Ricardo Soares passou a noite na delegacia por tentar vender produtos na entrara do UFC Rio e viajou às pressas para Bacaxá
Ambulante vende produtos perto do estádio(Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Jogos de futebol são um prato cheio para os trabalhadores informais. Ambulantes concorrem por espaço para conseguir vender produtos em busca de uma renda extra para sustentar a família da melhor forma possível. De olho no jogo-treino entre Botafogo e o Boavista, neste domingo, às 16h (de Brasília), Ricardo Soares, de 40 anos, saiu do Rio para Bacaxá, ainda de madrugada, para voltar para casa com a capacidade de dar um dia melhor para os cinco de seus seis filhos, que moram com ele.
Tudo isso depois de enfrentar a dura noite na delegacia depois de ser impedido de vender seus produtos durante o UFC Rio, no início da noite de sábado. Acostumado com a rotina do futebol, pecou pela falta de conhecimento de como funciona o evento organizado por Dana White.
- Não sabia como era. Trabalho em todos os eventos e isso não acontece. Dei uma cochilada em casa e vim para cá correndo. E sei que nem vou vender muito. O movimento tem sido fraco. Mas tenho que correr atrás. Saí sem deixar dinheiro para o café da manhã dos meus filhos. Já tenho neto, de 10 meses, e não quero essa vida para eles. Essa correria. Ninguém deve viver assim - afirmou Ricardo.
A concorrência é dura. Em volta, mais três ambulantes estavam com os varais expostos em frente à entrada dos torcedores. Ricardo vende bandeiras, por R$ 30, e camisas com uma variedade de preços. A do Boavista, por R$ 15, e uma do Botafogo pode custar até R$ 20. Nada que o desanime a continuar buscando uma melhor condição de vida.
- Tenho que correr atrás. Falam muito em emprego com carteira assinada, mas vai lá viver com R$ 600 por mês. Não é assim - disse Ricardo, sem revelar seu clube de coração. - Torço para todos eles.
