Os alvinegros consideraram a
comemoração um deboche e vaiaram o atacante.
A saída para o intervalo foi quase em silêncio. Os torcedores pouco se
manifestaram. Mas tudo mudou logo no início da segunda etapa. De novo, o
juiz anulou um gol de Túlio que, sem querer, viu a bola bater em seu
corpo e parar no fundo das redes após um escanteio. Mas desta vez a
falta foi marcada dentro da área. Pênalti convertido pelo atacante, que
vibrou muito junto dos companheiros.
Túlio comemra o seu primeiro gol contra o Rio Branco-RJ (Foto: Thiago Fernandes / Globoesporte.com)
Antes de voltar ao centro do campo, Túlio trocou a chuteira que tem a
inscrição 994 pela 995. Mas pouca gente conseguiria ver tal detalhe na
escuridão que tomou conta do estádio Godofredo Cruz. Como o jogo começou
18h30m (meia hora depois do previsto), o segundo tempo foi todo
disputado à noite. E os refletores do estádio não foram suficientes para
iluminar com qualidade o campo.
Mesmo assim, ninguém deixou de ver o gol incrível que Túlio perdeu.
Debaixo das traves, sem goleiro, o atacante isolou o chute. Antes,
desperdiçou outras duas boas chances, chutando uma para fora e outra
demorando demais a finalizar. Entretanto, os garotos do Botafogo
pareciam dispostos a ajudar muito o artilheiro a fazer a festa. Bernardo
e Yguinho, este último pegando rebote de Túlio, viraram o placar.
Mas a torcida queria era gol do artilheiro. E ele veio. Aos 45 do
segundo tempo, Túlio recebeu na área, driblou o goleiro e foi derrubado.
Outro pênalti marcado. Outro pênalti convertido. Na comemoração, cerca
de cem pessoas que já tinham invadido o campo, se juntaram ao atacante, que correu para o alambrado.
- Estou ansioso mesmo. Foram dois jogos sem marcar, acabei perdendo
chances que não costumo perder. Teve até um Inacreditável Futebol Clube.
Mas o que interessa é que eu marquei dois. Estou com 995. E 95 lembra
alguma coisa? Lembra o título brasileiro de 18 anos atrás.
O Botafogo ainda não definiu os próximos adversários para o projeto do
milésimo gol de Túlio, mas negocia com cidades de outros estados para
realizar partidas na segunda quinzena de janeiro.