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Jefferson, o herói discreto do Botafogo: 'Sei que tenho meu espaço'

Destaque da vitória sobre o Santa Cruz, goleiro se inspira em Dida para manter frieza que lhe rendeu o apelido de 'gelo' no grupo alvinegro

Gustavo Rotstein
Recife 


                 Na praia de Boa Viagem, Jefferson celebra outra grande atuação pelo Botafogo

Ele não é chamado de talismã, xodó, “loco” ou guerreiro. Mas rótulos à parte, costuma ter papel decisivo em muitas das vitórias do Botafogo. Na última quarta-feira, por exemplo, foi determinante para o 1 a 0 sobre o Santa Cruz, em Recife, pela segunda fase da Copa do Brasil. Além de defesas importantes, pegou o pênalti que garantiu a boa vantagem alvinegra no confronto de volta, dia 31, no Engenhão.

Discreto, Jefferson não pede para si um apelido. Mas ao mesmo tempo sabe que tem lugar como uma das lideranças do Botafogo, dentro e fora de campo. Assim como não costuma fazer movimentos espalhafatosos ao praticar suas defesas, prefere seguir de maneira simples, mas importante.

- Não tenho essa vaidade de ter um rótulo ou algo do tipo. Procuro fazer meu trabalho e sempre busco melhorar. Sei que tenho meu espaço no Botafogo, e vejo isso no dia a dia do clube e principalmente no contato com os torcedores, até mesmo dos rivais.

Jefferson ainda não foi apelidado pela torcida do Botafogo, mas dentro do grupo tem um nome: gelo. A frieza que aprendeu com Dida nos tempos de Cruzeiro, segundo ele, é importante para toda a equipe.

- Os jogadores me chamam assim e se dizem impressionados com a minha calma no momento em que a partida está pegando fogo. Acho que muita gesticulação e movimentos só passam insegurança ao grupo. Por isso o Dida continua a ser uma inspiração para mim, embora muitos digam que ele não é mais essas coisas. Eu o respeito muito e admiro essa tranquilidade - explicou.

Para Jefferson, esta é uma virtude importante para que consiga manter uma regularidade que começou desde o primeiro momento de seu retorno ao Botafogo, em setembro do ano passado, após quatro anos na Turquia. Aos 27 anos, ele garante que atuações como a da última quarta-feira são resultado da experiência e da dedicação ao trabalho.

- Hoje me sinto mais maduro e experiente. Quando o jogador tem 20 anos quer sair em todas as bolas e mostrar serviço. Agora sinto que tenho mais respeito e consegui evoluir. Muitas vezes durante a partida você sente que aquele é o seu dia, e foi o caso da partida contra o Santa Cruz - frisou.