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Nem riqueza, nem fama: Vitinho usa o futebol para tratar da saúde dos avós

Integrado aos profissionais, atacante, de 18 anos, quer dar vida melhor ao 'único botafoguense da família' e diz que já fez o pai parar de trabalhar

Por André Casado e Thales Soares Rio de Janeiro
 
Uma das maiores promessas atuais do Botafogo, o atacante Vitinho teve ascensão meteórica no futebol de base. Já aos 17 anos, ainda estava isolado no Audax até receber uma proposta do clube alvinegro. O cenário de sua carreira e as expectativas mudaram, mas as dificuldades de sua família, ainda não. Segundo o jogador, que só troca o sorriso pelo olhar de preocupação quando fala sobre a família, seus avós precisam de cuidados médicos constantes, os quais ele já prometeu.


Criado pelo pai, Rinaldo, a joia de General Severiano tem relação estreita especialmente com o avô, Bertivan, o único botafoguense entre os parentes. Fato que vai mudar em breve, garante.

- Meus avós têm problemas de saúde que não explicar exatamente. Quero ajudá-los primeiro, é o mais importante. Quando entro em campo, penso mais neles. Meus pais são separados, moro só com meu pai e meu irmão (Vagner). E tenho de fazer o pessoal torcer pelo Botafogo por minha causa. Só tem rubro-negro lá... (risos) - diverte-se.

vitinho  botafogo (Foto: Satiro Sodré/Agif)Vitinho se soltou ao longo da entrevista e contou sobre sua vida pessoal (Foto: Satiro Sodré/Agif)
 
Ainda não é possível trazer o avô para acompanhar jogos e treinos. Mas Vitinho imagina o momento em que seu Bertivan o verá pela televisão, talvez já neste Campeonato Carioca.

- Estamos esperando esse dia, ele vai gostar.

Apesar de dar os primeiros passos no futebol, o garoto diz que falar de seu dia a dia já não o agrada, pela curiosidade exagerada dos amigos no Complexo do Alemão.

Vitinho revelação do Botafogo (Foto: Fernando Soutello / Divulgação AGIF) 
Em ação contra o Fla: jovem foi campeão carioca de
juniores (Foto: Fernando Soutello / Divulgação AGIF)
 
- É sempre a mesma coisa, enche o saco (risos). Não vou de ficar falando muito, só respondo que é legal estar ao lado do Loco, Jefferson, Elkeson... Já prometi umas 500 camisas também, mas fica só na promessa. Meu avô é que ganhou uma - revela.

Aos poucos, o contrato firmado até 2016 e que prevê reajustes gradativos vai rendendo frutos. Por isso, neste primeiro semestre Vitinho planeja deixar a comunidade onde cresceu.

- Conversamos sobre isso, não dá para ficar lá. A situação é bem melhor, mas vamos tentar um lugar mais perto e maior para morarmos - avisou ele, apelidado de mini-Mago, que parou de estudar na oitava série e até já pediu para o pai largar o trabalho, de olho no sustento da bola.


Montagem Neymar e Vitinho (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)Timidez, sorrisos, olhos fechados e maneirismos: Vitinho lembra Neymar (Foto: Editoria de Arte/GE.COM)