Alvinegros não aproveitam mando de campo, chegam ao 6º jogo sem um triunfo e se aproximam da zona da degola. Bugre sobe na tabela
Por Márcio Iannacca
Rio de Janeiro
Sob vaias e protestos dos torcedores no Engenhão, o Botafogo empatou por 1 a 1 com o Guarani, na noite deste domingo, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o Glorioso, que está em 15º lugar, com dez pontos, chegou ao seu sexto jogo sem vitória e está ameaçado pelos clubes que estão na zona de rebaixamento da competição. O Bugre chegou aos 13 e subiu três posições na tabela de classificação. Os gols foram marcados no primeiro tempo: Ricardo Xavier, para os paulistas, e Danny Morais, o dos cariocas. Na segunda etapa, o árbitro Célio Amorim ignorou um pênalti em Jobson e marcou um impedimento inexistente de Marcelo Cordeiro, anulando um gol legal de Herrera.
Na próxima rodada, o Botafogo vai encarar o Palmeiras, no Pacaembu. Já o Guarani pega o Ceará, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Os dois confrontos vão ocorrer na próxima quinta-feira, às 21h (de Brasília).
Lucio Flavio e Renan na briga pela bola: times erram muitos passes (Foto: Wagner Meier / Agência Estado)
Bugre abre o marcador, mas Bota empata sob vaias e xingamentos
O Botafogo começou a partida tentando tomar a iniciativa do jogo. O Guarani, por sua vez, esperava os donos da casa avançarem para procurar o gol nos contra-ataques. Mas logo aos dez minutos, uma falta não marcada pelo árbitro catarinense Célio Amorim sobre o volante Somália tirou os poucos botafoguenses que foram ao Engenhão do sério. Vaias e xingamentos ao juiz da partida.
A falta de paciência do torcedor não se manifestou apenas com o árbitro. A falta de vitórias do Botafogo fez com que os alvinegros começassem a vaiar alguns jogadores a partir dos 15 minutos. O primeiro lance que incomodou foi em uma bola recuada por Fábio Ferreira para o goleiro Jefferson. Os mais hostilizados eram os laterais Alessandro e Marcelo Cordeiro e o meia Lucio Flavio.
E as vaias do torcedor pareciam afetar os jogadores em campo, que erravam mais do que acertavam. Aos 23, Preto recebeu um belo passe de Ricardo Xavier, invadiu a área e chutou para ótima defesa de Jefferson. Dois minutos depois, Caio lançou Herrera, que tentou driblar Douglas, mas acabou desarmado pelo arqueiro do Bugre.
Nos poucos lances que acertava, o Botafogo parava na boa atuação de Douglas. Aos 32, após cobrança de escanteio, Danny Morais subiu mais do que a zaga e testou com força. O camisa 1 do Guarani saltou e fez uma linda defesa no Engenhão. Seis minutos depois, uma nova intervenção. Lucio Flavio tentou cruzamento de fora da área, a bola passou por toda a área e o arqueiro foi obrigado a se esticar todo para evitar o gol alvinegro.
Aos 41, um erro da defesa alvinegra complicou o Botafogo e tirou a torcida do sério. Mazola passou por Danny Morais como quis, foi à linha de fundo e cruzou para a área. Ricardo Xavier aproveitou bobeada de Fábio Ferreira e tocou para abrir o placar: Guarani 1 a 0. A partir daí, as vaias e a hostilidade dos botafoguenses falaram mais alto. Porém, em uma cobrança de escanteio, aos 48, Danny Morais subiu mais do que os zagueiros rivais para cabecear e empatar a partida.
Mesmo com o empate, logo após o apito final, misto de vaias e aplausos para os jogadores que deixaram o gramado. O técnico Joel Santana, ao descer para o vestiário, ouviu alguns lamentos e pedidos de alterações no time, mas pediu calma aos torcedores mais exaltados.
Jobson entra e põe fogo
Na volta para a etapa final, o treinador ouviu os pedidos dos torcedores e mexeu na equipe. Joel Santana sacou Fahel e apostou na entrada de Jobson. A alteração surtiu efeito. O Botafogo voltou mais ligado para o confronto e bem mais perigoso. Logo aos três minutos, após confusão na área do Guarani, Herrera quase desempatou o jogo.
Dois minutos depois, o árbitro Célio Amorim errou feio. Jobson, que incendiou a partida com a sua velocidade, arrancou pela direita, driblou o lateral Rodrigo Heffner e foi derrubado dentro da área. O juiz marcou falta, ignorando a reclamação dos jogadores do Botafogo, que pediam pênalti. Aos 11, o mesmo Jobson entrou na área e chutou na rede pelo lado de fora.
Após o início de pressão do Botafogo, o Guarani teve a primeira oportunidade de voltar a ficar à frente no placar. Apodi, que entrou na vaga de Rodrigo Heffner no segundo tempo, arriscou de fora da área e Jefferson defendeu com tranqüilidade. A qualidade técnica da partida caiu, e as duas equipes passaram a errar muitos passes.
Aos 39, Herrera fez uma ótima jogada e deu um passe açucarado para Somália. O volante entrou na área e chutou por cima do gol do Bugre. Já nos acréscimos, o Botafogo aproveitou um descuido de Douglas e cobrou rápido o escanteio na cabeça de Jobson. O atacante testou fraco, e o goleiro do time paulista teve tempo de se recuperar.
Aos 45, mais uma vez o árbitro prejudicou o Botafogo. Marcelo Cordeiro foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Herrera apenas escorar para as redes, mas foi marcado impedimento inexistente do lateral alvinegro.
Com o fim do jogo, os jogadores do Botafogo deixaram o campo sob vaias e protestos dos torcedores. Já são seis partidas sem vitória no Campeonato Brasileiro.
BOTAFOGO 1 X 1 GUARANI Jefferson, Fahel (Jobson), Fábio Ferreira e Danny Morais; Alessandro, Leandro Guerreiro, Somália, Lucio Flavio (Edno) e Marcelo Cordeiro; Herrera e Caio (Renato Cajá). Douglas; Rodrigo Heffner (Apodi), Fabão, Ailson e Fabiano; Renan, Paulo Roberto, Preto (Baiano) e Mário Lúcio; Mazola e Ricardo Xavier (Diogo).
Técnico: Joel Santana Técnico: Vagner Mancini
Gols: Ricardo Xavier, aos 41 minutos, Danny Morais, aos 48 minutos do segundo tempo;
Cartões amarelos: Herrera, Fahel, Lucio Flavio, Alessandro (Botafogo); Baiano, Renan, Apodi, Diogo (Guarani)
Árbitro: Célio Amorim (SC)
Auxiliares: Carlos BerkenBrock (SC) e Claudemir Maffessoni (SC)
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ). Público: 5.522 pagantes. Renda: R$ 81.090,00