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Túlio brinca: 'Se vencer o Bota, depois uso a camisa por baixo contra o Fla'

Volante reafirma amor eterno pelo clube carioca, mas diz que triunfo no sábado é importantíssimo para o Figueira conseguir vaga na Libertadores

Por Fred Gomes Rio de Janeiro

Alvinegro fanático, o volante Túlio viverá uma saia justa no sábado, às 19h, no Engenhão. Seu time, o Figueirense, precisa de uma vitória para seguir sonhando com uma vaga na Libertadores. Já o adversário, o Botafogo, clube pelo qual torce, é um dos fortes candidatos ao título. Atrapalhar sua maior paixão futebolística na busca pelo caneco não seria doloroso? Ele admite que sim, mas, em tom de brincadeira, propõe um acordo.

- É difícil... É complicado. Não posso fazer nada para ajudar o Botafogo no sábado (risos), temos chances reais de Libertadores e vamos lutar por isso até o final. Mas eu posso compensar depois. Vamos enfrentar Flamengo, Fluminense e Corinthians, três adversários diretos. Se vencermos no sábado, depois tento compensar tirando três pontos dos rivais diretos. Jogo com a camisa do Botafogo por baixo contra Corinthians...

O jogador ri e depois fica em silêncio até ser perguntado sobre o Fla: Túlio tem duas passagens pelo Botafogo (2003 a 2005 e de 2007 a 2008)

- E contra o Flamengo nem se fala, contra o Flamengo principalmente (risos). Acho que o Botafogo precisa pensar mais em Vasco e Corinthians, mas contra o Flamengo, pela enorme rivalidade e por tudo que aconteceu nos últimos tempos, visto a camisa (risos) - insistiu, às gargalhadas.

Embora prometa tentar dar uma força para o Botafogo nas rodadas seguintes, ele acredita no título do Glorioso mesmo após um eventual revés contra o Figueira.

- Acho que dá. Se o Botafogo ganhar quatro jogos, vai chegar brigando no clássico para ser campeão contra o Fluminense. Acho que o campeão fará no máximo 72 pontos (se perder no sábado, os cariocas chegam no máximo 70), então chega forte na briga - avaliou.

Tulio Figueirense (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com) 
Túlio se diz muito feliz no Figueirense e mostra-se confiante no time (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
 
Quem ouve Túlio falando do Botafogo tem a certeza de que se trata de um alvinegro de berço, mas isso não procede. Quando pequeno, o coração dele até "batia em preto e branco", mas por outro clube.

- Era santista, mas era santista mesmo (risos). Desde que me tornei profissional, mesmo já jogando pelo Goiás, meu maior sonho não era nem jogar pela Seleção e sim pelo Santos. Depois que vesti a camisa do Botafogo, isso acabou completamente. Inclusive, quando estava jogando pelo Botafogo, recebi uma sondagem do Santos e não quis ir. Sou botafoguense - garantiu o jogador, pai dos botafoguenses Thaís, 7 anos, e Vitor, de 4 anos.

Em tom mais sóbrio e deixando a brincadeira de lado, o experiente jogador, de 35 anos, prevê um duelo complicadíssimo com o Botafogo, classificando-o como uma "prova de fogo".

- É um jogo muito difícil, uma prova de fogo. Estamos invictos há 11 jogos e é preciso ir em busca de algo histórico, inédito para o clube, que é a vaga na Libertadores. Temos de pensar jogo a jogo e depois brinco se posso vencer Fla, Flu e Corinthians. No sábado, será complicado, o Botafogo é o time de melhor campanha dentro de casa - analisou.
 Internamente sempre cogitamos vaga na Libertadores, discordei do Jorginho ao pedir sigilo. Tínhamos de assumir uma postura maior"
Túlio, com fé no Figueira
 
A mesma personalidade demonstrada para declarar sua paixão pelo Botafogo, Túlio já havia escancarado ao declarar, bem antes do que seus companheiros de Figueirense, total confiança na busca por uma vaga na próxima Taça Libertadores. O time catarinense tem 50 pontos, dois a menos do que o Flamengo, último integrante do G-5, e cinco abaixo do adversário de sábado.

- Desde o início da temporada o discurso era muito moderado. Falavam em pensar em continuar na Série A, mas no fundo todos sabiam que dava para fazer coisa muito maior. Desde a minha primeira entrevista, falei que queria coisa inédita. Até cheguei a discordar do Jorginho, que pedia sigilo sobre o tema Libertadores. Como ele não é carrancudo, isso foi feito de forma muito democrática. Acho que era preciso assumir uma postura maior, não podíamos ficar apenas como franco atirador - encerrou.