Ex-atacante da Seleção Brasileira vai lançar livro de filosofia na Paraíba
Cortado da seleção brasileira para dar lugar a Leão às vésperas da Copa de 70, Rogério se distancia do futebol para virar mestre em filosofia
Ele não é tão lembrado quanto Pelé, Tostão, Gérson, Jairzinho, Rivelino
e Carlos Alberto Torres. Mas, assim como esses outros, estava lá, no
México, e pôde comemorar o tricampeonato do mundo em 1970. Não como
jogador. O ex-atacante Rogério tinha sido cortado nas vésperas da Copa
do Mundo para dar lugar um terceiro goleiro, Émerson Leão.
Rogerio Hetmanek, ídolo de Botafogo e Flamengo, hoje se dedica à filosofia e religão (Foto: Larissa Keren)
A pedido dos jogadores, no entanto, ele continuou fazendo parte da
delegação na condição de "olheiro", ao lado do então preparador físico
Carlos Alberto Parreira. Até hoje é considerado o 23º jogador do
tricampeonato.
Foi um trabalho importante (o de olheiro). Eu e o Parreira passávamos as informações para o Zagallo"
Rogério Hetmanek
O que poderia ser um "trauma" na vida de Rogério Hetmanek hoje é lembrado com orgulho.
- Foi um trabalho importante para aquela seleção. Eu e o Parreira fomos
acompanhar os adversários e passávamos as informações para o Zagallo.
Mas é claro que fica uma pontinha de frustração de não ter jogado aquela
Copa - lembra o ex-atacante do Botafogo, que ainda jogou no Santos e no
Flamengo.
Entre seus principais títulos como jog
ador estão os de campeão da Taça
Brasil de 1968 e bicampeão carioca (1967 e 68) pelo Botafogo e campeão
carioca de 1972 pelo Flamengo. Aliás, é no Rubro-Negro que Rogério
encontrou uma maior identificação como jogador - foram 117 jogos (50
vitórias, 33 empates e 34 derrotas) e sete gols marcados.
O corte na Copa do Mundo de 1970, aliada à uma tragédia familiar (a
morte do primeiro filho com apenas cinco dias após o nascimento) foram
uma espécie de divisor de águas na vida de Rogério.
- Foi depois disso que resolvi estudar Direito e Filosofia. Acho que se
nada disso tivesse acontecido, se tivesse jogado a Copa do Mundo de
1970, eu estaria até hoje no mundo do futebol - acredita o ex-jogador,
que teve mais quatro filhos e hoje tem cinco netos.
Capa do Livro "O Senhor do Tempo", que mostra a
praia do Cabo Branco, em João Pessoa
(Foto: Divulgação)
praia do Cabo Branco, em João Pessoa
(Foto: Divulgação)
Hoje, aos 64 anos, Rogério se distanciou do futebol. Virou presidente
da Fundação Mokiti Okada e diretor-geral da Faculdade Messiânica, em São
Paulo. Também é advogado e mestre em filosofia pela PUC-SP. E é nesta
condição que o ex-jogador está em João Pessoa para lançar o livro O Senhor do Tempo
(Fundação Mokiti Okada, 2012). O autor define a obra como "uma reflexão
sobre temas que dizem respeito à conquista do ideal humano de
felicidade".
A solenidade acontece neste sábado no auditório da Empresa Paraibana de
Turismo (PBTUR), que fica no Centro Turístico de Tambaú, às 19h. A obra
traz uma foto da capital paraibana, feita por ocasião da visita do
autor à cidade.
Rogério fica em João Pessoa até a terça-feira, quando retorna para São Paulo.