Saldo do combate: 383 jogadores se lesionaram ao longo do Brasileirão
São Paulo teve apenas 11 atletas no departamento médico, enquanto Coritiba foi o mais prejudicado, com 26 contundidos ao menos por uma rodada
Lesionado, Keirrison não jogou no Brasileiro
(Foto: Gabriel Hamilko / GloboEsporte.com)
(Foto: Gabriel Hamilko / GloboEsporte.com)
Ao todo, foram 383 atletas no Campeonato Brasileiro 2012. O número não
representa o total de jogadores a entrarem em campo com a camiseta de
seus respectivos clubes na temporada. Na verdade, se refere ao
contrário. Esse é o tanto de gente que desfalcou, ao menos uma vez, cada
um dos times ao longo da competição. Tristeza dos que ficam fora,
chance para outros mostrarem serviço e muito trabalho para os
treinadores manterem o rendimento da equipe sem as peças principais. No
total, foram 3.029 ausências nas 38 rodadas do Brasileirão, seja por um
incômodo muscular ou uma recuperação mais longa no departamento médico.
Sem contar os cinco atletas que iniciaram e terminaram a competição lesionados - Felipe Brisola, Jackson, Keirrison, Maldonado e Fucile
- outros 378 jogadores se contundiram pelos quase sete meses do
campeonato. O alto número de contusões é fruto de uma série de
circunstâncias: maratona de jogos, gramados ruins, pré-temporada
curta... Os temas são antigos e as reclamações frequentes de
preparadores físicos, jogadores e treinadores.
- Sem dúvida que as lesões interferem no desepenho da equipe. À medida
que jogadores titulares se machucam, a tendência é que o desempenho
caia. Por isso, temos que ter um elenco à altura. Mesmo com muitos
desfalques, há muitos jogadores que entram e mantém o nível das
atuações. Só que o Coritiba não tem o orçamento do Fluminense ou do
Corinthians, times que conseguem suprir melhor as lesões, já que tem um
elenco mais forte e mais numeroso - afirmou Glydston Ananias, preparador
físico do Coritiba.
De fato, o mais prejudicado acabou sendo o Coritiba, que disputou 76
partidas no ano e teve 26 jogadores diferentes lesionados no
Brasileirão. Somando-se cada ausência, o Coxa teve um total de 289
desfalques por lesão. Jackson e Keirrison, por exemplo, estiveram fora
38 vezes cada um. Dor de cabeça para os técnicos que por lá passaram,
Marcelo Oliveira e Marquinhos Santos, além dos preparadores físicos e
departamento médico.
Importante no Fluminense, Deco esteve 18 vezes fora por lesão (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
São Paulo colhe frutos do REFFIS
Por outro lado, o São Paulo conseguiu se blindar do alto número de
lesões. Apesar de alguns jogadores terem enfrentado longas contusões,
como Fabrício e Cañete, o Tricolor foi o que menos teve problema com
desfalques: apenas 11 atletas frequentaram o departamento médico do
clube. Na opinião de Ney Franco, tanto o Núcleo de Reabilitação
Esportiva Fisioterápica e Fisiológica (REFFIS), como a comissão técnica,
foram importantes para o sucesso da equipe na competição.
- Não ter lesionados foi um ponto forte para o São Paulo conseguir a
vaga na Libertadores. Disputar duas competições simultaneamente sem
priorizar uma delas, mostra que teve muita competência tanto da área
técnica quanto da parte de preparação física. Essa interação dos
profissionais, fazendo avaliações frequentes dos atletas, foi
determinante para que finalizássemos a temporada "voando baixo", jogando
forte nas duas competições - afirmou o treinador do clube.
O Atlético-MG foi outro a ter bom desempenho fora das quatro linhas,
com "apenas" 77 desfalques por lesão no campeonato. O Galo teve a seu
favor um menor número de jogos na temporada, já que conquistou o Mineiro
em 15 partidas e disputou apenas quatro na Copa do Brasil, quando foi
eliminado pelo Goiás, nas oitavas de final. Desta forma, Cuca teve
poucas ausências no time principal, que alcançou o vice-campeonato
brasileiro. A Portuguesa também se destacou neste quesito e fechou com
13 lesionados e 72 ausências.
Confira o balanço de lesionados em cada clube ao longo do Campeonato Brasileiro: