Seedorf dá palestra em colégio antes do jogo contra o Sobradinho
Holandês conhece instituição de ensino e faz a festa das crianças. Botafogo estreia pela Copa do Brasil nesta quarta-feira, às 19h30m, pela 1ª fase
As crianças do Colégio Marista João Paulo II, em Brasília, receberam
uma visita ilustre. O holandês Clarence Seedorf aproveitou que o time do
Botafogo está hospedado próximo ao local e foi conhecer a instituição
na manhã desta quarta-feira, quando também enfrenta o Sobradinho-DF, às
19h30 (de Brasília), pela Copa do Brasil, no Bezerrão. Antes do início
de uma palestra ministrada por ele, foi exibido um vídeo com lances do
craque. Depois, o meia respondeu algumas perguntas dos mais de 300
alunos que compareceram ao auditório.
Seedorf parecia estar em campo tal a naturalidade com a qual encarou a palestra para os jovens. Ele respondeu nove perguntas e no final fez a festa dos alunos ao vestir a camisa do colégio que recebeu como recordação ao final da ação promovida pelo departamento de marketing do Botafogo.
Seedorf parecia estar em campo tal a naturalidade com a qual encarou a palestra para os jovens. Ele respondeu nove perguntas e no final fez a festa dos alunos ao vestir a camisa do colégio que recebeu como recordação ao final da ação promovida pelo departamento de marketing do Botafogo.

Seedorf durante palestra no Colégio Marista João Paulo II (Foto: Thales Soares)
A interação com os alunos foi fácil. Rapidamente, ele identificou na
plateia um aluno com a camisa do Milan. Em sua palestra, que durou 40
minutos, Seedorf fez questão de falar sobre temas importantes, como
drogas e bullying. Respondeu sobre racismo, o seu começo de carreira e o futuro no futebol.
- Vivi pouco racismo no esporte, mais discriminação. São coisas
diferentes. Na história, isso foi muito declarado e agora acontece mais
pelas costas. Não considero aquele "uh, uh" (torcida imitando macaco)
racismo, mas ainda tem muito no mundo inteiro. Vivi mais fora do
futebol. Uma vez, saí de carro
da Itália para a Holanda, com a minha mãe. Devia ter 20 anos. Fui
parado e revistado várias vezes, perdi mais de duas horas. O guarda
falava coisas fortes sobre mim e eu entendia, pois falava a língua.
Estava muito nervoso. Mas isso foi sutil. O futebol é um esporte de
integração e a gente pode transimitir isso. Joguei no Real Madrid com
jogadores de 11 nacionalidades diferentes e ganhamos tudo, com todos se
respeitando. Nenhum de vocês aqui é racista. Nunca vi criança racista e
vocês devem se manter assim. Tenho quatro filhos. Onde vão, encontram
outras crianças e na mesma hora ficam amigos - disse Seedorf.

Seedorf respondeu a perguntas das crianças
(Foto: Thales Soares)
(Foto: Thales Soares)
Logo depois de falar sobre esse tema, o holandês estava ao lado de um
aluno que disse ter sido vítima de bullying. Na mesma hora, Seedorf
conteve os risos da plateia e, como um professor rígido, exigiu uma
retratação da plateia.
- Quando eu tinha 10, 12 anos, havia um grupo que se divertia muito com
isso. Há crianças que ficam traumatizadas para a vida inteira. Tem que
brincar de outra maneira. Isso não é bonito. Vai ajustar isso, certo? -
questionou Seedorf, que recebeu um sim como resposta da plateia.
A palestra também teve momento de descontração, quando Seedorf chamou
dois garotos ao placo para bater bola. Ele os colocou frente a frente
para que um tentasse driblar o outro e deu rápidas dicas. Até ajudou um
deles a amarrar o tênis.
Durante a conversa com os alunos, Seedorf lembrou a importância de
dedicação ao esporte, mas sem deixar de lado o estudo. O holandês parou
de estudar aos 16 anos, quando se tornou profissional no Ajax-HOL e só
voltou a se dedicar aos livros quando estava na Itália, onde fez um
curso de business management e economia e finanças. No fim, exigiu dos alunos um grito de não às drogas.