Bota sofre com penhoras e busca recursos para pagar salários até sexta
Clube é alvo de ações da Fazenda Nacional e do Banco Central que o impede de receber valores referentes a contratos de patrocínio e TV
Mauricio Assumpção comanda o Bota em situação
difícil (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)
difícil (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)
O Botafogo vive um momento de extrema dificuldade financeira, que tem
complicado a negociação de reforços de peso para a próxima temporada,
além de abrir um canal para a negociação de jogadores do elenco em busca
de arrecadação. O peso de penhoras judiciais feitas em três processos
da Fazenda Nacional em seus contratos de direitos de transmissão e até
com o seu patrocinador master tem sido determinante para o desequilíbrio
das finanças.
Nesse momento, o Botafogo ainda não pagou aos jogadores o salário de
novembro e qualquer parcela do 13º. Existe uma promessa de que esse
pagamento seja feito até sexta-feira, mas as decisões judiciais
continuam atormentando o departamento jurídico do clube.
O Botafogo negocia a renovação do contrato de patrocínio com a Viton
44, dona da marca Guaraviton. No entanto, na segunda-feira, a juíza
Lívia Maria de Mello Ferreira determinou a intimação da empresa para
para que deposite em juízo os valores do contrato de patrocínio firmado
com o Botafogo.
Em outro processo, uma decisão da juíza Kelly Cristina Oliveira Costa
de agosto deste ano, determinou a penhora de todo o contrato dos
direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2017. No
mesmo documento, ela também havia determinado o procedimento em relação
ao contrato com a Viton 44. Nas duas situações, era preciso alcançar o
valor de R$ 8.177,028,40.
No terceiro processo, a juíza Aline Alves de Melo Miranda Araújo, no
qual é cobrado o valor de R$ 7.076.719,48, não aceitou o pedido de
substituição de penhora dos contratos de patrocínio da Viton 44 e de
direitos de transmissão para a bilheteria. A alegação é de que o clube
teria R$ 30 milhões a receber pela trasmissão de seus jogos. Ela também
recusou pedido de penhora de 5% dos contratos de patrocínio, alegando
que os mesmos não foram apresentados.
Em dois dos três processos, houve o pedido de inclusão do presidente do
Botafogo, Maurício Assumpção, como pólo passivo, mas não foi aceito. As
juízas argumentaram que as dívidas são anteriores ao início de seu
primeiro mandato, que começou em 2009, e por isso não seria possível tal
decisão.
Além dos processos da Fazenda Nacional, ainda há um do Banco Central
que cobra, em valores atualizados, R$ 12.550.669,37 de créditos
resultantes de multa administrativa por infração de normas cambiais.
Nesse caso, trata-se de transferências de jogadores entre 1990 e 1996.
Em todos os processos, o Botafogo tenta todos os embargos e recursos
possíveis. O clube é defendido nos quatro pelo escritório do advogado
Leonardo Viveiros de Castro, que também presta serviço a Flamengo e
Fluminense.