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Com raiz alvinegra, Renan Lemos carrega a emoção à flor da pele

Jovem lateral-esquerdo foi descoberto por ex-jogador do clube, conheceu Nilton Santos e sonha com vida melhor para o pai, motorista de ônibus

Por André Casado e Thales Soares Rio de Janeiro

 
Renan Lemos durante entrevista do Botafogo (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com) 
Renan Lemos é uma das promessas do Botafogo
(Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
A carreira de Renan Lemos como jogador profissional está apenas no começo, mas a promessa é de uma trajetória de emoções fortes. Revelação do Botafogo, o lateral-esquerdo tem apenas 20 anos, cresceu jogando futebol no centro de treinamento de Marechal Hermes e carrega uma história cercada de momentos marcantes, que fazem as lágrimas brotarem de seus olhos a cada palavra sobre sua vida.

Renan joga na posição em que Nilton Santos se consagrou como um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro vestindo a camisa do Botafogo, a única de sua longa carreira. Também lateral-esquerdo do clube, mas sem grande sucesso, Jorge foi o responsável por descobrir a jovem revelaçao. Com os dois, viveu momentos que promete não esquecer.

- Em 2009, conheci o Nilton Santos numa visita que fizemos a ele no hospital. Foi o Maurício (Assumpção, presidente do clube) que levou alguns garotos para conhecê-lo. Ele nos deu força, mas estava numa situação complicada - disse Renan.
Com Jorge, a relação é ainda mais intensa. Renan jogou ao lado de Rodrigo, filho do ex-jogador, no Diamante, clube de futebol da Abolição, bairro onde foi criado. Ao falar sobre o seu descobridor, lágrimas de quem sente saudade.
- Fui criado na Abolição, bem perto do Engenhão. Tenho uma família que me dá muito apoio. Mas quem me trouxe para o Botafogo foi o seu Jorge. Não fosse por ele, não estaria aqui. Ele faleceu em 2005 - disse Renan, com lágrimas nos olhos.

A emoção do menino, que vai completar 19 anos no dia 20, não para por aí. Filho de Rogério e Valquíria, sonha com um futuro melhor para a família. O pai é motorista de ônibus da linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah) e passa em frente à sede do clube todos os dias no fim da tarde.

- No dia em que eu me apresentei, ele começou a chorar quando aqui em frente sabendo que eu estava aqui dentro. Quero dar uma vida melhor para eles - comentou Renan, que já fez um jogo pelos profissionais, na derrota por 5 a 2 para o Boavista, na semifinal do Troféu Carlos Alberto Torres no ano passado.

Renan está com o grupo desde o início da pré-temporada. Sábado, a delegação segue para Saquarema. No dia seguinte, fará um jogo-treino com o Boavista, em Bacaxá. A estreia no Campeonato Carioca acontece no dia 22, contra o Resende, no Engenhão.