Bruno Mendes contesta negociação e vai pedir ressarcimento ao Macaé
Emprestado Botafogo, jogador alega não ter recebido 40% do valor da negociação entre Guarani e o grupo HAZ, fechado em R$ 7 milhões
Bruno Mendes durante a audiência em Campinas
(Foto: Murilo Borges / Globoesporte.com)
(Foto: Murilo Borges / Globoesporte.com)
A negociação do Guarani com o grupo HAZ, que levou Bruno Mendes
a ser registrado pelo Macaé e emprestado ao Botafogo, ainda está sendo
questionada pelo próprio jogador. Até quarta-feira, o advogado Luiz
Antônio Alô vai protocolar a desistência de uma ação contra o clube
paulista pedindo o pagamento de 40% do valor recebido pelos direitos
econômicos do atacante. Agora, a cobrança será feita judicialmente ao
Macaé, depois de a Justiça revalidar, na última sexta-feira, toda a
negociação antes do empréstimo para o clube carioca até o fim de 2013.
Antes de entrar com a nova ação, o advogado já teve uma conversa prévia
com Luís Eduardo Barbosa, representante do Macaé, na audiência
realizada sexta-feira em Campinas (SP). Ele espera chegar a um acordo,
já que entende como direito de Bruno Mendes a cobrança de 40% dos R$ 7
milhões (R$ 2,8 milhões), valor da negociação do HAZ com o Guarani.
- Quando entramos com a ação contra o Guarani, ele ainda estava
vinculado ao clube por decisão da Justiça. Depois de juiz decidir
revalidar os contratos com Macaé e Botafogo, desistimos desta ação. Não
concordamos com isso, mas acatamos e o Bruno Mendes agora vai pleitear o
seus 40% sobre a negociação, pois isso estava em seu contrato de
trabalho e não foi respeitado. Não estou alegando má fé do comprador,
mas deveria ter atentado para isso. São mais de R$ 2,5 milhões, e ele
merece o que é dele. O Botafogo pode até ser parte prejudicada se houver
anulação do contrato com o Macaé. Mas a gente acredita em um desfecho
tranquilo - disse Luiz Antônio.
Segundo o advogado, Bruno Mendes foi levado pelo ex-presidente do
Guarani, Marcelo Mingone, a assinar um documento no qual cedia 20% dos
seus 40% a uma empresa chamada Ardizzoni Consultoria Ltda, que foi
incluída como reclamada na primeira ação. Para ele, o fato se configurou
em uma manobra do dirigente, que renunciou ao cargo em outubro deste
ano, pouco depois de negociar o jogador.
- Era como um contrato para agenciarem o jogador. O Bruno nunca
conheceu as pessoas responsáveis por isso. Estávamos tentando anular o
negócio. O Guarani vendeu 100% de algo, mas só poderia ter negociado 60%
dos quais tinha direito - comentou Luiz Antônio.
Ainda de acordo com o advogado, não houve uma contestação judicial da
última decisão sobre o caso, sexta-feira, por escolha de Bruno Mendes. O
jogador vem sofrendo retaliações de torcedores do Guarani durante o
processo e preferiu evitar o desgaste de uma nova ação contra o clube
paulista, na qual pedia a rescisão de seu contrato, que, agora, não
existe mais.
- Não tem mais fundamento questionar esse vínculo. Antes, o Bruno não
tinha opção. Precisava fazer alguma coisa para ter os seus direitos
respeitados. Mas ele não queria mais se desgastar com o Guarani. Ficou
triste com a questão de torcedores terem se levantado contra ele. Não
estava sendo ingrato com quem o formou - revelou o advogado.
Nesta terça-feira, o vínculo de Bruno Mendes com o Macaé e o empréstimo
ao Botafogo devem ser publicados no Boletim Informativo Diário (BID) da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF).