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Queda de Guilherme é exemplo para novas apostas do Botafogo

Lateral-esquerdo apareceu como esperança em 2011 e está de malas prontas para defender o D. C. United, dos Estados Unidos

Por Thales Soares Rio de Janeiro
 
Guilherme no treino do Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein / GLOBOESPORTE.COM) 
Guilherme tentará a sorte no futebol americano
(Foto: Gustavo Rotstein / GLOBOESPORTE.COM)
 
A transformação de uma revelação das categorias de base de um clube de futebol em realidade para o time profissional é um dos momentos mais complicados da carreira de um jogador. Muitas vezes, os dirigentes pecam pelo açodamento na hora de lançar um garoto ainda despreparado para a responsabilidade recebida. Em outras, a cabeça de uma jovem revelação sofre com o deslumbre e se perde em meio aos benefícios da vida de um boleiro.

Aposta do Botafogo no começo de 2011, quando teve seu contrato renovado até o fim de 2015, o lateral-esquerdo Guilherme sequer faz parte dos planos do clube para esta temporada. Com a chegada do chileno Rojas, o técnico Oswaldo de Oliveira conta com três jogadores para a posição. Ele está prestes a ser emprestado por um ano para o D. C. United, dos Estados Unidos. A viagem está marcada para o dia 23 e ele dará entrada no visto segunda-feira.

Guilherme sabe que a chance é importante para recuperar o tempo perdido na carreira. Ainda com sonhos pela frente, o jogador completará 21 anos no dia 10 de setembro deste ano, o que o impede de disputar competições dos juniores. Morador de Piabetá, onde vive com os pais Luiz e Maria da Penha, espera voltar ao Botafogo para brilhar com a camisa do clube e corresponder à expectativa criada sobre ele.

- Quando a gente está na base sempre espera ganhar espaço, virar titular e fazer história. Se isso não acontece, o baque é grande. Agora, estou empolgado e só penso em dar a volta por cima e realizar meus sonhos. Ainda não parei para pensar nessa mudança para os Estados Unidos. É outra cultura, tenho que ir e fazer o melhor. É ter paciência que tudo vai dar certo - disse Guilherme.
O exemplo é apenas mais um entre tantos. No Botafogo, a lateral esquerda, onde Nilton Santos se tornou um ícone da posição na história do futebol, é um problema antigo. Antes de Guilherme, Gabriel sofreu com o mesmo mal. Ele foi ovacionado depois de uma grande atuação em um clássico contra o Vasco em 2009, quando marcou um gol na goleada por 4 a 0, aos 20 anos de idade.

- Esse momento transitório é muito difícil. Você tem que aproveitar as oportunidades que são dadas. Muitas vezes, quando o garoto está no profissional e desce, fica ainda mais complicado. Começa a achar que aquilo aconteceu porque o outro não deu chance. Às vezes, falamos as coisas para eles e na hora não acreditam na gente. Depois, lá na frente, é que vão entender o que aconteceu - comentou o gerente de futebol Anderson Barros.

Desde o fim de 2008, o dirigente já viu alguns jogadores surgirem como grandes promessas e não conseguirem se firmar. Nesta temporada, o goleiro Andrey, o lateral-esquerdo Renan Lemos, os volantes Gabriel e Élber, o meia Jeferson e o atacante Vitinho foram promovidos aos profissionais.

- Vejo nesses garotos de hoje uma postura diferente. O Jeferson, principalmente. Parece bem preparado para aproveitar as oportunidades. A diferença de idade entre os que já estavam e esses que subiram é muito pequena. Tem que se dedicar para não perder o espaço - explicou Anderson.